Parque Nacional espanhol riquíssimo na sua biodiversidade
Armindo Mendes
Os Picos da Europa são uma formação montanhosa, que chega aos 2.650 metros, no seu ponto de maior altitude.
Situam-se no norte da Espanha, na região das Astúrias, não muito longe do mar e da cidade de Oviedo, e constitui a parte central da cordilheira Cantábrica.
Trata-se de um Parque Nacional espanhol riquíssimo na sua biodiversidade, proporcionando paisagens lindíssimas, com o verde viçoso dos prados e do arvoredo a sobressaírem por entre picos de declive acentuado e formações rochosas.
No parque correm linhas de águas frescas e podem ser encontrados os famosos lagos de Covadonga, que eu não consegui visitar devido ao mau tempo, com inúmeros trilhos para caminhadas e passeios de bicicleta, a grande altitude, com vistas de cortar a respiração!
É sempre bom recordar que foi a partir destas nestas montanhas asturianas, que apresentam um clima irregular, mesmo no verão, que começou a denominada Reconquista Cristã da Península Ibérica.
É um Monumento Nacional situado no cimo do Monte do Pilar
Armindo Mendes
O Castelo de Lanhoso, situado junto à vila minhota de Póvoa de Lanhoso, remonta ao século X, estando, por isso, ligado aos primeiros anos da nossa nacionalidade e ao período românico, como tantos outros monumentos do Entre Douro e Minho.
Trata-se de um Monumento Nacional situado no cimo do Monte do Pilar, o maior monólito granítico da Península Ibérica, de onde se pode desfrutar de belas paisagens, com vistas para o Gerês, ou agradáveis piqueniques nas áreas abrigadas por árvores, onde existem mesas em granito para os comensais.
Atualmente, de lá partem belos trilhos para caminhadas, nas redondezas verdejantes!
É um local muito procurado por turistas e pela população da zona e também eu, com a minha família, ainda pequeno, a partir de Guimarães (concelho vizinho) lá ia muitas vezes, no verão, em passeio, recordando o percurso íngreme pelas capelinhas, onde íamos parando para retemperar forças, as longas correrias com o meu pai e manos no enorme penedo, e, às vezes, os almoços em família, sobretudo aniversários da minha avó materna, num restaurante que lá havia, no cimo do monte….
A coberto de uma textura de tons e aromas frutados
Armindo Mendes
A vida é isto: vamos acrescentando saber ao longo da caminhada, como humanos, nem sempre perfeita, tantas vezes por trilhos inclinados.
Para alguns, a subida é íngreme e, a cada passo, descobre-se que certas paisagens, a coberto de uma textura de tons e aromas frutados a amêndoa, num ápice, do outro lado da colina, se revelam em rochas desengraçadas, caules afiados, sem luz, como noites sem rimas...
(Serra da Caldeirão, Algarve) - FOTO: Armindo Mendes (Direitos Reservados)
O Arquipélago dos Açores, com as suas nove ilhas, das quais conheço sete, é um território tão especial para mim... mesmo muito especial.
Sempre que lá volto fisicamente ou simplesmente viajando na memória, como agora acontece, sinto-me feliz, recordando os sonhos, a paz, os cheiros, os bosques, os prados, as flores, afinal as paisagens de verdes intensos e mar a fugir de vista...
... como se aquelas ilhas da bruma tivessem sido criadas para me encher os sentidos feitos janelas da alma!!!
Numa caminha organizada hoje pelo “Sentir Património” pude conhecer o local onde nasce o Rio Sousa (afluente do Rio Douro), o curso de água que dá o nome à região e ao vale onde vivo.
Foi uma sensação agradável ver a água que brota do subsolo numa zona tão bonita, onde prevalecem as paisagens rurais proporcionadas por campos agrícolas tão férteis, com os seus vinhedos, castanheiros e carvalhos, por agora com tons outonais.
A nascente localiza-se na freguesia de Sendim, no concelho de Felgueiras, nas proximidades da Casa de Cabeça de Porca, quase na fronteira com a vizinha freguesia de Friande.
O rio nasce em Felgueiras e daqui, já mais crescido, segue serpenteando pelas terras verdejantes do vale em direção a Lousada, Penafiel e Paredes. A seguir, o rio entra em território de Gondomar, onde conflui (Foz do Sousa) com o Douro.
Foi mais uma caminhada dominical muito agradável, na qual foi possível aliar o exercício físico, companhias agradáveis e a uma boa dose de enriquecimento cultural proporcionado pelo incansável Sr. Miguel do “Sentir Património”.
Por estes dias, caminhei mais uma vez pelas serranias do Marão, desta vez por trilhos em redor da aldeia de Covelo do Monte, um pequeno burgo com casas de xisto.
Com uma ótima companhia, sem surpresa, voltei a avistar paisagens fantásticas, desfrutando da natureza em todo o seu esplendor, numa manhã de verão!
