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Marca d'Água

Marca d'Água

27
Mar24

À noite, num dia de chuva zangada lá fora

Convite para partir em direção ao monte Fuji, bem alto, no pensamento


Ouvir Kitaro é um privilégio, uma dádiva que agradeço àquele mestre!

Num exercício de egoismo, diria que algumas das suas composições parece terem sido feitas para cada um de nós, porque nas artérias parecem fluir, sem pressas, até ao coração!

Encantam, porque são doces, suaves, exalam ternura, paz e tranquilidade... E são tantas assim... corpos acima, os nossos!

À noite, numa jornada de chuva zangada lá fora, saborear estes acordes, aqui dentro, é uma delícia, a cada regresso ao mundo de sonoridades de Kitaro, ao ritmo oriental, do sol nascente!

Ouvi-las, em paz, são convites renovados para abrir as asas do sonho e partir em direção ao monte Fuji, voar bem alto, no pensamento, numa odisseia de memórias de prados frescos, de devaneios em cascata, de quimeras em flor de cerejeira e travo de mel!

No fundo, de pensamentos, interpelações, sobre o que somos, que fazemos, os nossos silêncios, de onde vimos, para onde vamos, nos dias finitos, aproveitando cada instante, numa torrente de arrepios, à nossa maneira, no cantinho, à luz, ao calor do serão!!!!

 

Boa noite!

27
Mar24

Não vamos acabar, assim, em nada, em pó!

Ousar presumir numa força maior


Ilha Graciosa Açores08 pôr do sol.jpg

Afinal o paraíso existe! Num retalho como este com tanto cheiro a mar, quase irreal, que nos cobre de volúpia em tons de cobre, feita nuvens de algodão doce com cheiro a enxofre, que exalta a nossa alma imperfeita, aquela que nos pesadelos teme o fim, mas que, acordados, ousamos querer presumir numa força maior, que não vamos acabar, assim, em nada, em pó!

26
Mar24

Centum Cellas – da surpresa, ao espanto!

Ruínas de torre romana em Belmonte


Centum Cellas Belmonte.jpg

Há monumentos que causam espanto, como este, em Belmonte, as ruínas de uma antiga torre, com cerca de 12 metros de altura e três pisos. No meio do nada, de campos de centeio, não longe da Serra da Estrela, ergue-se aquele edificado que, visto da estrada por quem passa de carro, logo atrai a atenção, obrigando a uma paragem, para perceber do que se trata.Centum Cellas Belmonte3.jpg

Centum Cellas Belmonte2.jpg

A enigmática torre terá sido erguida nos tempos dos romanos na península, como acampamento provavelmente no século I.

Na área circundante como indicam aparentemente as ruínas, terá existido uma vila, naquele período histórico.Centum Cellas Belmonte4.jpg

Centum Cellas, assim se designa este Monumento Nacional desde 1927, terá também sido usado na Idade Média como prisão.

É mais uma marca da nossa história, das nossas raízes, que perdura há muitos séculos!Centum Cellas Belmonte5.jpg

21
Mar24

Riacho que, apressado, queremos convidar a ir mais devagar!

Em silêncio, apesar do chilrear da Primavera que chegou!!!


Barrias queda de água02.jpg

Às vezes, neste mundo cada vez mais digital, temos uma vontade analógica, primária, incontida, de pararmos o tempo, de ordenarmos, só com o olhar, que os ponteiros do relógio avancem em câmara muito, muito... lenta!

Para desfrutarmos de momentos raros de bem-estar, queremos junto ao peito prolongá-los, como partes da natureza maior, ancestral, onde sentimos uma energia mais forte do que nós, uma eletricidade fresca como arrepios, que brota do subsolo, corpo acima, até ao coração!

Que emerge da folhagem das árvores para os nossos cabelos, ou do riacho que, apressado, queremos convidar a ir mais devagar, levitar como véu de núpcias, branco como a fé, que cobre o leito rochoso...  

Barrias queda de água.jpg

E, por magia, na cascata, as águas param... e os peixinhos castanhos ficam ali, perante nós, olhando soçobrados ao instante de felicidade...

Onde, não importa quando, os raios de sol fintam as sombras da vida, cintilam como estrelas alegres para iluminarem o silêncio, apesar do chilrear garrido da Primavera que chegou! 

Bem-vinda sejas, de volta, bela Primavera!!!!

 

18
Mar24

Em serões que nunca acabam...

À meia-luz da noite… ouvindo Yanni


Yiannidisco.jpg

Há décadas que sigo a carreira de Yanni, o músico e compositor grego, atualmente com 69 anos, que encanta milhões à volta do mundo, com as suas melodias "New Age", ao piano, que nos enchem o coração, que adoro há tanto tempo… em serões que nunca acabam, à meia-luz da noite… quase sempre… enrodilhado nos CD`s e DVD´s da minha coleção… Ouvir as suas composições e orquestrações é um prazer renovado, a cada regresso àquele disco (também tenho em DVD) especialíssimo, de 1993, “Live at the Acropolis”, com o qual, ainda na minha juventude, descobri verdadeiramente a maestria de Yanni… num concerto num sítio incrível...

Ali, este tema maravilhoso, “One Man's Dream", conquistou-me!!! Ainda hoje é um dos instrumentais mais belos que alguma vez ouvi, que ouço vezes seguidas, sem me cansar, pela sua simplicidade e beleza, contando uma história, aquela que nós quisermos… na nossa memória, na nossa saudade!

No meu caso, é uma música que cheira a rosas, reluz como o sorriso da minha mãe, que eu trago dentro de mim, ou com aquele olhar tom de mel, materno, de amor infinito, que me abraçava!!!

Sim, eu sei, é uma música que me faz sofrer, às vezes, chorar, quase sempre!!! Por ser tão bela!!!

 

 

Mas, “Live at the Acropolis” é apenas um notável exemplo dos muitos trabalhos em estúdio ou ao vivo que o músico tem proporcionado aos seus seguidores.

Outro concerto maravilhoso foi o que o músico grego deu, mais recentemente, em AlUla, na Arábia Saudita, intitulado “Until The Last Moment", justamente o nome desta composição que partilho aqui, por ser um dos que melhor traduz a obra de Yanni, que adoro até ao último bocadinho!

Boa noite!

 

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