Caminhos assim!
No reino de Navarra :) FOTOS: Armindo Mendes (Direitos Reservados)
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Imensidão salgada, aqui regresso para falar contigo!
Ergo os olhos, à sombra da luminária, para mirar austral!
Saúdo a luz que se apressou a partir, comigo ao postigo!
Atlânticas são assim - meridionais eu sei - são marés de sal!
Há meio século, o meu, a paixão da fotografia não se explica, sente-se, como a pulsão de querer registar, muitas vezes sem conseguir, o que captam os nossos sentidos, em cada circunstância, em cada palpitação, em cada fôlego.
É assim, queremos fechar a mão para agarrarmos o que nos rodeia, isso é fotografar!
Os meus olhos são isso, desde menino, espelho da alma, sempre olhando, curioso, vendo, mirando, absorvendo, querendo saber, retratando!
Os momentos são únicos e quando deles gostamos queremos guardá-los na memória, no peito - o nosso baú - e dar-lhes, quando possível, feições, formas, texturas, cores, olhares, expressões de contextos, sentimentos, partilhas… sob a forma de flores, rios, mares, castelos, janelas, praias, montanhas, bosques ou, sobretudo, os viveres das gentes, de outros corpos, como nós, vivendo!
Num “de repete”, olhar algo, uma paisagem, um monumento, um rosto, um céu e querer cristalizar o momento, o sentimento, numa memória digital ou quiçá no papel fotográfico, para todo o sempre, sem cheiro é certo, mas com a alma que lhe quisermos dar quando, simplesmente, fotografamos a nossa memória.
Sou do tempo da fotografia analógica, com cheiro, com química, com tato, com paciência!
Como nesta fotografia com quase 50 anos que fui buscar ao baú, que gozo aquele de “tirar” fotografias” numa máquina analógica, de películas 6X6, sem automáticos, tudo manual, tudo ótica pura, tudo mecânico, sem eletrónica, olhando o espelho da câmara.
“Olha o passarinho”, dizia-se, apontando para o flash Metz, com baterias de água destilada, que projetava um clarão mágico!
Na YASHICAA MAT, a cada 12 disparos, mudar o rolo, como fiz tantas vezes, ajudando o meu pai nos casamentos, desde tenra idade! A recompensa era, mais tarde, uma dose extra de pudim!!!
A foto, primeiro a preto e branco, mais tarde a cores!
Ainda menino, ao lado do meu pai, que explicava tudo, vi nascer muitas fotografias, no laboratório da Foto Nanda!
De uma película de celulose com cristais de prata, conhecida como negativo, para o papel, na tina, a preto e branco, sob uma luz vermelha, no revelador, como que, por magia, do nada, numa folha branca que se ia pintando, até emergir em todo o esplendor, uma imagem!
Que belos momentos, pegar na folha, a 18X24 da Kodak, tirá-la do banho e colocá-la a secar! Ainda sinto aquele cheiro, aquela textura do papel que aparávamos numa guilhotina.
Era tudo uma canseira, tudo manual!
Depois, a revolução da cor. Com sete anos, acompanhei o meu pai, em Linda a Velha, na Kodak, num curso de fotografia a cores. Era obviamente a única criança!
Ali aprendi, rodeado de adultos, os princípios básicos e técnicas de fotografia e de laboratório a cores que ainda hoje me são úteis no mundo digital, por exemplo, quando trabalho, em pós-edição!
No laboratório a cores, trabalhava-se praticamente às escuras.
O tato era os nossos olhos, tudo com muito cuidado, mergulhando as folhas de papel nos três banhos – revelador, branqueador e fixador…
... Que tempos aqueles, sempre ao lado do meu pai, o senhor "retratista", como lhe chamavam, da fotografia, dos retratos, que guardo na minha memória!
FOTOS: Armindo Mendes (Direitos Reservados)
Há castelos e alcáceres assim, como o de Mogadouro, de cruzes cravejadas nas rugas das paredes, vestidos com história de ouro e de sangue, páginas templárias, torres de ameias apontadas ao céu, espadas reluzentes imaginárias que fantasiamos, em busca de ajuda celeste nas lutas canonizadas com os sarracenos.
Lá do alto da fortaleza dos homens, os primeiros portugueses com bandeira, avista-se atrás da montanha a Hispânia, dos de Léon, nossos avós romanos, como nós, que o destino quis desligar e depois unir na corrida aos da fé diferente da nossa, mas de tantos legados.
