À espera das vindimas para vinho se tornarem
Olhar as uvas que pendem das ramadas, como em tempos dos nossos avós
Já são raros esses frutos tintos assim deixando um aroma doce à nossa passagem
São testemunhos de tempos idos, quando os de Roma cavalgaram entre nós
E eles crescem, os cachos, à espera das vindimas para vinho se tornarem e nos darem coragem.
O tinto é vontade dos que provam o néctar do Deuses, sob bênção de Baco
Por cá são muitos os bebedores discípulos dessa figura divina
Em sua honra enchem canecas de carrascão e até esquecem o tabaco
E depois riem em embriaguez e cantarolam com ouvidos para a concertina
No tasco do Vasco o vinho alegra as almas e chama pelo bacalhau frito
O fiel amigo chega às mesas fumegante com os comensais nos bancos de madeira sentados
Saciam, pois, o desejo e secam o prato com a broa de milho para molhar um bocadito
E pronto, é assim no Minho, ontem como hoje, os homens comem e bebem vinho contentados.