Caminhos assim!
Olhando em redor, uma vez mais, para saborear de novo!
Há trilhos assim, que nos preenchem a alma, como bosques, de tantas fragâncias, de tantas texturas, de tantos retratos encantados, de tantos sabores frutados, talvez a maçã, de tantos riachos cristalinos, de tantos cogumelos, de tantos musgos, de tantas castanhas, de tantas pedrinhas, monte abaixo, monte acima.

Levantamos o rosto, em êxtase, olhamos árvores delgadas, em alameda alinhadas, que, lá do alto, com os seus galhos, quase ocultam a luz, mas, subtilmente, deixam passar um clarão de ouro, sob a forma de faias de outono, enquanto, no caminho, docemente, vamos pisando as folhas numa carpete de cores e sons, com passos que se arrastam sem pressa alguma, só temos vontade de inspirar profundo, ares frescos da Estrela, conter a respiração por instantes, e expirar suavemente, olhando em redor, uma vez mais, para saborear de novo, repetidamente!

A meio da grande subida enlameada, atrás de nós, apesar do chuvisco, apetece parar o tempo, quando olhamos, a poente, a montanha, onde o sol se esconde, por entre as nuvens, a caminho do mar, enquanto ouvimos o Zêzere, jovem rebelde, encosta abaixo…
