Numa vila de Portugual
Belmonte com charme
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Lua minha, voltaste!
Bela és, neste céu escuro.
És ponto de luz, que procuro!
Auréola celeste em mim realizaste.
Lua, deusa da noite és!
Presença maior no Cosmos de tantos.
Dos contentamentos ou de prantos
Estrelas confessam aos teus pés.
Uma noite mais com o teu perfume!
Servo sou ao teu encantamento.
Detenho-me, olhando-te no firmamento!
Até ao amanhecer, tanto queixume.
Diva de quimeras, de trovadores!
Alumias caminhos do labirinto.
Porém teu brilho hoje sinto!
Audaz para os sonhadores.
Pela madrugada, esperar.
Sei que partirás, mas voltarás!
Nos sonhos de pérolas estarás.
Olhos abrem, acordar, acreditar!
Quase noite neste bosque agridoce …
Troncos de árvores são formas escuras.
A lua já se ergueu, no seu despertar precoce…
O sol levou do dia curto, as agruras.
Carvalhos assustadores, nada sublimes…
Formas fantasmagóricas nas folhagens.
Aves noturnas com sonidos, como nos filmes…
De dia tão belo, agora sem fulgência, as imagens!
Meus passos repisam outono, nas folhas
Aperto o casaco, faz aqui frio!
Olhos escuros, nesta escuridão de escolhas…
Quando das copas cai forma de arrepio.
Avança-se no trilho sombrio!
Ouve-se a levada, conheço-a, ela vai.
O moinho também, além, que a noite já cobriu…
Olhar à volta, medo, a coragem que se esvai.
O manto de penumbra cobriu o meu cabelo.
Mãos nos bolsos, busco o foco salvador…
Vais ajudar-me no caminho, quero vê-lo…
A luz corta a noite, mas não certo ardor.
No estradão, ao pé da aldeia, volta a luz fria.
De costas ao bosque, é sem glória esta claridade!
Olho o resto de sol que se perde na serra que cobria…
Regresso ao mundo seguro, quase verdade!