Igreja de São Vicente de Sousa numa rota histórica
Há pequenas igrejas românicas, encantadoras, nas aldeias do Tâmega e Sousa, como esta em São Vicente de Sousa, uma joia no concelho de Felgueiras e uma das mais bem preservadas do seu género neste território.
Podemos encontrá-la num vale com bosques, prados e terrenos agrícolas, às portas do rio Sousa, afluente do Douro.
Esta ermida apresenta traços arquitetónicos bem definidos do românico do norte de Portugal, sobretudo o seu pórtico e paredes laterais.
É dos primeiros séculos da nossa nacionalidade e a sua decoração no granito é exuberante, justificando deveras a surpresa e admiração a quem a visita.
Este Monumento Nacional integra a Rota do Românico.
Numa caminha organizada hoje pelo “Sentir Património” pude conhecer o local onde nasce o Rio Sousa (afluente do Rio Douro), o curso de água que dá o nome à região e ao vale onde vivo.
Foi uma sensação agradável ver a água que brota do subsolo numa zona tão bonita, onde prevalecem as paisagens rurais proporcionadas por campos agrícolas tão férteis, com os seus vinhedos, castanheiros e carvalhos, por agora com tons outonais.
A nascente localiza-se na freguesia de Sendim, no concelho de Felgueiras, nas proximidades da Casa de Cabeça de Porca, quase na fronteira com a vizinha freguesia de Friande.
O rio nasce em Felgueiras e daqui, já mais crescido, segue serpenteando pelas terras verdejantes do vale em direção a Lousada, Penafiel e Paredes. A seguir, o rio entra em território de Gondomar, onde conflui (Foz do Sousa) com o Douro.
Foi mais uma caminhada dominical muito agradável, na qual foi possível aliar o exercício físico, companhias agradáveis e a uma boa dose de enriquecimento cultural proporcionado pelo incansável Sr. Miguel do “Sentir Património”.
A maioria das crianças de Felgueiras goza de estabilidade familiar e social, o que se deve à boa empregabilidade no concelho, em contraste com o resto do país, considera o presidente da câmara.
“Percebemos, pelos indicadores socioeconómicos que temos nos serviços de ação social da câmara, que o quadro de estabilidade familiar e social é positivo, não obstante as dificuldades por que passa o país”, considerou Inácio Ribeiro.
Recordando que a taxa de desemprego, em Felgueiras, é das mais baixas do país e a menor no distrito do Porto, Inácio Ribeiro acrescentou que, nas iniciativas da autarquia dirigidas às crianças, como o concurso de pintura “Pinta”, que está a decorrer em todo o município, percebe-se, através das expressões da maioria dos alunos, o bom momento que a economia do concelho está a atravessar.
“Os indicadores que temos são fiáveis. Este concurso, assim como outro ligado a floresta, potenciam esta vivência. Por aqui percebemos grau de satisfação e aferimos a estabilidade social”, acrescentou.
Para o presidente da câmara, é importante “potenciar o bom momento do concelho, trabalhando para que o crescimento dos mais novos se faça num quadro de estabilidade e seja o mais completo, amplo e profundo possível”.
O concurso “Pinta”, que este ano apresenta a proteção civil e a água como tema, tem, segundo o edil, “um caráter pedagógico muito profundo”, promovendo “o gosto pelas artes e desenvolvendo os sentidos desde tenra idade”.
“É importante associar temas fundamentais para a vida e o futuro da humanidade, neste caso a água, como elemento fundamental para a nossa sobrevivência”, realçou.
No âmbito desta iniciativa, que vai na quarta edição, cerca de um milhar de alunos do pré-escolar e ensino básico receberam um conjunto de material oferecido pela autarquia, que inclui telas, paletas, pincéis, chapéus e um livro.
Na abertura, participou a presidente do comité português da Unicef, Madalena Marçal Grilo, para quem a iniciativa é muito interessante, porque leva as crianças de todas as idades participar”.
“São os verdadeiros atores deste evento”, disse, realçando a importância de os mais novos entenderem melhor a importância da água.
“O dia da criança é sempre uma boa oportunidade para celebrar as crianças e chamar à atenção para os problemas que afetam milhões de crianças”, considerou.
Na cerimónia de abertura, realizada na Casa das Artes, vários convidados, em representação de entidades oficiais, interagiram com crianças do pré-escolar que pintavam.
Os primeiros prémios do concurso, dos vários graus de ensino, vão ser oferecidos à UNICEF portuguesa.
O concurso integra o programa da Semana da Criança, que inclui atividades desportivas, cinema e ateliês de pintura em vários pontos do concelho.
O Entre Douro e Minho é uma região com uma história riquíssima, aqui havendo inúmeros solares que atestam a importância do território em séculos idos, como a Casa de Sergude, uma antiga habitação senhorial, em Felgueiras, onde viveu a família do nobre Pedro Coelho, um dos homens que assassinou Inês de Castro. A fundação da casa conta com influência gótica que remonta aos séculos XIII e XIV.
Também está ligada a Nicolau Coelho, navegador que comandou uma das naus que participaram na descoberta do Brasil.
A edificação foi reconstruída em revivalismo neomedieval pelo arquiteto portuense Marques da Silva, o autor do projeto da estação de S. Bento, no Porto.
