01
Out21
Línguas de amor eteno segredar
Língua que se retrai no primeiro beijo.
Anichada na caverna, oculta por cortina de batom.
A língua espreita doce, miras em lampejo.
E, na boca do passo doble, já num baile em bom tom.
Língua de Romeu que ondula em tango um pedaço de ser.
Língua húmida de Julieta que flutua em devaneio.
Língua que acaricia outra gémea, por se ter.
Línguas em par são passos em bolero, ritmo sem freio…
Essas línguas enrolam-se, em dança, em ternura.
Essas línguas saboreiam sucos, receber e dar.
Essas línguas segredam o que perdura.
Essas línguas, aves de Danúbio Azul, de amor eteno segredar…