Que sonho aquele!
Fui voando, vendo tudo lá de cima
Armindo Mendes
Naquela jornada ousei, levantei do ninho, batendo certas asas que não sabia possuir.
Que voo aquele, fingindo de albatroz, a partir da Princesa do Tâmega, num dia quente de maio, mas temperado por aguaceiros! E lá fui guinando a estibordo e a bombordo, consoante os caprichos da rosa dos ventos, como ventura de estar vivo.
Subi alto e vi nuvens, serras e mares, com formas de água, em jeito de devaneios, utopias, quimeras.
E, tímido, fui voando, vendo tudo lá de cima.
Apendera a esvoaçar!
Que sonho aquele!