Os jardins são lindíssimos, havendo até uma fonte decorada com azulejos com a imagem de Santa Luzia.
Por lá passei recentemente, revendo quão bonita e importante é aquela propriedade no concelho de Felgueiras, nem sempre lembrada
Há 283 anos que a “Casa do Pão-de-ló de Margaride”, em Felgueiras, produz aquele doce tradicional, mas as vendas têm aumentado desde que a empresa familiar apostou na Internet.
“Esta empresa, apesar de ter quase 300 anos, tem de se atualizar. Esta presença em termos de multimédia é fundamental”, afirmou à Lusa Guilherme Likfold, proprietário da casa centenária e descendente dos fundadores.
O empresário admite que, apesar de a empresa ser uma das mais antigas do país ainda em atividade, atualmente as vendas ‘online’ são “uma ferramenta importante” para que o negócio tivesse deixado de ser local e passasse a ter outro potencial”.
O proprietário acredita que a aposta nas novas formas de promover o produto tem permitido manter a atividade, sem perdas, assegurando a estabilidade do negócio centenário, que dá trabalho regular a cerca de uma dezena de colaboradores.
O ‘site’ apresenta a história da casa e fala da tradição do “Pão-de-ló em Margaride”, para além de incluir a possibilidade de os apreciadores adquirirem ‘on-line’ a doçaria tradicional.
Apesar da aposta nas novas tecnologias para a promoção da iguaria, Guilherme Likfold garante que a confeção do pão-de-ló respeita o receituário tradicional, o que lhe garante desde 1888 o estatuto de fornecedora oficial da Casa Real e Ducal Portuguesa.
Desde 1900, que o doce, com marca registada, é preparado nas atuais instalações, de forma artesanal, utilizando os mesmos fornos e recorrendo a mão-de-obra com segredos transmitidos de geração em geração.
“Tentamos preservar o mesmo processo de fabrico e receituário, apenas com adaptações devido às questões legais”, observou.
Nas declarações à Lusa, o empresário insistiu em não falar apenas na perspetiva do negócio, mas forcar-se também na importância cultural que o seu estabelecimento tem para o concelho e para a região.
“É um prestígio para Felgueiras ter uma das casas mais antigas e com uma tradição tão grande ao nível da doçaria portuguesa”, observou.
O edifício situa-se no centro da cidade, junto aos paços do concelho. A decoração, incluindo a área de vendas, mantém-se desde o início do século 20, não faltando elementos decorativos que atestam a riqueza do seu passado, incluindo brasões alusivos à Casa Ducal de Bragança. As embalagens dos produtos exibem sempre o brasão da Casa Real.
O “Pão-de-ló de Margaride” serve também para muitos emigrantes matarem as saudades de Portugal, o que motiva vendas elevadas para os países onde trabalham mais portugueses. Em termos nacionais, há uma rede de lojas que comercializam o produto certificado, comprovando, segundo o empresário, a sua notoriedade em todo o país.
Esta especialidade é o mote para o festival internacional do pão-de-ló que decorre no sábado e no domingo, no Mosteiro de Pombeiro, em Felgueiras, onde estarão 35 doceiros de vários pontos do país.
Carla Meireles, vereadora na autarquia local, que organiza o certame, sublinha que é partir da "Casa do Pão-de-ló de Margaride" que se confere toda a notoriedade ao doce, a cuja produção, revelou à Lusa, se dedicam cerca de duas dezenas de empresas familiares no concelho.
O concelho de Felgueiras pode, no “melhor” dos cenários, perder metade das autarquias de freguesia se a reforma administrativa ao nível do poder local for por diante, como pretende o Governo.
Se for cumprido o espírito da legislação que se encontra em apreciação na Assembleia da República, Felgueiras passará das atuais 32 freguesias para um número que pode chegar às 15 ou 16, consoante a aplicação mais ou menos rigorosa dos critérios de agregação.
Segundo os indicadores do INE, Felgueiras é um concelho de nível 1, porque tem mais de 500 habitantes por quilómetro quadrado.
Segundo a proposta do Governo, neste caso, as freguesias urbanas a criar, em sede do concelho, terão de ter pelo menos 20 mil habitantes. Em Felgueiras, Margaride, que não chega aos 10.000 habitantes, para reunir esse critério, terá de se agregar com outras freguesias contíguas, num raio de aproximadamente três quilómetros.
A fusão de Margaride com Várzea, Varziela, Moure, Friande e eventualmente Pombeiro poderá ser o cenário em equação. Em tese, portanto, nenhuma das atuais freguesias de Felgueiras poderá continuar como se encontra atualmente, isolada, sendo todas obrigadas a encetar um processo de agregação.
Até julho, a Assembleia Municipal deverá ter de se pronunciar sobre a proposta de agregação.
Caso não haja acordo, caberá à Assembleia da República, através de um grupo técnico, decidir sobre a matéria.
Prevê-se que as próximas eleições autárquicas, em 2013, já se realizem com base no mapa autárquico que sair desta reforma.
Até há pouco, todas as freguesias do concelho, com exceção da situação já referida da sede do município, teriam de se agregar para perfazerem cinco mil habitantes, por se encontrarem em zonas predominantemente urbanas.
Feitas as contas, significaria que o concelho passaria a ter, apenas, entre oito e 10 freguesias.
