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Marca d'Água

Marca d'Água

03
Mai24

O barco que desce serenamente o Douro…

Tanta tranquilidade que até “dói” …


embarcação rio douro Resende Porto de Rei.jpg

O barco que desce serenamente o Douro…

Tanta tranquilidade que até “dói” … neste silêncio...

Em Porto de Rei, terra de cerejais, degustada a deliciosa fatia de uma cavaca de Resende, vemos o cruzeiro fluvial passar, descendo o Douro… entre dois distritos, a norte o Porto (Baião), a sul Viseu (Resende)...

embarcação rio douro Resende Porto de Rei02.jpg

Sentados ao sol, no ancoradouro, com as águas do grande rio aos pés, quase nos apetecer ir atrás da correntia e caminharmos nas águas, ao lado do barco, pachorrento, saudando os turistas de olhos em bico encantados com tanta beleza da paisagem… em todos os idiomas a bordo ou com um universal sorriso de orelha a orelha próprio destas gentes do norte de Portugal…

Coisas simples, assim, se fazem, nem que seja imaginando, entre margens deste Douro Verde, por terras do românico!

Brindemos, pois, com o avesso de Baião, na outra margem!

 

23
Mar22

Quando a noite cai

À sombra, como guiga à bolina


azenhas Amarante.jpg

Palavras, forma de esboços de nós

Letras, formas de fios de água do peito

Rascunhos, formas de rabiscos a sós

Folhas brancas, formas de desabafo a eito.

 

Quando a noite cai, a luz esvai-se

Quando a noite cai, o semblante esmorece

Quando a noite cai, a vontade contrai-se

Quando a noite cai, o coração amolece.

 

Luz apagada, olhamos para dentro

Luz apagada, as nossas entranhas

Luz apagada, âmago em nós, ao centro

Luz apagada, rodopios em nós, suplicamos manhãs.

 

Sol raiou, acordar sobressaltado

Sol raiou, noite, ao postigo desassossego passou?

Sol raiou, vulto ao espelho, lavado

Sol raiou, não sei para onde vou.

 

Na rua, olho tudo, vejo pouco

Na rua, dou passos, sem em andar a pé

Na rua, o jornal do mundo louco

Na rua, como Pascoaes, tomo café.

 

Sigo a alameda, à beira rio, para a neblina

Sigo, costas ao sol, para o açude

Sigo à sombra, como guiga à bolina

Sigo inquieto, como poeta, do que não pude.

 

Sento no muro, Tâmega, confidente

Sento, procuro papel e caneta

Sento para escrever, sem jeito fluente

Sento, traço espírito meu em silhueta.

Amarante cidade rio Tâmega copiar.jpg

O Covelo, nas águas, espelho de nós

O Covelo dos gansos idos para algures

O Covelo das inundações sonhos levar

O Covelo dos arcos da ponte para nenhures.

 

Escrita de coisas em dia sem graça

Escrita sem nexos, após noite sem parar

Escrita de estados que alma perpassa

Escrita que o tempo vai esbater, sem obliterar…

 

Armindo Mendes, 23 de março de 2022

 

 

 

16
Mar14

Túnel da antiga Linha do Tâmega


WP_20140315_008.jpg

WP_20140315_007.jpg
Por este túnel passavam os comboios que circulavam na Linha do Tâmega, entre Amarante e a encantadora região de Basto.

Atualmente, por lá passam os que, andando de bicicleta, correndo ou caminhando, desfrutam da ecopista de Amarante, que aproveita o corredor da linha de caminho de ferro que foi desativada na década de 80.

As paisagens são muito bonitas, por vezes na companhia do rio que dá o nome à pista!

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