Que belo, hoje, é olhar tanta calmaria nos campos quase sem gente, que partiu à procura de vidas melhores, da Terra Fria transmontana, onde, refletidas nos rios da vida, filhos do Douro, as amendoeiras, as oliveiras e as vinhas, com seus frutos milenares, em socalcos quase geométricos, nos proporcionam tanto prazer ao palato, ao olfato, às vistas e ao peito dos seres maiores, os que, como nós, inspiram mais que uns tantos.
Armindo Mendes
O Arquipélago dos Açores, com as suas nove ilhas, das quais conheço sete, é um território tão especial para mim... mesmo muito especial.
Sempre que lá volto fisicamente ou simplesmente viajando na memória, como agora acontece, sinto-me feliz, recordando os sonhos, a paz, os cheiros, os bosques, os prados, as flores, afinal as paisagens de verdes intensos e mar a fugir de vista...
... como se aquelas ilhas da bruma tivessem sido criadas para me encher os sentidos feitos janelas da alma!!!
Por estes dias fomos bombardeados com imagens alusivas ao Natal, umas mais interessantes dos que outras, mas a maioria baseadas em criações com recursos digitais. São cada vez em menor número as ilustrações feitas pelas mãos humanas, traduzindo a frieza, mercantilização e formatação que vai tomando conta dos nossos dias.
Vem isto a propósito de um conjunto de ilustrações que observei recentemente no Arquivo da Cidade de Porto, alusivas à quadra natalícia, muitas estrangeiras e com mais de cem anos.
Uma delícia para os sentidos, como esta que partilho:
Visitar o "Douro Verde", algures entre Resende e Baião, proporciona imagens assim...
Muito especial. O Natal em Amarante...
As caminhadas proporcionam um sem número de coisas boas. Para além do óbvio prazer físico, há tantos outros gostinhos que podemos encontrar quando caminhamos, o principal dos quais as paisagens que vamos observando. O que eu aprecio mais é o contacto com a natureza no seu estado ainda bem preservado que ainda é possível encontrar nas serranias da nossa região, tantas vezes exaltadas com pequenas aldeias com casas de granito e xisto.
Consoante as estações do ano, é tão bom saborear as paisagens, as cores, os cheiros e os sons da montanha, do campo, da flora, da fauna e das aldeias recônditas.
Os castanhos, os laranjas e os amarelos do outono que alcatifam os bosques são tão lindos!...
Inspirar aqueles ares tão puros, de forma profunda e prolongada, enquanto ouvimos o rio que se apressa por entre as rochas, rejuvenesce cada um de nós.
E depois há aquela atmosfera tão distendida que se sente em quase todas as atividades, só possível pela presença de tanta gente boa que, como nós, gosta de desfrutar deste prazer e alimentar conversas que nos impelem com prazer renovado pelos trilhos da nossa ruralidade.
É muito bom!
Hoje, numa caminhada, subi até ao alto da serra do Alvão, nas paragens de Ribeira de Pena.
Por ali observei a ruralidade, quase esquecida, de uma aldeia sem pressas, e as paisagens de um Minho que se veste com trajes de cores transmontanas, ou não fosse aquela uma terra de Basto, zona de transição entre os dois territórios irmanados pelo Tâmega, no sopé, sempre ziguezagueante e apressado.
Os bosques de verde viçoso, predominando os pinheiros e os carvalhos, eram, apesar disso, menos comuns que as vistas quase despidas de vegetação, ali reinando os solos rochosos, os arbustos típicos das terras altas, os conjuntos graníticos imponentes e, de quando em vez, solos propícios para o pastoreio! Ali avistámos rebanhos de cabras, guardados por cães atentos, e enormes bovinos muito escuros, de raça maronesa, tão apreciados pela sua carne.
Foram cerca de 11 quilómetros, primeiro a subir até ao alto dos montes, depois, pelo mesmo trilho, regressando à aldeia de onde partíramos e avistáramos campos de vegetação de um dourado que os filmes gostam de mostrar, enquanto pequenas linhas de água fresca se precipitam nas bermas das ruas estreitas do burgo, como sinal e vida de uma terra já com poucas almas!
Determinados tipos de trabalho estão hoje muito facilitados pelas tecnologias de informação disponíveis no mercado. A evolução neste domínio tem sido avassaladora nos últimos anos.