Contudo, uma recente reclassificação do INE admite que algumas das freguesias mais pequenas de Felgueiras e de outros concelhos sejam consideradas rurais, o que, em termos de critérios de agregação, poderão baixar para os 3.000 habitantes. Ora, na prática, poderá agora haver condições para criar freguesias com aquele universo populacional, quando até há pouco o mínimo exigido era 5.000 habitantes.
Outra alteração recentemente introduzida, na sequência das pressões exercidas nomeadamente pela ANAFRE, prevê uma tolerância de 20 por cento face aos critérios da lei, o que, por certo, dará azo a muitas e complexas contas até se encontrar um mapa definitivo.
Felgueiras ficaria muito bem com apenas oito ou nove freguesias
Bem sei que a extinção de juntas de freguesia preocupa muitos autarcas, mas concordo com a agregação desse tipo de autarquias, nomeadamente num um concelho territorialmente tão pequeno quanto o nosso.
Trinta e duas freguesias numa área tão pequena é manifestamente um exagero, ao ponto de algumas sedes de junta distarem poucas centenas de metros umas das outras. E a pequenez traduz-se em recursos financeiros que não dão para quase nada.
Há muito que discordo da lógica de se multiplicarem equipamentos similares, de diferentes naturezas, em freguesias contíguas, conduzindo à multiplicação de gastos de dinheiros públicos e uma subutilização das infraestruturas.
Isso só acontece, bem se sabe, porque prevalecem os bairrismos, a política anacrónica de paróquia e até alguns egos de pessoas que, enfileirados nos partidos, não abdicam dos seus pequenos poderes.
Dar mais escala territorial e populacional a estas autarquias vai, com certeza, traduzir-se em mais competências e meios financeiros e logísticos para servir melhor as populações, acabando-se, de uma vez por todas, com a manifesta incapacidade das juntas em diferentes domínios, que decorre da sua pequenez.
Note-se que as novas freguesias passarão a poder contar com presidentes de junta a tempo inteiro, remunerados com dignidade, para poderem zelar, com maior disponibilidade, pelos interesses das populações.
Acabar com o presidente de junta "de mão estendida" na câmara
Além disso, uma nova escala, poderá dignificar e potenciar a capacidade de reivindicação das novas freguesias junto do poder municipal, esbatendo a imagem do “pequeno” presidente de junta, representando um reduzido número de eleitores, de mão estendida, na câmara, a pedir umas “esmolas” para fazer uns muros ou pavimentar 50 metros de caminho na sua freguesia.
Ao contrário da demagogia e populismo que por aí se vai ouvindo, a agregação administrativa de freguesias não comprometerá a identidade de cada munícipe, que continuará a pertencer às freguesias a que sempre pertenceu. O que vai desaparecer, em alguns casos, é o órgão administrativo, substituído por outro semelhante, afastado três ou quatro quilómetros, mas com mais recursos e por isso capaz de servir melhor a população.
Felgueiras só teria a ganhar se optasse pelo modelo mais maximalista de agregação de freguesia, enveredando pela criação de oito unidades, facilitando a gestão administrativa do concelho o potenciando os parcos recursos financeiros.
O mapa era fácil de determinar, bastando o bom senso de dar corpo administrativo aos diferentes polos geográficos que já estão definidos no concelho e que, grosso modo, respeitam os critérios exigidos pela reforma.
Além do já referido núcleo de freguesias em torno de Margaride, emergiria o da Lixa, congregando as freguesias de Vila Cova, Borba de Godim, Macieira, Caramos e eventualmente Santão.
Depois formar-se-ia outro núcleo de freguesias agregando Sendim, Jugueiros e Pinheiro.
Os polos urbanos de Airães, Barrosas, Longra dariam, naturalmente, origem a mais três grandes freguesias.
Restaria uma freguesia para o Vale do Vizela e outra congregando eventualmente o polo mais industrializado do concelho, por isso com uma identidade muito própria, compreendendo, por exemplo, Lagares, Torrados e Sousa.
Obviamente que haverá algumas das atuais freguesias, em pontos de partilha entre os diferentes núcleos, que poderiam “saltar” para um lado ou para o outro em função do entendimento a que se vier a chegar no processo negocial em curso. Desta organização sobressairiam enormes vantagens, sobretudo as que decorrem de uma escala maior que permitiria uma programação de investimentos mais eficaz.
Obviamente que cairiam muitos cargos, muitas remunerações e provocaria um terremoto político no concelho de consequências imprevisíveis, sobretudo nos aparelhos dos dois principais partidos, tão habituados à “contabilidade das capelinhas” e à gestão de equilíbrios de longa data que poderão, num ápice, desmoronar…
Por isso, o nervosismo miudinho que se sente em alguns autarcas e nos aparelhos dos partidos, ainda atordoados com o que pode acontecer.
Mas sobre isso dissertaremos uma futura oportunidade.
A entrevista de Madalena Silva, líder do CDS de Felgueiras, ao EXPRESSO DE FELGUEIRAS vai com certeza marcar a política concelhia para os próximos meses.
As palavras da dirigente afloram um conjunto de dados que, não sendo totalmente novos, aprofundam os pressentimentos que já havia quanto à pouca robustez da coligação PSD/CDS que ganhou as eleições autárquicas de 2009.
Apesar de o registo da entrevista ser quase sempre o de “politicamente correto”, nem sequer é necessário ler nas entrelinhas das respostas para se perceber que a coligação está por um fio.
