Há décadas que sigo a carreira de Yanni, o músico e compositor grego, atualmente com 69 anos, que encanta milhões à volta do mundo, com as suas melodias "New Age", ao piano, que nos enchem o coração, que adoro há tanto tempo… em serões que nunca acabam, à meia-luz da noite… quase sempre… enrodilhado nos CD`s e DVD´s da minha coleção… Ouvir as suas composições e orquestrações é um prazer renovado, a cada regresso àquele disco (também tenho em DVD) especialíssimo, de 1993, “Live at the Acropolis”, com o qual, ainda na minha juventude, descobri verdadeiramente a maestria de Yanni… num concerto num sítio incrível...
Ali, este tema maravilhoso, “One Man's Dream", conquistou-me!!! Ainda hoje é um dos instrumentais mais belos que alguma vez ouvi, que ouço vezes seguidas, sem me cansar, pela sua simplicidade e beleza, contando uma história, aquela que nós quisermos… na nossa memória, na nossa saudade!
No meu caso, é uma música que cheira a rosas, reluz como o sorriso da minha mãe, que eu trago dentro de mim, ou com aquele olhar tom de mel, materno, de amor infinito, que me abraçava!!!
Sim, eu sei, é uma música que me faz sofrer, às vezes, chorar, quase sempre!!! Por ser tão bela!!!
Mas, “Live at the Acropolis” é apenas um notável exemplo dos muitos trabalhos em estúdio ou ao vivo que o músico tem proporcionado aos seus seguidores.
Outro concerto maravilhoso foi o que o músico grego deu, mais recentemente, em AlUla, na Arábia Saudita, intitulado “Until The Last Moment", justamente o nome desta composição que partilho aqui, por ser um dos que melhor traduz a obra de Yanni, que adoro até ao último bocadinho!
“Haja o que houver”, dos Madredeus, é um tema muito especial, de 1997, que reflete o período áureo daquele grupo, então com a voz lindíssima de Teresa Salgueiro, capaz de nos arrepiar!
A composição musical é simples, como sempre nos Madredeus daquela fase, mas envolvente, destacando-se as cordas.
A letra é cheia da saudade lusitana, aquela que só nós, neste cantinho da Europa, do Minho ao Algarve, dos Açores à Madeira, somos capazes de sentir, quando gostamos de alguém.
Abril é o mês da "Revolução dos Cravos", mas também é o mês do aniversário de duas pessoas que amo muito: o meu filho e a minha mãe. Ele está lindo e acabou de entrar na adolescência, mas quem um dia me trouxe ao mundo já partiu, deixando no meu coração uma tremenda saudade, mas a imagem de um enorme sorriso, o seu, que era tão belo.
Mãe, querida, são tantas as vezes em que me apetece ouvir a tua música, os teus tangos, as tuas valsas, que ambos dançámos na minha sala. Eu sem jeito algum, tu com a subtileza de movimentos. 'La Comparsita' era o teu tango preferido, recordo bem.
Recordo o teu olhar no meu, a luz da tua expressão e os teus afagos de mãe, sempre sorridente. Eras a alegria da casa, sempre.
Como foi bom observar quando, com uma enorme ternura, deste colo ao teu neto, meu filho, ainda bebé.
Estivemos e sofremos juntos quando o pai partiu, levado pela doença. Mas lutaste tanto nesses tempos difíceis em que tu e eu, ainda tão jovem e assustado, fomos lutar juntos pelo direito a sermos felizes de novo.
Mas uma doença estúpida e injusta levou-te também. E eu fiquei com um vazio no meu peito, que jamais será apagado, mas feliz por ter tido a sorte de ser filho de um pai e uma mãe tão lutadores.
Foste uma mãe maravilhosa e sê-lo-ás sempre projetada no meu coração!