Barca encolhida, contra a corrente, de tons dourados, como o nome do rio…
Desfrutar, quase em silêncio, por favor, a pedido do guia!
Por aquelas bandas de Miranda, o Douro é esguio, curvilíneo, para rasgar o maciço granítico, empreitada de milhões de anos, esventrando no seu trilho encostas imponentes para onde olhamos com espanto… percebendo a nossa pequeneza…
E a "barca" passa quase encolhida, navegando pachorrenta, contra a corrente da "modernidade", em águas de tons dourados, que dão o nome ao rio…
É reserva natural, parque para cientistas trabalhar e para turistas desfrutar, com respeito, quase em silêncio, por favor, a pedido do guia!
Fauna e flora abundam e são ricas, bem visíveis num passeio de barco com sotaque castelhano, olhando o leito que une dois países, imaginando o plâncton à superfície, vendo as paredes graníticas das margens, quase verticais, com tantas plantas autóctones, quedas de água e ninhos de águias reais!
E, mirando arriba, o céu azul com farrapinhos de nuvens brancas, para, com alguma sorte, admirar as aves de rapina, planando em círculos, com elegância, que abundam por terras de Miranda e ouvir a passarada de abril, quando regressamos a Miranda, com a sua catedral, no topo do penhasco!!!