18
Mar22
Véu para as lágrimas, refúgio das feridas
Papoila no cabelo, como um só!
Mão folheia livros do sim e do não…
Hieróglifos de odisseias, de moldes de bustos.
Pinceladas de Gioconda, James Last de acordeão…
Calo de enxada, punho de brutos!!!
Mamilo de mãe para saciar…
Afago em rosto enrugado da avó.
Mão de pai grisalho de tanto amar
Papoila no cabelo, como um só!
Mão na dor, no aceno, nas eternas partidas?
- Dedo em riste, palmas: humanos como são.
E véu para as lágrimas, refúgio das feridas?
- Cicatrizes, mão cerrada, sob o pontão.
Armindo Mendes, 18 mar 2022