Ao assumir que o CDS tem o seu próprio caminho e ao recusar-se, prudentemente, a fazer a defesa do trabalho que o executivo, integralmente constituído por elementos do PSD, está a realizar, Madalena Silva, enquanto política experiente, e o atual CDS poderão estar a dar um golpe de luva branca na coligação, com tudo o que de relevante isso pode significar no presente e no futuro.
Note-se que Madalena Silva, conhecida empresária felgueirense, foi a mandatária financeira da Nova Esperança, destacando-se em 2009 pelo seu entusiasmo no apoio que manifestou à candidatura de Inácio Ribeiro.
Porém, hoje, é indubitável o desconforto do CDS e da sua líder face à completa falta de protagonismo que aquele partido está a evidenciar, sobretudo porque, ao não ter qualquer elemento no executivo, acaba por não conseguir um palco para pôr em marcha, no plano municipal, o ADN próprio dos centristas.
Na prática, a importância indiscutível que o CDS teve na vitória, sobretudo na maioria absoluta da Nova Esperança, não foi plasmada na configuração de um executivo em que o PSD emerge aos olhos do eleitorado como o partido hegemónico. Para o CDS, da coligação “sobrou” apenas a presidência da Assembleia Municipal, um cargo prestigiado, mas sem o caráter executivo reclamado pelos centristas. Acresce, na ótica de muitos centristas, a demasiada “colagem” do atual presidente da AM, Paulo Rebelo, ao lado mais forte da coligação – o PSD.
Um dirigente do PSD de Felgueiras terá dito a outro dirigente, mas do CDS, na noite em que se comemorava a vitória obtida horas antes, que “a coligação acabava ali”. Ora, essa “tirada”, no mínimo inusitada para o contexto, caiu que nem um balde de água gelada no entusiasmo do CDS, germinando, a partir de então, um desconforto que foi abrindo uma autoestrada para a rutura que agora se perspetiva. Sabe-se que o esmorecimento do CDS foi-se acentuando nestes dois anos de mandato na exata medida em que, como se diz nos corredores daquele partido, se acumulavam alguns esquecimentos, premeditados ou não, protagonizados, sussurram, pelo partido hegemónico.
A rutura oficial só não terá ocorrido até hoje porque, na política pura e dura, essas coisas não podem ser assumidas num ápice, dando trunfos para o adversário se vitimizar. O tempo próprio dos políticos é muito diferente do tempo físico dos comuns mortais.
O jogo do gato e do rato
Nesta fase de lume-brando mediático, mas quando o trabalho político de bastidores fervilha com os olhos postos nas autárquicas de outubro de 2013 - e já só falta ano e meio - PSD e CDS percorrem caminhos paralelos, olhando-se de soslaio, tentando perceber a robustez que cada um tem e adivinhando a estratégia. Dir-se-á em jeito de ironia: é o jogo do gato PSD e do rato CDS.
No mundo das adivinhas, a putativa questão de um dia CDS e PSD se cruzarem de novo em Felgueiras vai colocar-se mais cedo do que tarde.
Mas, até lá, o partido mais pequeno está a percorrer o seu caminho, partindo aqui e ali muita pedra, consolidando o seu projeto autárquico, assente numa personalidade já identificada, ganhando músculo para o momento em que a questão se equacionar. E tal encontro vai ocorrer, primeiro nos bastidores, porventura desencadeado pelas máquinas distritais que, na Invicta, já começam a acusar o incómodo de verem os seus “peões” locais recreados num jogo perigoso.
Enquanto o PSD anda absorto com a necessidade de governar o município, a braços com as exigências cada vez mais atrevidas dos seus presidentes de junta, o CDS, livre desse fardo, lá se vai mobilizando. Percebe-se, por isso, que a coligação só será reeditada se mudarem os pressupostos do entendimento, isto é, se aos centristas for formalmente garantido mais peso. Em concreto, o que o CDS exigirá, como acontece noutras coligações semelhantes na região, nomeadamente a de Penafiel, é ter gente sua em lugares executivos, reclamando para si um quinhão da governação.
E esse poderá ser o busílis da questão, porquanto não deverá ser inteligível ao PSD, habituado a governar sozinho, ter de partilhar o poder com o parceiro do lado. E a possibilidade de a rutura acontecer será tão maior quanto o CDS esticar a corda, entenda-se um fio.
Os centristas sabem que podem ser fundamentais para assegurar aos laranjas a continuidade no poder, tanto mais que se espera que o PSD chegue às eleições autárquicas com uma imagem muito consumida por uma governação nacional hostil para grande parte do eleitorado.
No passado recente, noutros concelhos próximos, houve mudanças autárquicas que foram influenciadas pelo desgaste do partido do governo.
Quem conhece o PSD de Felgueiras sabe que nesse partido há muitos dirigentes que olham para o CDS como um partido com pouca expressão eleitoral, que, alegam, não terá sido determinante na vitória da Nova Esperança. E esse sentimento pode alimentar a ideia nos laranjas de que os centristas são “descartáveis”. A questão do momento é saber se o PSD já intuiu que, concorrendo sozinho, poderá hipotecar, num primeiro nível de risco, a maioria absoluta, e, num plano ainda mais atroz para os seus propósitos, a própria vitória.
