Primavera és fonte, ventre de luz
Acorde de flauta, eterna salva…
Ò Primavera, bem-vinda sejas, de volta…
Por onde andaste, tanto tempo, ausente?
Estiveste longe ou andaste perdida, à solta?
Pouco importa agora, voltaste bela, contente!
O Inverno já lá vai, do frio, dos dias petizes…
Ò Diva das margaridas, no regaço borboletas trazes
E prados viçosos, fofos, para os amores felizes…
Andorinhas do Sul voltaram, que bela arte fazes.
Os ribeiros estão alegres, nas cachoeiras cantas…
As cerejas vão nascer, para nos corar
Piqueniques no Gerês, arraiais até às tantas
No carvalhal chilreias, para todos encantar…
Primavera és nascente, ventre de luz, flor alva...
Rainha em cada recomeço, todos os anos, assim.
Sol e Lua saúdam-te, em acorde de flauta, eterna salva…
Sim, és bela cegonha em voo de paz e amor, sem fim…