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Dez23
Que coisa esta, alguém à cata de alento
Caem da alma, prostradas, sem animação!
Há serões assim, devaneios soçobrados ao relento
Quando falta inspiração, sobra frustração
Querer páginas para rasgar, só falta talento
Inverno! Faz frio lá fora, cá dentro, talvez ilusão
Dedos na pena, sem tinta, só descontento...
Palavas caem da alma, prostradas, sem animação!
As folhas brancas vão-se borrando, de cinzento
De falas mudas, sem chama, sem ópio, só desilusão
Que coisa esta, alguém à cata de alento
Fechar o dia, à noite, busca daquela canção
Ousar sons que exorcizem inquietações, como poção!
Estas rimas, exaustas, naufragam, aquém, nesta vaga de vento
À espera da bonança, quando o sol raiar, além, na monção!