Já se percebeu que o eleitorado de Felgueiras é muito permeável a epifenómenos de caráter mediático ou emocional. Em 2005, o regresso inesperado de Fátima Felgueiras do Brasil, com toda a carga emocional associada, conduziu a então “dama de ferro” de Felgueiras a uma vitória esmagadora. Em 2009, o cansaço de muitos anos de governação, mas sobretudo a exposição mediática de uma Fátima Felgueiras envolvida num processo judicial complexo, empurraram a Nova Esperança para uma vitória que, poucos meses antes, poucos acreditavam.
Esboroa-se o estado de graça da Nova Esperança
O estado de graça da Nova Esperança já foi chão que deu uvas, ouve-se cada vez mais no concelho. Hoje, em setores do eleitorado que em 2009 conduziram à mudança, manifesta-se um certo desencanto de quem, com fundada legitimidade, se sente desconfortável com um certo afastamento do poder, em contraste com o que, com discursos enfáticos, fora prometido ao eleitorado.
O poder exerce um fascínio tal que algumas pessoas se transfiguram quando dele fruem, ao ponto de, diz-se por aí, perderem algum discernimento sob ponto de vista de análise política. De tal forma assim parece que algumas opções políticas e estratégicas tomadas sob essa aparente influência, por serem tão incongruentes com o percurso passado, rapidamente redundam num certo desencanto nas bases que ajudaram a alavancar a vitória da Nova Esperança.
Acresce que este executivo, mais pela forma do que pela substância, fruto de uma comunicação ineficiente, nunca granjeou no eleitorado o entusiasmo que outras jovens equipas, de concelhos próximos como Penafiel, Paredes ou Baião, conseguiram rapidamente alcançar quando chegaram ao poder, consolidando por muito tempo um capital de notoriedade notável.
Desgaste do Governo pode afetar o PSD/Felgueiras
Apesar disso, o PSD de Felgueiras saberá que os adversários - quiçá o CDS - tudo irão fazer para, junto dos que votam, potenciar o eventual descontentamento que haverá nos felgueirenses, seja ele decorrente da governação municipal ou do desgaste do executivo de Pedro Passos Coelho.
A eventual rutura da coligação, dividindo em dois o bloco mais conservador, abrirá novas expetativas para as forças à esquerda, sobretudo o PS, partido com uma forte presença sociológica no concelho a alicerçado numa rede robusta de presidentes de junta.
Entre os socialistas fazem-se contas, olhando para a troca de galhardetes à direita. No partido da rosa sabe-se que o PSD isolado tem menos força eleitoral do que coligado. No PS há a ideia de que o desgaste da governação nacional pode traduzir para o PSD local um cartão amarelo. Tudo conjugado acalenta fortes esperanças para os socialistas, cujas estruturas distritais e nacionais olham para Felgueiras como um concelho com um poder autárquico laranja pouco consolidado e que, por isso, pode justificar uma aposta forte do PS, capaz de contrabalançar perdas expectáveis noutros concelhos da região.
PS e Fátima Felgueiras à espreita…
Mas as rosas do PS também apresentam espinhos que podem comprometer as suas ambições. A questão é saber se Fátima Felgueiras, com o seu movimento Sempre Presente, é ou não uma carta fora do baralho eleitoral.
Se a antiga presidente vier a jogo, protagonizando uma candidatura independente, dificilmente terá hipóteses de sair vencedora, como se verificou com outros independentes que, na região, tentaram uma reeleição e perderam.
Contudo, porque ainda reúne inegável prestígio junto de algumas franjas de eleitorado, poderá ser suficiente para, como em 2009, partir o eleitorado da área socialista e dessa forma empurrar o PSD para mais uma vitória, com ou sem maioria absoluta.
Verdadeiramente interessante, na ótica do PS, seria esse partido surgir com uma candidatura que congregasse a atual estrutura militante do partido, muito próximo de Eduardo Bragança, mas também figuras na área socialista que, em resultado das inúmeras incidências do processo “saco azul”, partiram para outras paragens políticas.
Para que essa conjugação ocorra torna-se absolutamente incontornável um entendimento com as hostes próximas de Fátima Felgueiras, sanando divergências políticas que afastam há muitos anos o líder Bragança e as pessoas que lhe são mais próximas da antiga presidente da autarquia.
Encontrar uma personalidade, na área socialista, que faça a ponte entre as duas tendências, constituiria, em termos substantivos, a saída mais lógica, dando a cara por um projeto autárquico do PS para Felgueiras, potencialmente ganhador. Haverá alguém no concelho com esse perfil? Se calhar até há… como muitos socialistas bem sabem. Por estas semanas, neste contexto, muitas coisas se vão passando, justificando uma abordagem posterior neste espaço.
Se essa convergência de esforços se torna possível é outra incógnita estrutural que vai, com certeza, ter preponderância na forma como vão evoluir os contendores da batalha autárquica em Felgueiras.
Por fim, mas nem por isso menos importante, de permeio, nestas conjeturas políticas, que não passam disso mesmo, há que ter em conta as eventuais alterações introduzidas pela reforma do poder local, cujo processo legislativo está em marcha.
A redução do número de juntas de freguesia, ainda não quantificada, vai, com certeza, introduzir alguma instabilidade no xadrez autárquico concelhio.
