Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Marca d'Água

Marca d'Água

27
Fev24

Força maior que a inteligência não alcança!

Simplesmente, respirando, em paz!


Fridão paisagem rio Tâmega.jpg

Subir a encosta para ver mais do alto, lá ao fundo, o rio Tâmega, que vai escrevendo no sobrado da serra aqueles poemas resinosos, aromas a pinho, sons fluviais, palatos a medronhos, sob a forma de vigor que nos molha as mãos enrugadas!

São elas que levamos ao rosto, para nos refrescarmos na caminhada da vida, de tantos suores e lágrimas, ou até, feridas por cicatrizar!

Baloiço do Tâmega.jpg

E lá, no baloiço do Tâmega, no vai e volta suspensos nas cordas do destino, retemperamos vontades de irmos para além da nossa força!

Como um pêndulo, por energia maior que a nossa inteligência não entende, nos impele à procura de nos satisfazermos, ora mais, ora menos, nem que seja, à espera do ocaso da jornada, ali, no penhasco, simplesmente, respirando, em paz, para cá do Marão!

12
Jan24

Belas montanhas do Alvão que se alongam, redondas

... teimando, até que a vontade canse o pastor…


serra do Alvão2.jpg

Descer as entranhas do Alvão, nas curvas e contracurvas da estrada, rumo a Mondim, é uma experiência sempre nova, a cada retorno àquele paraíso, nas cercanias da nossa “civilização”…

E depois, parando na berma da estrada, caminhando no trilho acidentado, colina acima, olhando as montanhas, tão imponentes quanto arredondadas, num fim de tarde quase solarengo que aguarda a primavera.

Percebe-se que elas, as montanhas, se alongam, preguiçosas, até outras serranias, como o Marão e a Meia-Via, mas orgulhosas pelos fios de água do Olo, cristalino, que descem, como véu de noiva, em socalcos rochosos, nas Fisgas de Ermelo, até uma poça fresca, com cheiro a resina, coaxar das rãs, milhafres que voam em círculos, num cenário extraordinário da natureza selvagem… que contemplamos, mudos na admiração, imóveis no tempo, sentindo a aragem!

serra do Alvão.jpg

Aqueles bosques abrigados enchem-nos de gentileza, pelas longas vistas de verde nas encumeadas ricas de sombras, e pelas pinhas que vão caindo ao lençol de caruma que cobre os chãos, ao lado da cabana florestal…abrigo de montanha, de tempos idos.

Nas aldeias encravadas na serra, quase sem gente, de telhados toscos, partem os últimos rebanhos que desafiam o futuro, teimando, até que a vontade canse o pastor…

07
Fev22

Prenúncio da Primavera


Chamaram-lhe “Trilho dos Castanheiros”, em Amarante, na margem esquerda do Tâmega – vários quilómetros de deleite para os sentidos (paisagens lindas, para os olhos, o tagarelar polifónico da passarada e o borbulhar nos açudes, para os ouvidos, e mil e uma fragâncias dos bosques das redondezas, – mas, por estes dias, quem mais ordena, são as mimosas, com o seu tom amarelo exuberante ao pôr do sol e aquele cheirinho, prenúncio da Primavera, que convida o nosso ser a contemplar, com volúpia, num banco de madeira à beira rio, cada fim de tarde deste fevereiro chorão e solarengo, mas frio, com vontade de tornar a saborear as vistas da Princesa do Tâmega, que se aconchega num peito de alma grande!

Trilhos dos Castanheiros com mimosas.jpg

06
Fev22

Num porta-joias flor-de-lis


Que surpreendente e belo cantinho para contemplarmos cada nuance da natureza que o Homem quer preservar!

Que belo casamento entre a mãe-Natureza o pai-Homem, unidos num só, belo quadro que se espraia no espelho de água do Tâmega refletindo o céu borrifado de ouro e as mimosas, de pequenos botões, que apetecer tatear, cheirar, levar para casa e guardar, em segredo, num porta-joias aveludado, de azul-marinho, que reabriremos para vermos os tons perfumados da flor-de-lis com sotaque a Versailles deixado pelas invasões.

Amarante proporciona estes antros para nos arrepiar a alma, olharmos o horizonte e vermos os traços no éter quase boreal.

Caminhar ali é tão especial quanto o ar fresco que nos esfria o semblante, mas que nos impele para irmos além daquela curva e perceber o que se oculta lá.

FOTO: Armindo Mendes

Trilhos dos Castanheiros miradouro.jpg

 

 

 

19
Out21

Para o coração de Amarante, fitá-lo!


Rio Tâmega Amarante04.jpg

Abro os braços meus para abraçar cada bocadinho

Abro o peito meu para sentir cada pedaço

Abro o coração meu para palpitar o carinho

Abro a alma minha para saborear o teu regaço.

 

 

Caminho ali entre carvalhos, becos e guigas

Caminho de mão dada com o rio dos altos poetas

Caminho na passerelle de belas raparigas

Caminho em solos de pintores a óleo e quiçá profetas.

 

 

Abro os olhos meus e vejo o manto da princesa

Abro os olhos meus e vejo os sabores dos conventos

Abro os olhos meus para as preces ao beato, a promessa

Abro os olhos meus tacteio as rosas dos ventos.

 

 

És bela, ò terra de gentes grandes das artes

És belo, ò Marão hirto nos cumes de orgulho imenso

És belo, ò Tâmega quando chegas ou quando partes

Sois belos, Amadeo ou Pascoaes, de esplendor intenso.

 

 

Afago os jardins das resistências heroicas ao franco canhão

Afago as praças das cheias que sangram as nossas memórias

Afago as pontes, açudes e azenhas de tempos que já lá vão

Afago violas com corações e rabecas das amarantinas histórias.

 

 

Subo a São Pedro, subo a São Domingos e a Santa Clara, em encanto

Subo as calçadas dos já partidos e miro a varanda dos reis, de São Gonçalo

Subo à Madalena, São Veríssimo, Santa Luzia e ao Covelo, que olho com espanto

Subo ao Conselheiro ou Solar dos Magalhães para o coração de Amarante, fitá-lo!

 

 

Mais sobre mim

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2007
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D
  235. 2006
  236. J
  237. F
  238. M
  239. A
  240. M
  241. J
  242. J
  243. A
  244. S
  245. O
  246. N
  247. D