Onde pára o Natal em Felgueiras?
Câmara de FLG não mandou embelezar as ruas para poupar, mas os comerciantes dizem que assim as coisas ficam ainda mais difíceis
A inaudita decisão da Câmara de Felgueiras de não colocar iluminação de Natal nas ruas das duas cidades do concelho tem causado grande insatisfação nos comerciantes e nos felgueirenses em geral, que assim se viram privados do embelezamento das artérias citadinas característico desta quadra.
Obviamente são os comerciantes os mais lesados, porque sem a fantasia das luzes de natal haverá menos gente propensa a percorrer as ruas e a fazer compras.
Circulando em Felgueiras e na Lixa por estes dias fica-se com a ideia que não há Natal nestas paragens.
O povo, justamente pergunta: onde pára o Natal?
“É uma pobreza confrangedora”, comentava um comerciante de Felgueiras. E de facto esta escuridão acentua o clima de pessimismo que muitos lojistas teimam em combater no seu quotidiano.
Já se sabe que a câmara, invocando a conjuntura actual, justificará esta medida com a necessidade de conter despesas, um argumento que até é aceitável, mas que foi consubstanciado numa decisão que é um exagero completo.
Aceitar-se-ia, por certo, uma redução nas zonas embelezadas com as luzes natalícias, como ocorreu noutros concelhos próximos, mas nunca uma razia tão grande, deixando uma cidade na penumbra natalícia, que surpreende os forasteiros que por cá passam. Passou-se do 80 para o 8, como dirão alguns.
Acresce que os intuitos de poupança aludidos como justificação para tão grande escuridão contrastam de forma categórica com alguns sinais de um certo despesismo presente nos outdoors que vão pululando e desfigurando a paisagem felgueirense com mil e uma mensagens promocionais das medidas da actual gestão municipal.
Obviamente, ninguém de boa-fé pensará que esses outdoors são de graça…
Ora - concluir-se-á - parte desse dinheiro bem podia ser usado, por exemplo, nas ditas iluminações de Natal, essas sim potenciadoras de negócio para os nossos comerciantes que tantas dificuldades enfrentam.
Se a autarquia de Inácio Ribeiro, que por acaso até foi o anterior presidente da Associação Empresarial, tivesse analisado a questão desta maneira, com certeza os comerciantes das duas cidades estariam, no mínimo, com uma nova esperança neste Natal tão escuro.