Mais uma vez, é sobre o partido do poder que, por ter mais juntas de freguesia, recaem as maiores dúvidas.
Gerir sensibilidades de alguns presidentes influentes, que poderão deixar de sê-lo porque a sua autarquia foi extinta, vai ser mais um elemento credor dos maiores cuidados.
Curioso vai ser acompanhar como vai a nomenclatura do PSD, agora encabeçada por Inácio Ribeiro, gerir este processo.
E que papel caberá ao anterior líder, João Sousa, até há pouco, formalmente o estratega do partido?
Mas deixemos essa ponderação para posterior abordagem neste espaço.
Armindo Pereira Mendes - In EXPRESSO DE FELGUEIRAS, de 29 de fevereiro de 2012
Por estas semanas, as coisas só andam aparentemente calmas na política de Felgueiras.
À superfície a maré é mansa, mas logo abaixo da tona de água, andam agitadas as águas.
Apesar de todos já estarem com os olhos postos nas autárquicas de 2013, este não é o tempo de os protagonistas da política local, pelo menos os mais sabidos, darem tiros de pólvora seca nem confiarem trunfos à concorrência.
Este é o tempo de os bastidores falarem mais alto, embora sussurrando, com uns e outros, nos seus expedientes, fazerem conjeturas e observarem estratégias focadas nos protagonistas que se perfilam no horizonte das apostas.
Fervilham os aparelhos partidários, perspetivando as danças dos cargos, dos compromissos e das cadeiras.
Para já, sucedem-se os encontros de notáveis e pretendentes a notáveis, em locais discretos, alguns fora de Felgueiras, as abordagens, os convites e as conversas sobre o que aí vem, uns na ótica da situação, que urge preservar, outros, da oposição, na vontade de chegar ao poder outrora detido.
Eu sei, todos sabem, inclusive os do poder, que muita coisa, quiçá determinante, se está a jogar por estes dias, capaz de perturbar o “status-quo” e induzir fatores de incerteza quanto o resultado final.
Os ciclos repetem-se a cada quatro anos, num frenesim alimentado pelo fascínio da política e tudo o que ela proporciona aos ditos políticos.
Os protagonistas não mudaram muito. Hoje, contudo, alguns, frágeis no passado recente, sentam-se agora em cadeiras diferentes, confortavelmente refastelados até, confiantes que as bases são sólidas.
Alguns, seduzidos pelos holofotes do poder que lhes encandeia a perspicuidade, olvidados estão que o destino lhes foi bonançoso, mas que o futuro, já amanhã, trilha-se hoje com pés de barro...
A política é assim mesmo.
Só os mais incautos julgaram, no passado, o contrário...
Amanhã vem a Felgueiras o ministro da Economia para ficar a conhecer o Pacto para a Empregabilidade no Tâmega e Sousa, uma das regiões mais empreendedoras do país, mas, seguramente, das que tem sofrido mais com a conjuntura económica atual. Uma região onde os empregos dos Estado quase não existem. Uma região que tem, há dezenas de anos, na força do trabalho industrial, a sua idiossincrasia. Um território onde as pessoas quase não têm tempo para lamúrias, para pensar em greves, porque todo o tempo é pouco para labutar em prol de um futuro, em prol da manutenção dos postos de trabalho cada vez mais periclitantes. Na última greve geral, um sindicalista dizia-me, consternado: “As pessoas daqui fizeram greve à greve” Do senhor ministro espera-se que traga um discurso positivo, animador e mobilizador, a uma região que está cansada de ser ostracizada por um poder central que nunca nos viu com os olhos que devia. Já é tempo de o terreiro do paço deixar de olhar de soslaio para nós e reconhecer a este território laborioso o mérito de ser um dos maiores exportadores nacionais, contribuindo de forma líquida para a riqueza nacional. Há que apoiar quem nesta região ousa acreditar no empreendedorismo, na inovação e na produtividade, chavões que por cá não são palavras vãs, como atesta o sucesso de muitas empresas dos setores do calçado, mobiliário e têxtil. É a esses exemplos que a região e o país se devem agarrar.
Logo após a deliciosa vitória sobre o Benfica, no Estádio da Luz, que nos garantiu o 25º título nacional de futebol, milhares de felgueirenses invadiram o centro da cidade. A festa foi intensa, com muitos jovens a darem azo à sua alegria. Mais uma vez se mostrou que somos muitos portistas em Felgueiras… Foi impressionante observar como as multidão de portistas preencheu a Avenida Dr. Leonardo Coimbra, em direcção ao centro da cidade. Cada vez mais, a cada conquista, não tenho dúvidas. Campeões, campeões, nós somos campeões…
Os últimos desenvolvimentos do processo judicial envolvendo Fátima Felgueiras, nomeadamente o recurso que a antiga presidente apresentou no Tribunal da Relação de Guimarães a propósito do acórdão do “saco azul”, vão dando razão à ex-edil.
E pelo que me garantiram, também o dito processo do futebol vai ter o mesmo desenlace. E assim aquela enorme montanha de alegados crimes vai "parindo um rato".
Se estes desenvolvimentos prosseguirem, como tudo leva a crer que vá acontecer, em breve Fátima Felgueiras ficará com o seu “registo criminal” limpinho aos olhos dos felgueirenses e por isso mais bem preparada sob ponto de vista mediático, mas sobretudo de credibilidade, para voltar à vida política activa, alterando de sobremaneira o xadrez político deste concelho, mergulhado numa certa e surpreendente letargia.