Cada mês que passa, surgem aprimoramentos de soluções tecnológicas e a apresentação de novos modelos, novos conceitos e novas soluções, sob a forma dos chamados “gadgets”, em termos de “hardware” e “software”, que potenciam a performance e as possibilidades de conectividade, com vantagens no trabalho e no lazer.
Neste domínio, o designado ecossistema da Microsoft, baseado no recente “Windows 8”, emerge claramente como a solução mais completa na dura batalha que as gigantes tecnológicas têm travado à escala mundial.
Eu gosto muito da solução proposta pela Microsoft, por ser a que, de forma mais eficaz e produtiva, consegue ligar várias soluções tecnológicas, como PC, “tablet” e “smartphone”, assegurando uma complementaridade notável entre vários equipamentos, cujos conteúdos, de diferente natureza, como calendários, agendas, ficheiros “Office” e material multimédia, como fotos, vídeo e áudio, são facilmente sincronizados.
O meu PC de trabalho está equipado com o “Windows 8”, o sistema operativo que consegue, pela primeira vez, garantir as funcionalidades do tradicional ambiente de trabalho do “PC” a outros recursos que, através do designado ambiente “Metro”, associamos mais ao “smartphone” ou “tablet”, com inúmeras aplicações que podem ser descarregadas da loja, capazes de fazer uma panóplia de tarefas.
Este sistema operativo interage na perfeição com o seu “irmão” Windows Phone 8, que corre no meu “smartphone”, proporcionando inúmeras possibilidades de sincronização, em tempo real, de incontáveis conteúdos, o que é extraordinariamente útil.
Por exemplo, um documento “word” editado no PC pode ser acedido imediatamente no “smartphone”, que pode ser usado para prosseguir a edição. O mesmo acontece com os “tablets” que correm em ambiente Windows 8, como o “Surface”, apresentado recentemente pela Microsoft, que se destaca por vir acompanhado de um teclado físico, facilmente descartável, que exponencia de forma fantástica as virtudes dos “tablets”, sobretudo o “touchscreen”, acrescentando-lhe a possibilidade de editar ficheiros “Office”, como o “Word” ou “Excel”, por exemplo, ou escrever mensagens com outro conforto. A vantagem do “Surface”, que entretanto adicionei às minhas ferramentas tecnológicas de trabalho, é que, reunindo as vantagens de ser um “tablet”, nomeadamente o reduzido tamanho e peso, pode ser usado como um PC, porque está munido do ambiente Windows 8 e teclado físico, ao contrário de outros “tablets”, como os “IPad” ou os “Android”, que são algo limitados em ferramentas de produtividade, não constituindo para mim soluções portáteis de trabalho eficazes, ao ponto de poder substituir os velhos “portáteis”.
A sincronização entre as três plataformas Windows 8 - computador, “Surface” e “smartphone” é muito fácil, ao ponto de, por exemplo, podermos gerir, de forma concertada, contas de correio eletrónico e configurações comuns ao computador e “tablet”, incluindo contas de Office 365, e aplicações muito populares, como os jogos e músicas da “Xbox”, acessíveis nas três plataformas.
Este é, sem dúvida, um mundo muito excitante, em permanente evolução, ao ponto de pensarmos que muito estará ainda para vir, não nos atrevendo sequer a imaginar o quão fascinante vai ser. Para estes dias está anunciada a mais recente atualização do Windows, designada Windows 8.1, a qual acrescenta mais funcionalidades ao sistema operativo. Anuncia-se, também, para breve, o lançamento de uma atualização do software que corre nos “smartphones” em ambiente Windows.
No dia 24 de junho de 1128, rezam os manuais de história, foi travada a batalha de S. Mamede, nos arredores de Guimarães.
Ao bater a investida militar da Galiza e Castela, terá sido nesse dia que D. Afonso Henriques e as suas tropas do Condado Portucalense deram um passo determinante que culminaria na independência de Portugal.
Por isso, não percebo a razão pela qual este dia, por ser o dia 1 de Portugal, não é feriado nacional!!!
Pelo menos, em Guimarães, a data é lembrada com as honras que merece!
O parque urbano do Freixieiro, em Celorico de Basto, é um dos mais bonitos que conheço e um dos que traduz um ótimo aproveitamento dos recursos públicos em prol do bem-estar da população.
