"We Meet Again"
À luz da noite
Para ouvir quando apetece, à luz da noite!
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Para ouvir quando apetece, à luz da noite!
Neste sítio, faltam-me as palavras! Faça-se silêncio!
Que bonita é a serra do Açor, uma das mais encantadoras de Portugal, com as suas montanhas imponentes, até onde os olhos conseguem alcançar, carregadas de trilhos, de bosques mágicos, húmidos, de vegetação autóctone, em cada recanto, que nos convidam a caminhar, parar para respirar, sentindo a natureza.
Obra do divino, também de mãos dadas com a intervenção humana virtuosa por lá, sim, como as casinhas de xisto das aldeias, como o Piódão e outras menos conhecidas nos socalcos, ou nas quedas de água pura, cristalina, embelezadas por espaços de contemplação, que nos retêm ali tanto tempo, em êxtase!!!
Há tanto para ver e sentir naquelas paragens que o tempo é sempre curto para fruir daquele manjar para os sentidos da vida, de tantos paladares ‘gourmet’ que, ao sair de lá, fechando os olhos por instantes para sentirmos mais fundo, vimos impregnados de serenidade, com tanta vontade voltar de voltar e voltar, degustando de novo aquelas marcas tatuadas na nossa alma!
Subir a encosta para ver mais do alto, lá ao fundo, o rio Tâmega, que vai escrevendo no sobrado da serra aqueles poemas resinosos, aromas a pinho, sons fluviais, palatos a medronhos, sob a forma de vigor que nos molha as mãos enrugadas!
São elas que levamos ao rosto, para nos refrescarmos na caminhada da vida, de tantos suores e lágrimas, ou até, feridas por cicatrizar!
E lá, no baloiço do Tâmega, no vai e volta suspensos nas cordas do destino, retemperamos vontades de irmos para além da nossa força!
Como um pêndulo, por energia maior que a nossa inteligência não entende, nos impele à procura de nos satisfazermos, ora mais, ora menos, nem que seja, à espera do ocaso da jornada, ali, no penhasco, simplesmente, respirando, em paz, para cá do Marão!
Umas das músicas de sempre, para sempre!
A funcionar desde 1910, com uma altura de 28 metros, o Farol de Montedor, nas proximidades de Viana do Castelo, é um dos mais bonitos e mais bem preservados de Portugal.
No seu interior, que pode ser visitado, encontra-se um muito interessante núcleo museológico, onde se constata a evolução tecnológica daquele farol ao longo de mais de um século de existência, através de equipamentos e documentos de outros tempos.
Nestas paisagens da Serra da Peneda, não longe de Castro Laboreiro, o ar é mais fresco e os olhares, lá nas alturas, perdem-se nas paisagens imensas, além da Galiza, montanha atrás de montanha, com tanto para saborear.
Sentado num enorme penedo de granito, cabelo ao vento, deixe-se que o sol tímido de inverno, entre neblina, alivie do frio este rosto.
O agasalho castanho cobre o pescoço, mas o vento gélido, lá do norte profundo, encolhe-nos, quase manda embora, à procura de uma lareira e uma alheira assada, o que se aceita!
Porque, quando a Primavera chegar, é certo o regresso àquele fragmento de mundo, para cheirar as mimosas, ouvir os grilos e caminhar cascalho acima até ao castelo, que fica longe, mas tão perto da vontade de revisitá-lo, porque lá tem-se um peito maior para inspirar tanta natureza e ver o rebanho de cabras guardado, no vale, pelo cão castro laboreiro!
Lindo!