Um concelho que mudou, nas urnas, de forma determinada em 2009, num sinal inequívoco de ruptura face ao passado exigida pelos felgueirenses. O país assistiu surpreendido à viragem histórica.
Mas os felgueirenses percebem hoje que, na prática e paradoxalmente, graças aos novos protagonistas, este concelho até retrocedeu em vários planos, gorando as expectativas da população.
E as dúvidas assaltam muitos dos que contribuíram, com a força do seu voto, para a mudança de 2009.
Terá sido um tremendo equívoco ou os que hoje lideram aos destinos desta terra vão continuar a merecer por tempo indeterminado do benefício da dúvida?
Felgueiras, 09 mar (Lusa) - A localidade de Lagares, no concelho de Felgueiras, vai ter eleições intercalares no dia 08 de maio para escolher os órgãos autárquicos da freguesia, anunciou o Governo Civil do Porto.
As eleições ocorrem porque os resultados verificados em outubro de 2009, que ditaram uma vitória, sem maioria absoluta, do presidente da junta Carlos Zeferino, acabaram por inviabilizar a formação do executivo.
Nas eleições, a lista vencedora, com 37,4 por cento, foi a apoiada pelo movimento independente de Fátima Felgueiras, que conseguiu eleger quatro elementos para a Assembleia de Freguesia (AF).
O segundo partido mais votado foi o PS, com 33,69 por cento, elegendo três representantes na AF. A terceira força foi a coligação PSD/CDS, com 25,92 por cento, com dois eleitos.
Após a posse dos membros da AF, não houve acordo entre as três forças políticas quanto à formação do órgão executivo, a junta de freguesia.
O primeiro elemento da lista mais votada, que era o presidente da junta cessante, Carlos Zeferino, recusava-se a liderar um executivo que incluísse o cabeça-de-lista do PS, Rogério Rebelo, que tinha sido seu colega no anterior executivo. Face ao impasse, que se arrastou vários meses, todos os eleitos do PS e da coligação PSD/CDS, incluindo os suplentes, renunciaram aos mandatos, o que provocou a queda da Assembleia de Freguesia.
Na segunda-feira, foi nomeada uma comissão administrativa que estará em funções até às eleições de 08 de maio.
O presidente da junta, Carlos Zeferino, recusou-se a integrar esse órgão, sendo substituído pelo segundo elemento da sua lista.
Os dois membros restantes representam o PS e a coligação PSD/CDS. Carlos Zeferino, que liderava a junta à 35 anos, disse à Lusa estar descontente com a forma como este processo foi conduzido, não revelando se vai apresentar a recandidatura ao cargo.
“Estou a refletir”, afirmou. Com mais de dois mil eleitores, a freguesia de Lagares é uma das maiores do concelho de Felgueiras. Nesta localidade estão sediadas dezenas de empresas de calçado.
Mais de cinco mil peças de roupa e três centenas de pares de sapatos angariados por uma associação da Lixa, Felgueiras, foram distribuídos por famílias carenciadas da região, revelou à Lusa fonte da organização.
A campanha de solidariedade promovida pela associação Lixaanima, formada maioritariamente por jovens, arrancou em maio de 2010, com o apoio das paróquias da zona da Lixa, das juntas de freguesia e de outras entidades locais.
"Conseguimos ajudar muitas famílias que atravessam dificuldades por causa da crise económica", afirmou Jorge Mesquita, presidente da associação.
Ao longo dos meses, particulares e empresas entregaram à Lixaanima peças de roupa e calçado, correspondendo aos apelos que corriam na região através do envolvimento das juntas de freguesia e das paróquias de Vila Cova, Borba de Godim, Macieira da Lixa e Vila Verde.
"Inicialmente, a campanha de recolha era para durar uma semana, mas o êxito fez que com durasse muito mais", explicou o dirigente, agradecendo o envolvimento da população.
Os últimos meses foram dedicados à seleção das peças que se encontravam em condições de ser entregues às famílias carenciadas.
Seguiu-se distribuição do vestuário e do calçado às famílias cujas necessidades tinham sido sinalizadas pelas juntas e pelas paróquias.
"Foi tudo feito com muita discrição, porque grande parte das famílias, por vergonha, não queria que se soubesse", contou.
No âmbito desta iniciativa, uma empresa ofereceu cerca de um milhar de pares de calçado de desporto que foram distribuídos pelas escolas da Lixa.
APM.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Estamos a chegar ao fim de 2010, um ano que há-de ficar na memória de muitos como um dos mais exigentes de sempre, sob ponto de vista profissional.
Um ano em que, dia após dia, enfrentámos quase todos dificuldades acrescidas para levarmos a porto seguro os nossos projetos.
Apesar da malfadada crise e das dificuldades que ela trouxe a muitos de nós, tem sido possível encontrar respostas determinadas.
Valha-nos isto. Valha-nos a determinação para continuarmos a lutar por aquilo em que acreditamos, pelos nossos desígnios, por mais que esses impliquem sacrifícios até no plano pessoal.
Chagados aqui, olhando um futuro próximo que se adivinha cheio de incerteza, há que manter a mesma atitude, de olhos bem abertos e espírito positivo, porque só assim estaremos todos preparados para tornear os obstáculos, por mais duros que eles sejam.
