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Marca d'Água

Marca d'Água

27
Mar24

À noite, num dia de chuva zangada lá fora

Convite para partir em direção ao monte Fuji, bem alto, no pensamento


Ouvir Kitaro é um privilégio, uma dádiva que agradeço àquel mestre!

Num exercício de egoismo, diria que algumas das suas compoesições parece terem sido feitas para mim, porque nas minhas artérias parecem fluir, sem pressas!

Encantam-me, porque são doces, suaves, exalam ternura, paz e tranquilidade... E são tantas assim... corpo acima, o meu!

À noite, numa jornada de chuva zangada lá fora, sem céu estrelado, saborear estes acordes, aqui dentro, é uma delícia, a cada regresso ao mundo de sonoridades de Kitaro, ao ritmo oriental, do sol nascente!

Ouvi-las, em paz, são convites renovados para abrir as asas do sonho e partir em direção ao monte Fuji, voar bem alto, no pensamento, numa odisseia de memórias de prados frescos, de devaneios em cascata, de quimeras em flor de cerejeira e travo de mel!

No fundo, de pensamentos, interpelações, sobre aquilo que somos, que fazemos, de onde vimos, para onde vamos, nos nossos dias finitos, aproveitando cada instante, numa torrente de arrepios, à nossa maneira, no nosso cantinho, à luz da noite!

 

Boa noite!

24
Dez23

Noite maior

Kitaro - Silent Night


Nesta noite tão especial, de amor e partilha, proponho aos que me seguem neste cantinho, uma música de Natal, de encantar, tão doce, tão bela, aqui interpretada com a magia e a sensibilidade única de Kitaro, para sonharmos, noite fora!

Espero que gostem!

Eu adoro!!!

30
Mar23

Kitaro associou-se a movimento ambientalista no Vietnam (VÍDEO)

Compositor japonês foi convidado num concerto do músico vietnamita HaAnhTuan


Kitaro vídeo.jpg

O compositor e músico japonês, Kitaro, vencedor de um Grammy e um Globo de Ouro, e autor de dezenas de discos editados ao longo de mais de 50 anos de carreira, foi convidado, em fevereiro, pelo músico vietnamita HaAnhTuan para participar num concerto, no Vietname, que assinala um movimento que se bate pela natureza naquele país asiático conhecido pelas suas florestas tropicais.

Nesse concerto memorável, acompanhado de uma orquestra clássica, HaAnhTuan dá voz a duas das mais conhecidas composições de Kitaro, num exercício vocal espetacular e arranjos musicais belíssimos, que deverão em breve ser editados em disco.

O compositor japonês associou-se, assim, àquele movimento ambientalista, algo natural em Kitaro, ou não se tratasse de um apaixonado pela natureza, a principal inspiração para a sua carreira como músico à escala planetária.

Neste documentário, com a simplicidade que lhe é característica, Kitaro fala da importância de as atuais gerações se empenharem na preservação da natureza, em todas as latitudes, pensando no futuro, os nossos filhos, nos nossos netos, apontando como exemplo a plantação de árvores a que se propõe aquele movimento vietnamita.

No concerto, Kitaro afirmou:

“Há três dias, estivemos [com HaAnhTuan] a plantar árvores juntos [na floresta].

Isso não é para as nossas gerações, é para a próxima e próxima e próxima gerações…

As árvores crescem bocado a bocado, bocado a bocado, mas, com certeza, vão crescendo!

Nós somos como as árvores, não precisamos de crescer tão depressa. Nós podemos crescer passo a passo”.

 

A música de Kitaro é uma ode de sentimentos, de emoções, de sonhos, em que a natureza e o amor são a razão de ser da sua inspiração, apaixonando várias gerações de seres humanos, à volta do globo, unidos pela tranquilidade universal da sua mensagem, sob a forma de notas musicais doces que tocam fundo da nossa alma!!!

Neste vídeo ele fala do seu processo criativo.

“Eu crio música e gosto tanto de o fazer, porque o faço na natureza. Calados, conseguimos ouvir muitos sons, os pássaros a cantar, os ventos a soprar… A música deu-me muita inspiração… Talvez eu não seja o criador da minha música. A natureza deu-me a música e ela passou através do meu corpo. É isso a minha música”, afirmou.

30
Dez22

Kitaro, no tapete voador

Começou aí uma paixão para a vida


Capa de disco de Kitaro copiar.jpg

Nos últimos anos da década das cores garridas, os 80's do século passado, quando ‘teenager’ ainda, ensaiava as lides da rádio e idealizava ser “jornalista”, descobri algo que me tocou e que, ainda hoje, de certa forma, faz parte da minha pessoa: a música de Kitaro…

De passagem, apressado, da redação para o estúdio 1, para ler o noticiário do meio-dia, ouvi algo que me despertou: um som especial, doce, sereno, que saía do estúdio 2, então de porta entreaberta. Quedei-me, por segundos, deliciado, para depois seguir para a leitura das notícias do dia, “armado” em jornalista.

Minutos depois, de regresso, entrei no estúdio 2, onde ainda se ouvia aquela sonoridade. Um colega, de cabelos grisalhos, tocava um disco de vinil, enquanto, concentrado nos potenciómetros de uma mesa de mistura, gravava uma cassete num deck Technics.

Perguntei-lhe que música mágica era aquela. Logo retorquiu, questionando-me se eu gostava. Sorri e, prontamente, disse-lhe que não gostava nada, que adorava, tanto!

O Nelinho, assim se chamava o senhor, disse-me então, de peito feito e voz grave, que se tratava de Kitaro, um tal japonês que compunha música instrumental eletrónica.

Ali fiquei, em silêncio, mais uns minutos, deliciado, a ouvir uns excertos e admirando a capa do disco com carateres orientais.

