Velhas vilas unidas por taninos redondos
Trauteando versos da cantiga que falam tripeiro
O nosso Douro é imenso, belo sem igual, quando, trajado de primavera, em veste de gala, abraça as duas urbes irmãs, que são uma apenas!
Velhas vilas, que soçobram entre si, na sua essência, na sua partilha, unidas por taninos redondos, por pontes de paisagens, “estórias”, gentes e cumplicidades, como as que sentimos em Miragaia ou na Afurada, quando à beira rio caminhamos de gelado na mão, respirando a aragem salgada que vem do mar, rio acima, num rabelo às tantas, e nos penteia o cabelo que, como o nosso espírito, ondula livre como os pássaros marinhos que sobrevoam a Sé, num céu tão azul, com tanto sentido!
É como o milhafre da canção do Rui Veloso, que assobiamos ali, de coração cheio, trauteando aqueles versos que falam tripeiro, sentados no muro, vendo os barcos que sobem e descem as águas e ouvindo a cacofonia poliglota dos turistas, aos magotes, que passam na calçada, posando tantas vezes para mais uma fotografia com as mil pontes do Porto em pano de fundo, como no cinema de Manoel de Oliveira, mas sem o preto e branco, que também são as cores da Invicta que amamos!