Música de Enya... tão fácil deixarmos, felizes, despontar uma lágrima grata ao momento
Há uns anos que me delicio com a voz e a música de Enya, que tanta felicidade proporcionam a milhões de admiradores em todo o mundo. Nem todos os momentos são propícios para esta sonoridade, mas há uns, tão especiais, que, caídos do nada ou vindos do fundo da alma, quase nos empurram para a prova de ambiências acústicas tão subtis, tão redondas, que envolvem e convidam os sentidos à contemplação do que somos, do que fazemos e para onde vamos. É tão fácil ouvirmos e deixarmos, felizes, despontar uma lágrima grata ao momento.
Com o hi-fi exibindo, brilhantemente, as tonalidades acústicas que Enya nos oferece, com graves profundos e agudos discretos, fechámo-nos ao mundo físico, para iniciarmos uma marcha por largas planícies, com castelos celtas e cavalos brancos que galopam, planuras cobertas por prados de verdes viçosos, ladeados por montanhas que completam um quadro bucólico virtual, mas tão intenso.
A música de Enya, ao longo dos anos, para os que a apreciam, tem significado um embalamento em tecidos de cetim, em nuvens de algodão tão fofinho. São elementos que, ora nos arrepiam ao tocá-los com o ouvido, ora nos impelem para uma subtil nostalgia que contempla as coisas bonitas, com tons vivos, que nos têm acontecido. Curioso como tonalidades musicais tão melancólicas proporcionam momentos tão intensos, num recital em que a orquestra dos sentidos, dirigidos pela mestria da alma, se entrelaçam em imagens, cores, arrepios e cadências incertas na respiração, incapaz por vezes de ficar indiferente ao embalamento.
É assim, ouvirmos Enya, um prazer para a alma.
Este vídeo, repartido em duas partes, traduz bem, creio, o que significa a obra musical de Enya.