Trata-se de um espaço cheio de verdes viçosos e com um desenho muito bonito, nas margens do curso de água que lhe deu o nome. Há uns anos, aquela era uma zona esquecida e algo degradada de Celorico de Basto, mas o investimento lá realizado, baseado num bom gosto notável e aproveitamento do bosque que já existia, transformou-o numa joia que apetece fruir, olhando, cheirando, ouvindo o chilrear da passarada ou, simplesmente, sentindo a natureza em todo o seu esplendor!
Lá não faltam equipamentos desportivos, parque infantil, mobiliário para piqueniques, extensos relvados, zonas de sombra abundante e trilhos para caminhar, ladeados por tradicionais moinhos de granito, recuperados com oportunidade. Também o lago que lá foi construído é encantador, com aves que cativam a pequenada, mas também os mais graúdos.
E nesta altura do ano sobressaem por lá, nas margem do pequeno rio, as hortências, flores que adoro observar e que me fazem lembrar as lindíssimas ilhas do Açores.
Hoje, por instantes, embalando pelo entoar das cascatas do Freixieiro, deixei-me, no imaginário, viajar para as “atlântidas ilhas”, olhando as hortências, deliciado, com a sua beleza, com os seus tons de azul extasiante em forma novelo, que pareciam felizes com os primeiros raios de sol quente de um verão acabado de chegar!
Foi muito agradável caminhar calmamente, olhando os moinhos e as aves do lago, rumo ao fim de tarde, abrigado do calor por árvores robustas e refrescado pelo gelado que degustei, em ótima companhia, sentado no banco defronte para espelho de água.
Hoje foi dia para mais uma caminhada, desta feita por terras de Lousada.
O destino era a freguesia de Sousela, cujo território, em tempos de reconquista cristã, foi domínio da Ordem de Malta.
O mote da jornada foi esse, tendo sido possível observar, ao longo da caminhada, vários marcos em pedra que delimitavam o território, sobretudo na zona junto ao rio Mesio, um pequeno curso de água afluente do Sousa.
Apesar de dissimulados pela vegetação, aqueles são sinais de um passado rico que muitos desconhecem. Os promotores da caminhada – Sentir Património – foram dando preciosas informações sobre o contexto histórico do que íamos observando.
Os pedestrianistas puderam caminhar ao longo de um bonito vale, com férteis terras, onde sobressaiam os vinhedos, as árvores de fruto e os campos de milho, ainda e tenra idade. As fragâncias campestres e os verdes viçosos foram presenças que os nossos sentidos agradeceram.
Num ritmo sempre calmo, naquelas paragens também foram observadas casas, de várias épocas históricas, que outrora foram habitadas por famílias abastadas, sobretudo proprietários rurais.
A partida e a chegada aconteceram numa exploração vitícola - Quinta de Lourosa -, onde foram observados muitos hectares de vinha e provado o néctar.
Sendo filho de um pai que era fotógrafo, cresci a “tirar” fotografia. Ainda hoje, o mundo da fotografia é um dos meus passatempos preferidos, para além da componente profissional que, pontualmente, ainda vai representando para mim.
Ao longo dos anos, terei já captado, através das lentes óticas, milhões de imagens, as primeiras ainda em película e mais tarde para suporte digital.
Esta imagem que apresento tem para mim um duplo significado. Em primeiro lugar aquilo que ela retrata, com uma qualidade notável, enquanto mosaico de cores de um Alentejo primaveril do qual tanto gosto.
Mas, tão importante quanto isso, o facto de ter sido captada com o meu telemóvel, provando, se dúvidas havia, que estes suportes já são a terceira geração da fotografia, dando como adquirida que a primeira foi a analógica – em película e papel – e a segunda com o surgimento das câmaras digitais.
A terceira geração acrescenta muito à segunda, por permitir associar um vasto conjunto de recursos tecnológicos que garantem uma qualidade superior e exponenciam, através de técnicas digitais avançadas, as capacidade de captação de imagem, inclusive simulando uma panóplia de lentes e filtros de cor notáveis.
Hoje já começa, em muitas circunstâncias, a fazer sentido pergunta, na altura do “clic”, se devemos optar pelas câmaras digitais ou se, em alternativa, se desejarmos algo mais elaborado, o smartphone que trazemos no bolso.
Comigo já aconteceu muitas vezes, posso garantir. Sobretudo nos momentos em que, após o “clic”, gostando do efeito, nos apetece partilhar de imediato o resultado com os “amigos” através das redes sociais.