
Armindo Mendes
Na labuta das letras…
Quando percebemos o que já percebíamos.
Quando sentimos o que já pressentíamos.
Quando constatamos o que já constatávamos.
Quando intuímos o que já intuíamos.
Quando vemos outrem surpreender-nos sem surpresa.
Quando vivenciamos outrossim, hoje, o que já antecipávamos, ontem!
Imerecido? Porventura, sim! Porém nada que a “trivialidade” não prenunciara.
Estava lá, na tona do rebuliço, não quis atentar o que saltava aos olhos.
Desilusão, quiçá, engano meu, apenas constatação!
Agora digerir o travo amargo, recorrente!
Procurar nas convicções, as minhas, para outrem, fraquezas.
Esmiuçá-las e partir, de novo, para a “trivialidade”,
Com as surpresas, por certo… que outrem, de perfil qualquer...
Há de, sem pasmo, surpreender o previdente incauto, eu!
Para amanhã ficar, sem surpresa, de novo, desiludido!!!
publicado às 12:17

Armindo Mendes
![Rio Ovelha.jpg]()
Longa labuta terminada, finalmente!
Regressar ao carro, arrancar!
Chove na A42, morosamente…
Faróis a rasgar a bruma, sem luar.
Painel de instrumentos cheio de brilho…
‘Start’, ‘Stop’ na minha “nave”, em andamento!
Ar condicionado tépido, como perfilho…
‘Spotify no som, botão do ‘ON’, contentamento!
Escolho cada balada, cada canção!
Só quero as que me dão mais gozo!
Vou saboreando cada batida, cada som!
É um embalo tão gostoso!!!
Hora de balanços da jornada, das coisas!
Puxo a fita atrás para soletrar as horas.
O que fiz, com quem falei ou escrevi nas loisas.
Um dia como outros, numa vida de histórias!
Avançar nesta estrada, em solidão!
Sem pressa, deixar o tempo andar.
Bermas escuras, placas de circulação…
Olhos postos no vazio, ousar pensar!
Chegada ao destino!
Ao aconchego do meu cantinho!
No meu pequeno mundo o dia termino.
Ligo a minha música, sem jeito, escrevo sozinho!
Armindo Mendes
publicado às 12:28