A beleza dos montes misturava-se, nesta caminhada com os leitos de pequenos regatos, quase secos pelo calor, e uma ruralidade bucólica, tão próxima das gentes que restam daquele povoado, tão pouco conhecido, encravado nas entranhas do Marão.
No sobe e desce das encostas, às vezes ladeados por pinhais, abrigos de montanha abandonados e colmeias, enquanto os pés pisavam pedaços de xisto nos trilhos acidentados, os nossos pulmões agradeciam a bênção daqueles ares tão puros.
Esperavam-nos também vistas com campos de milho e hortas que ladeavam caminhos rústicos, com rochas esventradas pelas rodas dos carros de bois que se escondiam, quiçá, em pequenos resguardos feitos com xisto.
Também ali, abrigados pela sombra de um carvalho, degustámos as amoras silvestres.
Quando subíamos mais alto, às vezes parávamos e, simplesmente, olhávamos e sentíamos o que a natureza nos oferecia. Tão bom!
Ante o céu azul, aquele silêncio num horizonte de montanhas é ouro! Nem a presença sonora dos chocalhos do gado maronês ousava estragar, antes pelo contrário, são sons que contribuem para adensar o sossego de quem simplesmente, às vezes, prefere estar surdo ao que vem lá de longe, da cidade.
Sim, não custa nada, basta apenas caminharmos até lá e deixarmo-nos ser parte daquele conjunto tão simples, mas tão belo.
Vale sempre a pena caminhar por sítios tão bonitos que o nosso país oferece.
Só a aldeia de Covelo do Monte já não tem o encanto de outros tempos, sobretudo porque construções recentes agridem o casario de xisto original, ferindo o que resta do caráter bucólico do velho lugar!
O parque urbano do Freixieiro, em Celorico de Basto, é um dos mais bonitos que conheço e um dos que traduz um ótimo aproveitamento dos recursos públicos em prol do bem-estar da população.
Trata-se de um espaço cheio de verdes viçosos e com um desenho muito bonito, nas margens do curso de água que lhe deu o nome. Há uns anos, aquela era uma zona esquecida e algo degradada de Celorico de Basto, mas o investimento lá realizado, baseado num bom gosto notável e aproveitamento do bosque que já existia, transformou-o numa joia que apetece fruir, olhando, cheirando, ouvindo o chilrear da passarada ou, simplesmente, sentindo a natureza em todo o seu esplendor!
Lá não faltam equipamentos desportivos, parque infantil, mobiliário para piqueniques, extensos relvados, zonas de sombra abundante e trilhos para caminhar, ladeados por tradicionais moinhos de granito, recuperados com oportunidade. Também o lago que lá foi construído é encantador, com aves que cativam a pequenada, mas também os mais graúdos.
E nesta altura do ano sobressaem por lá, nas margem do pequeno rio, as hortências, flores que adoro observar e que me fazem lembrar as lindíssimas ilhas do Açores.
Hoje, por instantes, embalando pelo entoar das cascatas do Freixieiro, deixei-me, no imaginário, viajar para as “atlântidas ilhas”, olhando as hortências, deliciado, com a sua beleza, com os seus tons de azul extasiante em forma novelo, que pareciam felizes com os primeiros raios de sol quente de um verão acabado de chegar!
Foi muito agradável caminhar calmamente, olhando os moinhos e as aves do lago, rumo ao fim de tarde, abrigado do calor por árvores robustas e refrescado pelo gelado que degustei, em ótima companhia, sentado no banco defronte para espelho de água.
Sendo filho de um pai que era fotógrafo, cresci a “tirar” fotografia. Ainda hoje, o mundo da fotografia é um dos meus passatempos preferidos, para além da componente profissional que, pontualmente, ainda vai representando para mim.
Ao longo dos anos, terei já captado, através das lentes óticas, milhões de imagens, as primeiras ainda em película e mais tarde para suporte digital.
Esta imagem que apresento tem para mim um duplo significado. Em primeiro lugar aquilo que ela retrata, com uma qualidade notável, enquanto mosaico de cores de um Alentejo primaveril do qual tanto gosto.
Mas, tão importante quanto isso, o facto de ter sido captada com o meu telemóvel, provando, se dúvidas havia, que estes suportes já são a terceira geração da fotografia, dando como adquirida que a primeira foi a analógica – em película e papel – e a segunda com o surgimento das câmaras digitais.
A terceira geração acrescenta muito à segunda, por permitir associar um vasto conjunto de recursos tecnológicos que garantem uma qualidade superior e exponenciam, através de técnicas digitais avançadas, as capacidade de captação de imagem, inclusive simulando uma panóplia de lentes e filtros de cor notáveis.
Hoje já começa, em muitas circunstâncias, a fazer sentido pergunta, na altura do “clic”, se devemos optar pelas câmaras digitais ou se, em alternativa, se desejarmos algo mais elaborado, o smartphone que trazemos no bolso.
Comigo já aconteceu muitas vezes, posso garantir. Sobretudo nos momentos em que, após o “clic”, gostando do efeito, nos apetece partilhar de imediato o resultado com os “amigos” através das redes sociais.