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Marca d'Água

Marca d'Água

05
Nov09

Ganhou uma nova esperança


EDITORIAL DA EDIÇÃO 89 DO EXPRESSO DE FELGUEIRAS, 16 DE OUTUBRO DE 2009


A noite do dia 11 de Outubro de 2009 há-de ficar na memória colectiva da nossa terra como o momento em que milhares de felgueirenses festejaram, nas ruas, o fim de um período de governação do concelho que a história um dia julgará.

Influenciado pelas polémicas do saco azul, o país mediático julgara, no passado, todos os felgueirenses pela mesma bitola. No domingo, o concelho provou que o estigma que nos quiseram impor era injusto.

Numa noite quente de Outono, foi como uma explosão que irrompeu logo que foram conhecidos os primeiros resultados das eleições autárquicas que apontavam, sem margem para dúvidas, para o que muitos consideravam uma enorme surpresa e outros um feito com laivos miraculosos: a derrota de Fátima Felgueiras.

Sim, porque, mais do que a vitória da Nova Esperança (PSD/CDS), muitos saíram à rua para festejar a derrota da mediática autarca que esteva à frente dos destinos de Felgueiras desde 1995.

Milhares - a maioria do PSD, muitos do CDS e outros anónimos - não cabiam em si de contentamento.

“O novo 25 de Abril em Felgueiras”

Empunhando uma bandeira laranja, um idoso, sorridente, por entre a multidão, segurou-me num braço e disse a todos os pulmões: “amigo, este é o 25 de Abril que muitos felgueirenses esperavam”.

Descontado, em momento de euforia, o exagero da expressão, percebi, porém, o que o homem, talvez, queria dizer. Talvez se referisse ao fim de um certo estilo de governação, fechado sobre si próprio, encarnado por uma política idolatrada por muitos, que alguns julgavam imbatível, mas censurada agora nas urnas.

Nessa noite, a presidente, ao reconhecer que havia perdido as eleições e ao felicitar o vencedor, quando ainda faltavam apurar várias freguesias, revelou a humildade que lhe faltou em todo o mandato e que esteve na base, estou certo, da sua estrondosa derrota.

A queda

Ao ver as suas aspirações políticas desmoronarem-se nessa noite, a edil acabou por sair, politicamente falando, pela porta pequena.

As televisões de Portugal mostraram nessa noite uma autarca que não teve a lucidez de perceber, em tempo útil, que o seu estilo de governação a estava a empurrar politicamente para o abismo.

Nova Esperança

Mas há que dar o mérito aos grandes vencedores da noite: a Nova Esperança.

Independentemente da camisola partidária de cada leitor, reconheça-se que a coligação PSD/CDS protagonizou uma campanha afirmativa no conteúdo e na forma, sempre crescendo em mobilização e entusiasmo, com o epílogo na multidão com que encerrou a campanha na sexta-feira à noite.

Afirmativa no conteúdo, porque privilegiou a crítica incisiva, mas baseada em factos concretos, a Fátima Felgueiras, mesclando o seu discurso com propostas que iam de encontro aos anseios dos felgueirenses.

Afirmativa na forma, porque demonstrou sempre uma imagem jovem e dinâmica, consubstanciada no seu material de campanha, procurando inteligentemente cativar os novos eleitores e as famílias, o que efectivamente veio a conseguir.

Partido Socialista

Uma nota ainda para o Partido Socialista. Os resultados dizem que o PS perdeu, mas entendo que os felgueirenses que desejavam a mudança, nomeadamente os que preferiram a Nova Esperança, também devem estar reconhecidos aos socialistas de Felgueiras, em especial ao seu candidato, Eduardo Bragança, pela forma corajosa e coerente como, desde que tomou posse como líder do PS, há três anos e meio, se empenhou no combate político a Fátima Felgueiras e ao seu movimento.

Referência elogiosa ainda para os pequenos partidos que, com parcos recursos, se bateram também pela mudança na nossa terra.

Inácio Ribeiro surpreendeu

Para o novo presidente, Inácio Ribeiro, o grande vencedor da noite, uma palavra final:

Trata-se de um homem que surpreendeu todos pela forma inteligente como conseguiu conciliar o seu ar aparentemente sisudo com uma capacidade invulgar de criar empatia junto dos felgueirenses, sobretudo entre os jovens e as mulheres.

A forma genuinamente humilde e afável como se relacionava com os eleitores granjeou-lhe simpatia, criando uma onda que, estou certo, se traduziu em muitos milhares de votos.

Luva branca

Inácio Ribeiro também deu uma ruidosa “bofetada de luva branca” aos que, há alguns meses, quando foi anunciada a sua candidatura, quais homens do leme sem caravela, logo se apressaram a vaticinar que estava condenado à derrota, porque “não era suficientemente conhecido”.

Mas, nos últimos dias de campanha, porque despontava a mudança, alguns, envergonhados, como que despontando do nevoeiro, apareceram nas iniciativas da Nova Esperança com um ar comprometido, quase pedindo desculpa por tanta incoerência.

Esses, incluindo alguns laranjas do passado, nos últimos tempos rendidos ao canto da sereia, tiveram no domingo à noite de engolir um enorme elefante!

Desses não rezará a história, porque esses, ao contrário do “desconhecido” Inácio Ribeiro, não lograram chegar a ser presidentes do Município.

Um novo ciclo

Sobre os ombros de Inácio Ribeiro e da sua equipa recaem agora as esperanças de todos os felgueirenses.

As eleições já passaram e, cores partidárias à parte, há que desejar ao novo presidente de todos os felgueirenses muita sorte e muita força para que a Nova Esperança não se esgote num slogan, que se abra, de facto, a um novo ciclo, a um período mais profícuo para o concelho, a um período em que todos, sem receios de ser olhados de soslaio, possamos participar no desenvolvimento de Felgueiras.

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