Por estes dias, desejo a todos um Natal de 2010 muito feliz passado, se possível, junto dos que mais amamos, também com os votos a todos os amigos de que 2011 seja tão bom quanto o possível, contrariando os maus agoiros que ouvimos todos os dias.
As obras de arrelvamento do campo de jogos do Estádio Dr. Machado de Matos, em Felgueiras, vão iniciar-se no dia 03 de Janeiro, revelou hoje à Lusa o vereador do Desporto da autarquia local.
“Esta é uma boa notícia para todos os felgueirenses, sobretudo para os jovens do concelho que praticam futebol”, afirmou Eduardo Teixeira.
O anúncio desta medida põe cobro a uma polémica no concelho, que começou no anterior mandato, em 2006, quando a então presidente da câmara, Fátima Felgueiras, contra a vontade de toda a oposição, decidiu retirar a relva do campo com o argumento de que era demasiado dispendiosa.
Desde então, o estádio municipal passou a funcionar com um campo em terra batida, tendo sido um dos temas centrais da campanha eleitoral para as autárquicas de 2009, com as forças da oposição a prometerem arrelvar o campo se ganhassem as eleições.
“Esta intervenção, que estará concluída na Primavera de 2011, vem reparar um erro do passado que foi a destruição do estádio quando decidiram retirar a relva”, vincou Eduardo Teixeira.
Câmara de FLG não mandou embelezar as ruas para poupar, mas os comerciantes dizem que assim as coisas ficam ainda mais difíceis
A inaudita decisão da Câmara de Felgueiras de não colocar iluminação de Natal nas ruas das duas cidades do concelho tem causado grande insatisfação nos comerciantes e nos felgueirenses em geral, que assim se viram privados do embelezamento das artérias citadinas característico desta quadra.
Obviamente são os comerciantes os mais lesados, porque sem a fantasia das luzes de natal haverá menos gente propensa a percorrer as ruas e a fazer compras.
Circulando em Felgueiras e na Lixa por estes dias fica-se com a ideia que não há Natal nestas paragens.
O povo, justamente pergunta: onde pára o Natal?
“É uma pobreza confrangedora”, comentava um comerciante de Felgueiras. E de facto esta escuridão acentua o clima de pessimismo que muitos lojistas teimam em combater no seu quotidiano.
Já se sabe que a câmara, invocando a conjuntura actual, justificará esta medida com a necessidade de conter despesas, um argumento que até é aceitável, mas que foi consubstanciado numa decisão que é um exagero completo.
Aceitar-se-ia, por certo, uma redução nas zonas embelezadas com as luzes natalícias, como ocorreu noutros concelhos próximos, mas nunca uma razia tão grande, deixando uma cidade na penumbra natalícia, que surpreende os forasteiros que por cá passam. Passou-se do 80 para o 8, como dirão alguns.
Acresce que os intuitos de poupança aludidos como justificação para tão grande escuridão contrastam de forma categórica com alguns sinais de um certo despesismo presente nos outdoors que vão pululando e desfigurando a paisagem felgueirense com mil e uma mensagens promocionais das medidas da actual gestão municipal.
Obviamente, ninguém de boa-fé pensará que esses outdoors são de graça…
Ora - concluir-se-á - parte desse dinheiro bem podia ser usado, por exemplo, nas ditas iluminações de Natal, essas sim potenciadoras de negócio para os nossos comerciantes que tantas dificuldades enfrentam.
Se a autarquia de Inácio Ribeiro, que por acaso até foi o anterior presidente da Associação Empresarial, tivesse analisado a questão desta maneira, com certeza os comerciantes das duas cidades estariam, no mínimo, com uma nova esperança neste Natal tão escuro.
A maioria PSD na Câmara de Felgueiras aprovou o lançamento da derrama sobre as empresas do concelho.
Os quatro eleitos, liderados pelo presidente da Câmara, Inácio Ribeiro, decidiram assim que as empresas de Felgueiras vão ter de pagar ao município 1,5 por cento do lucro do IRC.
Aprovaram ainda que as empresas com uma faturação inferior a 150 mil euros serão submetidas a uma taxa de 1 por cento.
A maioria PSD sustenta a aplicação deste imposto com a necessidade do tecido empresarial do concelho ser “solidário” com “a política financeira” da autarquia.
A oposição, nomeadamente do PS e do MSP, votou contra a aplicação da derrama, criticando duramente esta decisão do executivo que vem penalizar as empresas do concelho, nomeadamente numa conjuntura económica tão difícil.
As duas forças da oposição criticam também o facto de o PSD ter defendido quando era oposição a não cobrança de derrama, tendo feito propaganda política com isso na campanha eleitoral, e agora, no poder, ter decidido cobrar esse imposto às empresas do concelho.
A oposição também critica o facto da maioria liderada por Inácio Ribeiro ter chumbado uma proposta do PS, apresenta pelo Vereador Eduardo Bragança, que previa a não cobrança aos felgueirenses de 5 por cento do IRS, conforme fazem vários concelhos.
Para Eduardo Bragança, esta postura da maioria demonstra que, ao contrário do discurso oficial, o PSD não manifestou interesse em ajudar as famílias do concelho, apesar de muitas dessas atravessarem dificuldades económicas.