Mais cedo do que tarde, quiça
Armindo Mendes
Há uns tempos, numa terra, terminou o “reinado”, com uma vitória absoluta e surpreendente.
Parece que foi ontem e, no entanto, tanta coisa aconteceu e tanta gente mudou desde então. Sobretudo uns que, acometidos de vitaminas de vigor redobrado, desataram a crescer, atordoados pelo perfume de um certo momento.
Curiosamente, houve coisas que, algures, não mudaram tanto quanto se esperava, talvez porque não dava jeito para a satisfação de uns certos desígnios egocêntricos, afinal máscara para uma notória desfaçatez.
Mas a procissão dos acólitos ainda só há pouco saiu do adro.
Desconfio que, nos tempos vindouros, muita coisa efectivamente marcante vai acontecer, surpreendendo os mais distraídos e baralhando e atordoando as peças do xadrez, mesmo os que hoje virtualmente mais do que no passado se arrogam na imodéstia de olvidar um certo tempo, julgando-se uma borracha que tudo apaga à sua passagem.
Mas a memória existe, no âmago de uns, sem dúvida, constituindo referência, um farol que consolida as bases do presente e ancora um futuro em que a justiça dos homens há-de fazer jus.