Os campos de Lavanda de Tiedra, Espanha, são dignos de uma paragem, sem velocidades, para ali deixarmos descansar as vistas, acariciarmos as belas florzinhas e, acima de tudo, deixarmos o olfato gozar intensamente com aquela fragância intensa e fresca, que dá vida aos perfumes!
Percorrer aquelas vastas extensões planas, no meio do nada, é uma maravilha, olhando à volta e ver tudo florido, com tons suaves, até perder de vista, que nos transmitem uma tranquilidade especial.
Ao sol da tarde que ainda vai alto, baixar-nos ao nível das flores e aproximarmo-nos delas é uma experiência sensorial muito reconfortante… de paz interior…
Tocá-las, senti-las nos dedos, cheirá-las uma e outra vez, sem vontade de parar, é um ritual renovado que não queremos deixar para trás.
Sorrindo, de lá trazemos no nosso peito as memórias, sob a forma de cheiros e imagens de rara beleza, além daquela brisa morna que nos afagava o rosto quando apontávamos a máquina fotográfica para mais um registo, sob o olhar atento das abelhas que se lambuzavam no pólen das lavandas… para um mel tão saboroso e cheiroso que já provei!
Campos fora, na meseta, são pigmentações, texturas, mas, sobretudo, a fragrância a lavanda, como feitiço de Mulher…
São prados floridos tão imensos que nos enfeitiçam ao pôr do sol, onde caminhamos vestidos de branco, para não perturbarmos a atmosfera cinemática…
Onde, pequeninos, soçobramos com tanta beleza junta… que as palavras são frugais para dela falarem…
Deixando os cabelos delas serem ainda mais belos, ao vento, até dançando, rodando os vestidos bordados… delas, das Mulheres, nossas deusas, e das florzinhas que, como as ninfas, adocicam o olfato, por esses momentos, o soberano e o mais privilegiado dos sentidos da vida!