Bilbau, cividade que nos interpela
Feições “bizarras” que arrojam a imaginação
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Admirado o aqueduto romano que justamente faz famosa a urbe castelhana, de repente, à frente de nós, um castelo de encantar, como nas "estórias" dos Pequenos Vagabundos"...
Que bonito, que saboroso, este pedaço de fantasia, com uma traça que me fez contemplá-lo e lembrar quando os sonhos de criança, numa televisão a preto e branco, eram aventuras e fantasias ao sábado à tarde, tão cheias de cores garridas, como estas de Segóvia...no seu belo alcázar...
Figura escultórica de Dom Quixote de La Mancha que pode ser encontrada no Castelo de Puebla de Sanabria, do século XV.
Na famosa obra de Miguel de Cervantes, são conhecidos os cenários das aventuras e desventuras de Dom Quixote e Sancho Pança que levam também à região de Sanabria.
Esta figura em bronze, junto à qual os visitantes do castelo tiram fotografias (eu incluído), alude a essa referência histórica.
Há aldeias assim tão especiais, como Puebla de Sanábria, em Zamora, Espanha, muito perto da fronteira portuguesa, que alguns dizem estar entre os “pueblos” mais bonitos do país vizinho.
A quase mil metros de altitude e a poucos quilómetros do imponente lago glaciar de Sanábria (o maior da Península Ibérica), eis um pequeno povoado, sobranceiro ao rio Tera, cheio de história e com tanta coisa para admirar… em pequenos pormenores, num povoado rodeado por altas montanhas e mil lagoas de água cristalina…
Sobretudo o seu casco histórico medieval, bem preservado, começando pelo seu castelo do século XV e pelas suas ermidas com traços românicos, não esquecendo as ruas estreitas, com belas casas de telhados negros e de varandas de madeira embelezadas por vasinhos com muitas flores, fazendo lembrar Córdova, chegando à Praça Maior, onde todos se encontram para conviver à volta de uma mesa, como dita a tradição castelhana…
É enriquecedor conhecer as urbes a pé…
Só assim as conhecemos bem, acredito nisso!
Por entre ruelas, becos e pracetas, de dia ou à noite, costumo fazê-lo à procura de pedaços, de recantos, de pormenores que nos detêm a atenção, que nos fazem pensar no seu significado, o que nos querem dizer, que nos questionam, como esta paisagem urbana, como naquele momento em que registei este "quadro em contra-luz" com a minha câmara, na cidade de Valladolid, em Espanha…
Somos interpelados por aquela luz, de relance…
Os campos de Lavanda de Tiedra, Espanha, são dignos de uma paragem, sem velocidades, para ali deixarmos descansar as vistas, acariciarmos as belas florzinhas e, acima de tudo, deixarmos o olfato gozar intensamente com aquela fragância intensa e fresca, que dá vida aos perfumes!
Percorrer aquelas vastas extensões planas, no meio do nada, é uma maravilha, olhando à volta e ver tudo florido, com tons suaves, até perder de vista, que nos transmitem uma tranquilidade especial.
Ao sol da tarde que ainda vai alto, baixar-nos ao nível das flores e aproximarmo-nos delas é uma experiência sensorial muito reconfortante… de paz interior…
Tocá-las, senti-las nos dedos, cheirá-las uma e outra vez, sem vontade de parar, é um ritual renovado que não queremos deixar para trás.
Sorrindo, de lá trazemos no nosso peito as memórias, sob a forma de cheiros e imagens de rara beleza, além daquela brisa morna que nos afagava o rosto quando apontávamos a máquina fotográfica para mais um registo, sob o olhar atento das abelhas que se lambuzavam no pólen das lavandas… para um mel tão saboroso e cheiroso que já provei!
Visitar Segóvia, cidade espanhola Património da Humanidade, significa chegar aqui e ficar espantado com a imponência de uma estrutura arquitetónica com cerca de dois mil anos, o aqueduto romano, que terá sido construído no século I Depois de Cristo para fazer chegar água potável à urbe.
No seu ponto mais alto, a partir de uma das principais praças da cidade, eleva-se a mais de 28 metros, com duas filas de arcos sobrepostos.
É incrível observar, num feito de engenharia espantoso, como foi possível, há dois mil anos, erguer uma estrutura com aquela imponência, formada por mais de vinte mil blocos de granito, e que até ao século de XIX ainda funcionava como aqueduto que abastecia Segóvia.
Mais do que as palavras, ficam as imagens, apesar destas não conseguirem mostrar, em todo o seu esplendor, a imponência do conjunto monumental situado numa cidade cujo centro histórico recheado de monumentos de várias épocas vale a pena visitar!
Há momentos de sons que são mágicos, como os ventos da meseta espanhola, logo depois dos prados de lavanda de Tiedra… como cores de bandeira...
Naquelas lonjuras, as brisas casam-se com pedaços de vida de espigas douradas que, apontadas ao azul do céu, ondulam serenas, sob um sol terno de julho que nos bronzeia a pele arrepiada, de tanto gozo...
Caminhar nesses momentos, sobre terra com pedaços de rochas, é deixar-nos levar por sensações que os sentidos captam para delas gozarmos intensamente, no nosso espírito, num exercício delicioso, quase de sonho, de sermos uns privilegiados, por estarmos ali, ouvindo o sussurro do centeio, inspirando os ares das redondezas, a caminho do campo de girassóis… sim, tão belos que são...
Aquelas flores gigantes, capazes de nos porem a cabeça à roda, atrás do astro-rei, com tanta beleza, num jardim imenso para onde olhamos, em todas as direções, num gozo que se repete em cada relance de luz, a cada sombra subtil, a cada zumbido das abelhas que saltam atarefadas de flor em flor, num banquete para elas e um postal em alta-definição para nós…
Campos fora, na meseta, são pigmentações, texturas, mas, sobretudo, a fragrância a lavanda, como feitiço de Mulher…
São prados floridos tão imensos que nos enfeitiçam ao pôr do sol, onde caminhamos vestidos de branco, para não perturbarmos a atmosfera cinemática…
Onde, pequeninos, soçobramos com tanta beleza junta… que as palavras são frugais para dela falarem…
Deixando os cabelos delas serem ainda mais belos, ao vento, até dançando, rodando os vestidos bordados… delas, das Mulheres, nossas deusas, e das florzinhas que, como as ninfas, adocicam o olfato, por esses momentos, o soberano e o mais privilegiado dos sentidos da vida!
É tão bom recordar, neste Dia da Mulher!
Castelo e muralhas de Burgos, Espanha
Passear a pé nas ruas estreitas de Córdova, na Andaluzia espanhola, é uma experiência incrível…para os sentidos…
Passo a passo, olhando em redor, percebe-se no desenho simples das fachadas caiadas o legado árabe, em cada recanto, mesclado com a cultura ocidental, numa simbiose que exalta a nossa imaginação…enquanto se ouve a guitarra flamenca que canta ao fundo da rua, com tons graves.
Os pátios daquela cidade, que vão aparecendo em cada recanto, sem contar, são únicos no mundo, por estarem decorados com vasos floridos, assim como tantas portas e janelas, de cores garridas e aromas frescos que nos fazem olvidar o calor daquelas bandas e desperta uma vontade incontida de ali ficar, desfrutando de um pedaço de éden e de um ímpeto de voltar!
Num fim de tarde chuvoso, o Museu Guggenheim, em Bilbau, numa das suas fachadas mais emblemáticas e "turísticas"!
Um edificado "diferente", do arquiteto Frank Gehry.