O Facebook hoje, pela manhã, é uma “delícia”.
Os comentários à demissão de José Sócrates, pelo menos a maioria dos realizadas na minha lista de “amigos”, é uma tremenda desilusão.
De um lado, os apaniguados laranjas, do outro, os afoitos rosas, num diálogo estridente de surdos.
E o ruído torna-se ensurdecedor quando o fogo cruzado de pólvora seca é disparado por militantes de cartão, assumidos ou não, ora de um lado, ora do outro da barricada.
É que, salvo raras excepções, a militância exacerbada redunda recorrentemente numa confrangedora falta de capacidade para ler de forma clara os acontecimentos, sobretudo as suas consequências. Mesmo de alguns "amigos" cuja inteligência admiro, mas que nestes momentos se deixam, permitam-me a provocação, contagiar pela sua paixão partidária de mais à esquerca ou mais à direita.
De um lado e do outro, abundam as incoerências e as meias-verdades, numa autêntica câmara de ressonância do que se vai ouvindo nas televisões e nas rádios da boca de “insuspeitíssimos” comentadores com ou sem cartão.
Parece às vezes uma daquelas discussões estéreis que ouço no café da esquina entre portistas e benfiquistas ferrenhos, que terminam quase sempre com insultos.
Enquanto isso, os portugueses comuns, os que não percebem nada desta cacofonia (e são a maioria), continuam a ter suportar, na pele, as sucessivas políticas dos vários governos que nos puseram na situação em que estamos presentemente.