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Quando, escondido atrás de um pedaço de nada, que contornamos sem querer, no aparece este pedaço de luz… com raios quase partindo, para se cobrirem pela noite estrelada…
Mas, que delícia, ainda temos tempo para vermos o brilho quente que nos cobre o rosto, que se reflete na nossa menina dos olhos…
Tudo isso, ante um ânimo, o nosso, cabelos ao vento, que quase verte lágrimas salgadas em deleite, num instante de sorte maior por estarmos ali… por dele sermos parte…
Assim, parados sobre o rochedo vulcânico, sentindo fantasia sobre o espelho de água dourado, atlântico, mas agora sereno, que queremos abraçar e fazer nosso, nem que seja sonhando!
As palavras, como as flores e os sonhos, têm a idade, o tamanho, o tom, o cheiro, a textura, o caminho, o tempo, o idioma e as formas que queiramos!
São peças de Legos universais que, sentados no quarto, de meninos de calções e sandálias em tarde de veraneio vamos montando, de olhos grandes de felicidade, para criarmos carreiros imaginários e castelos encantados, com torres altaneiras e túneis secretos que percorremos em segredo, como nos Pequenos Vagabundos.
E quando a alma não é pequena, os castelos trajam-se com vestes de gala, bordados com linhas de ouro, botões de rosas, punhos de rendas e botins de cristal.
Alaúdes, tambores e flautas tocam em apoteose, abrindo alas… E lá vai o cortejo real, no casario da Rua de Santa Maria, com estandartes, cavaleiros templários de armaduras reluzentes, pajens, trovadores, alquimistas e almocreves para, com cantigas de amigo, dar cor sépia ao mundo de maravilhas que sonhamos fazer parte, num cavalo branco, o Pégaso do Olimpo, com asas de plumas, galopando entre as nuvens, até ao arco-íris do tesouro, onde já lá está o Noddy, de Enid Blyton.
Pelo caminho vemos Vicky, o Viking, navegando com o marinheiro Popeye, nas mil e uma aventuras de Tintim, à procura das cabanas de Tom Sawyer, das traquinices de Scooby-Doo ou atos heroicos de Flash Gordon e Robin Hood, da floresta encantada da Branca de Neve o os Sete Anões, ou dos Estrunfes que a minha memória guarda a sete chaves.
É tudo tão bonito e doce como as manhãs de sábado com o Verão Azul ou intenso como as tardes de Galáctica e Sandokan, e as noites de medo das metamorfoses de Maya, de Espaço 1999.
E o cavalo branco e o seu cavaleiro, qual Zorro, Braveheart ou Lin Chung, galopam entre os nenúfares sobre o atlântico, passando pelo Barco do Amor e Moby Dick, para Oeste, até chegar às Sete Cidades, da Ilha Esmeralda, e ali, escondidos sob dos vulcões, ver os namorados que há tanto tempo choram lágrimas verdes e azuis entre a bruma, formando as duas lagoas infelizes, numa lenda 'NeverEnding Story, existir'!
Aquelas nuvens ali são de algodão!
São fofinhas, são, dizem os românticos, o afago para a dor dos enamorados...
Dos corações que clamam por um carinho, da cara-metade que conforte quem tão agreste momento suporta!
Elas, as senhoras nuvens são de compota de amoras brancas
Saboreia e parte até onde ousar o desejo.
Ao olhar para baixo percebe que a luz do dia é cristalina e ilumina os audazes!
Há um lago imenso de anseios, de coisas por fazer, de coisar por falar, num contrarrelógio cruel
São saltos para a incerteza dos medos, mas tão perto do prazer, num rebuliço de sensações, que se quer parar num tempo sem relógios!
E ficar ali a saborear até que a noite abrace o dia, num leito de morangos feitos safiras
Pare-se o tempo, feche-se a janela do mundo e, a sete chaves de chumbo, quedemo-nos num antro de lírios e margaridas, até a fadiga adormecer em sonhos de poetas!