Pedi-lhe, depois, com certo receio, que me emprestasse a cassete que acabara de gravar no estúdio a partir de um disco de vinil chamado “Silver Coud”, de 1984, para que eu pudesse levar para casa, na hora de almoço, e copiá-la para mim, o que acedeu, para minha surpresa.

Assim fiz.

Em casa, preparei uma cópia no meu Hi-Fi, escolhendo uma cassete TDK de crómio, de ótima qualidade, que, entretanto, comprara numa loja.

Ao final da tarde, regressado a casa, sentei-me no sofá da sala. Ansioso, liguei a aparelhagem, acionando o “play” da cassete que gravara na hora de almoço com a música “especial” do tal nipónico.

Com um volume generoso, devorei as músicas, deliciado com aquela sonoridade tão fresca, que mesclava, de maneira inédita, sintetizadores, instrumentos clássicos e até alguns sons da natureza, como o vento e o mar, em melodias suaves que me enchiam a alma até às entranhas. Eu não sabia, mas vivenciava, então, alguns dos momentos mais doces da minha existência, sob a forma de arrepios.

E, lá fora, a chuva batia na vidraça da janela, naquele dia cinzentão, para meu encantamento, olhando a automotora passar...

O terceiro tema daquele incrível álbum, intitulado “Dreams Like”, foi o que mais me apaixonou. Que beleza, que subtileza, que envolvência! Um festival para os meus sentidos exacerbados pela adolescência, uma viagem no éter, flutuando por entre nuvens e estrelas, como se via na capa do disco, em cartão, cheirando a novo, sonhando ser feliz um dia, numa estranha utopia, premonição aquela de um poeta sem jeito!

A noite chegara corrediça e, como fazia muitas vezes, deitado na alcatifa da sala, apagava as luzes e, envolvo numa manta fofinha e umas quantas almofadas, colocava os auscultadores, ouvindo a cassete vezes sem conta, soçobrado, olhando as luzes do Hi-Fi subindo e descendo, sem pressa, ao ritmo da harmonia, como o carrossel mágico do Franjinhas.

A minha mãe abria a porta da sala para ver se eu estava bem. Eu sorria, levantava a mão e ela sabia que eu estava no meu mundo, sozinho, como quase sempre, ouvindo aquelas músicas esquisitas.

Que prazer aquele, que hoje recordo aqui, ouvindo o vinil desta historieta, que fui buscar ao baú, enquanto escrevo estas letras sem graça, só para mim, à beira de mim, porque, egoísta, me apetece!

E foi esse vinil que procurei dias depois numa discoteca (loja que vendia discos) em Guimarães, onde eu costumava comprar os meus tesourrinhos. Peguei na cassete e, na loja, pedi ao senhor que a pusesse a tocar.

Quando ouviu, olhou-me e, orgulhoso, disse que conhecia, que era Kitaro, um "músico tipo Vangelis", disse, logo me levando a uma prateleira, onde lá estava o famoso disco, este que agora gira no meu cantinho, como há 34 anos!!! 

Fiquei extasiado. Comprei o LP (capa deste post) e logo perguntei se tinha mais algum disco de Kitaro.

Disse que não, mas que podia mandar vir, importados do estrangeiro, os que eu escolhesse num catálogo da “Polidor”, que me mostrou, para meu deleite.

Começou aí uma paixão para a vida, a minha, sim!

Desde então, comecei a minha coleção. Primeiro em LP, mais tarde em CD e também em DVD, o primeiro dos quais trazido de Macau, por um amigo radialista.

Hoje tenho dezenas, que guardo, com carinho, apesar de agora ouvir quase sempre em formato digital, no Spotify ligado ao meu sistema de áudio. Mas quando o faço em vinil é algo mágico, que só um tipo desinteressante e 'démodé', como eu, sabe degustar.

Na minha coleção, são muitas viagens pelas diferentes abordagens musicais de Kitaro, ao longo da sua longa carreira, com influências de várias culturas, orientais e ocidentais.

Mas são os seus primeiros discos os que mais gosto, apesar de ainda hoje compor melodias maravilhosas.

O álbum “Dream”, de 1992, é, para mim, o disco mais completo, de um Kitaro já maduro, dono de uma capacidade sobre-humana. A música “Lady of Dreams”, vocalmente interpretada por Jon Anderson, que também cantou para Vangelis, é um hino ao amor e à vida, uma obra de arte eterna, entre outras lindíssimas desta ode.

Muitos anos depois do primeiro contacto com Kitaro, já no final da década de 90, assisti a um concerto dele, em Leon, Espanha, intitulado “An enchanted evening”, naquela que foi, quiçá, uma das noites mais encantadas e intensas da minha vida! Que concerto espantoso num teatro muito bonito!

Por agora, já cinquentão, vou revisitando regularmente a obra daquele extraordinário compositor, que hoje tem milhões de fans em todo o mundo, apesar de nunca ter sido um artista de massas!

Só um “a-propósito”: Gosto de ouvir Kitaro de pijama e robe, no meu espaço predileto, como agora, onde tenho o meu equipamento de som e a carpete sempre prontos para momentos a solo, na melhor companhia – aquela para onde a imaginação iluminar o  espírito, no tapete voador, das mil e uma noites.

Armindo Mendes - 30-12-2022

 

 

 

12
Fev22

Há músicas assim, que nos conquistam!


Como as caravanas da Rota da Seda que, na idade média, das trevas e das pesters, carregavam o tecido que encantava as belas mulheres de senhores da guerra abastados, a música de Kitaro é sinónimo de encanto, prazer, volúpia, calor - convite à contemplação, à paz, sem nunca mais acabar, haja tempo para o tempo da atenção que precisamos, sabendo que o tempo do afeto não tem o tempo que as páginas do tempoexigiam!

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