Mãe, hoje farias mais uma Primavera
Eras uma mulher bonita, com classe, uma força da natureza!
Armindo Mendes
Já há alguns anos que partiste!
Foste ter com o pai e deixaste um vazio imenso na minha alma!
Naquele dia, sem pai, sem mãe, fiquei “sem chão”, perdido algures, sem referências!
A tua despedida final, o teu último suspiro foi nos meus braços – e como doeu e dói esse momento.
Não preciso de dizer o quanto te amava. Tu sabias.
Era um amor correspondido, nas nossas cumplicidades, nas ruas da nossa Guimarães, passeando de braço dado, lanchando na Clarinha o teu bolo de arroz com cevada. Nós sabíamos, que ficou muito intenso quando o pai partiu!
Quando chorámos juntos, tantas vezes!
Eras uma mulher bonita, com classe, uma força da natureza!
O teu belo sorriso, a tua alegria, a tua capacidade de trabalho, ajudando o pai, e o amor incondicional à família eram as tuas impressões digitais!
Quando, em 2001, seguraste o meu filho recém-nascido ao colo, teu neto Bruno, foi uma das visões mais maravilhosas que eu tive na vida!
E recordo quando, em minha casa, me pedias para eu pôr tangos a tocar, sobretudo o "La Cumparsita", o teu preferido, para dançares comigo, todo desajeitado!
Recordavas a tua juventude no Casino da Póvoa, eu sei, porque eras de facto uma mulher "fina".
De ti recordo tantas coisas boas e menos boas (doença), do meu tempo de “menino da mamã”, até ao teu momento final, precedido de uma agonia atroz e injusta para uma alma tão doce e generosa como a tua!
Um dia, já doentinha, com grandes dores de cabeça, disseste-me lá em casa, olhando-me nos meus olhos: “Eu não quero morrer, meu filho!!!”.
Já não sei como te respondi, mas abracei-te.
Para mim nunca morreste!
Viveste, vives e viverás no meu coração, até ao meu último suspiro!
Amo-te, querida mãe!