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Está a chover lá fora, que torrente além da vidraça…
Detido aqui, faz vento, faz tempestade!
Por detrás do sopro que se faz baço, não sei que faça…
Talvez seja domingo, para quedar-me sem vontade!
Comando na mão, salto e salto de canal…
Piadas do Baião ou do Toy, cantorias desafinadas, sem jeito!
À meia luz, sob a manta, adormeço, em tarde sem sal…
Vou ali, não sei onde, mas com algo no peito.
Acordo, nas lonjuras, num sítio com travo citrino…
Meseta de girassóis altivos ou flores lavanda, de ameno lilás!
Festim de fragâncias, subtis, redondas, de tato feminino...
Ou pétalas de ouro, como cabelos à brisa que neste prado faz!
Que é o teu vulto, tão sereno!
O que vale uma flor?
Vale a beleza, a singeleza...
O que vale uma pétala?
Vale na mão, o toque, a delicadeza.
Um botão de rosa é sublime, belo...
Balsama a alma, tão bom, tê-lo!
Fulge ao sol, amacia a pele...
No cabelo, ao vento, lindo vê-lo!
Seguro nas minhas mãos, a rosa!
Que é um vulto, tão sereno!
Acaricio-a, peteio-a nesta prosa...
A flor ri para mim, de olhar eterno...
Sou sonhador nestas derivas…
Trémulo, tomo a rosa, hoje, no meu peito.
No bolso da minha camisa, bem ficas,
É emoção cristalina, na minha alma, a eito.