Neste quinhão é-se do tamanho do que somos
Apenas pessoas, a preto e branco!
Que bom sentir aquelas veredas, na ilha branca
No cume da Graciosa, em redor, tanta paz, envolto nela
Abrir os braços, agarrar tanto ar, tanto de nada, sopro para a alma
No vale, veem-se muros de pedra de Vulcano que riscam o verde
Pontos brancos são casas onde moram ilhéus, com rugas de sal
Resquícios de vinhas perduram e vagos ressequidos, nos terraços
Até os cheiros a bagaço se misturam com os raios de sol
Ou sons rurais que ecoam através dos aerogeradores
À volta da velha caldeirinha, imagina-se o pretérito desta esmeralda
Com a lava a acrescentar cada fajã, o fogo avivando o mar
No traço do horizonte que cintila, navios rumam a Leste, quase levitando na bruma
Neste quinhão é-se do tamanho do que somos, um pedaço da natureza!
E que gozo sê-lo, sem faz de conta, apenas pessoa, a preto e branco!