Sermos na alma, os primeiros
Dias curtos chegaram, opereta de tons marrom, nas folhas caídas, ao vento levadas, nas escarpas onde se erguem fernandinas muralhas...
As folhas são carpetes de pontos de bronze, como a ponte dos comboios a vapor ou paço de glórias idas, estendidas, escadas abaixo.
Ali, o sol apressado nos telhados toscos, casario das ruas de granitos do tempo, paredes cobertas por mil falhas...
Com artes dos pretéritos, os das mil e uma culturas, para – invictas e juntinhas - se espraiarem no colo do Douro, como uvas em cacho.
E as folhas outono, com timidez de cobre e toque estaladiço, flutuam, em cardume, olhando as pontes, os rabelos barcos...
Mirando a românica sé, altaneira, na colina, até provarem o sal, no Castelo do Queijo de marinheiros.
As folhas hão-de voltar viçosas, quando a primavera acordar, em gesto de esperança para júbilo de fortes e fracos…
E nos palácios de cristal de nós todos proporcionarem fresco ar, na sombra em piqueniques sermos na alma, os primeiros.