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O compositor e músico japonês, Kitaro, vencedor de um Grammy e um Globo de Ouro, e autor de dezenas de discos editados ao longo de mais de 50 anos de carreira, foi convidado, em fevereiro, pelo músico vietnamita HaAnhTuan para participar num concerto, no Vietname, que assinala um movimento que se bate pela natureza naquele país asiático conhecido pelas suas florestas tropicais.
Nesse concerto memorável, acompanhado de uma orquestra clássica, HaAnhTuan dá voz a duas das mais conhecidas composições de Kitaro, num exercício vocal espetacular e arranjos musicais belíssimos, que deverão em breve ser editados em disco.
O compositor japonês associou-se, assim, àquele movimento ambientalista, algo natural em Kitaro, ou não se tratasse de um apaixonado pela natureza, a principal inspiração para a sua carreira como músico à escala planetária.
Neste documentário, com a simplicidade que lhe é característica, Kitaro fala da importância de as atuais gerações se empenharem na preservação da natureza, em todas as latitudes, pensando no futuro, os nossos filhos, nos nossos netos, apontando como exemplo a plantação de árvores a que se propõe aquele movimento vietnamita.
No concerto, Kitaro afirmou:
“Há três dias, estivemos [com HaAnhTuan] a plantar árvores juntos [na floresta].
Isso não é para as nossas gerações, é para a próxima e próxima e próxima gerações…
As árvores crescem bocado a bocado, bocado a bocado, mas, com certeza, vão crescendo!
Nós somos como as árvores, não precisamos de crescer tão depressa. Nós podemos crescer passo a passo”.
A música de Kitaro é uma ode de sentimentos, de emoções, de sonhos, em que a natureza e o amor são a razão de ser da sua inspiração, apaixonando várias gerações de seres humanos, à volta do globo, unidos pela tranquilidade universal da sua mensagem, sob a forma de notas musicais doces que tocam fundo da nossa alma!!!
Neste vídeo ele fala do seu processo criativo.
“Eu crio música e gosto tanto de o fazer, porque o faço na natureza. Calados, conseguimos ouvir muitos sons, os pássaros a cantar, os ventos a soprar… A música deu-me muita inspiração… Talvez eu não seja o criador da minha música. A natureza deu-me a música e ela passou através do meu corpo. É isso a minha música”, afirmou.
No Minho, olhar uma flor é tão saboroso…
Apreciar muitas papoilas é na utopia acreditar.
Suas pigmentações coradas dão supremo gozo…
Em Viana, ao colo do Lima, pétalas parecem flutuar!
Tocá-las com vénia, para não ofender…
Abrigadas pela ponte Eiffel, para tantos encantar.
Ao sol de março, tomá-las e quiçá oferecer…
Gesto para "à lá minuta", em Santa Luzia, retratar!
Cheirá-las é adorá-las, na alameda, a dobrar…
Como lenços de namorados, em lindo jardim.
Corações ao peito, os de Viana, com delongas admirar…
À Nossa senhora da Agonia chegámos, por fim!
Armindo Mendes, 27 mar 2023
Os Picos da Europa são uma formação montanhosa, que chega aos 2.650 metros, no seu ponto de maior altitude.
Situam-se no norte da Espanha, na região das Astúrias, não muito longe do mar e da cidade de Oviedo, e constitui a parte central da cordilheira Cantábrica.
Trata-se de um Parque Nacional espanhol riquíssimo na sua biodiversidade, proporcionando paisagens lindíssimas, com o verde viçoso dos prados e do arvoredo a sobressaírem por entre picos de declive acentuado e formações rochosas.
No parque correm linhas de águas frescas e podem ser encontrados os famosos lagos de Covadonga, que eu não consegui visitar devido ao mau tempo, com inúmeros trilhos para caminhadas e passeios de bicicleta, a grande altitude, com vistas de cortar a respiração!
É sempre bom recordar que foi a partir destas nestas montanhas asturianas, que apresentam um clima irregular, mesmo no verão, que começou a denominada Reconquista Cristã da Península Ibérica.
A Basílica de Nossa Senhora de Covadonga, na foto superior envolta em nevoeiro, é uma igreja situada nas Astúrias, em Espanha.
É dedicada à Nossa Senhora de Covadonga, padroeira das Astúrias.
E edificado é do estilo Neorromânico e ficou concluído a 11 de setembro de 1901. Vale a pena uma visita!!!
Numa caverna próxima, está a imagem da Virgem de Covadonga, muito venerada naquela região espanhola, a tumba do rei Pelayo e do rei Alfonso I.
Covadonga é o lugar onde se iniciou a Reconquista Cristã, a cargo do rei Pelayo.
É também a entrada do Parque Nacional dos Picos da Europa, um local encantador, com montanhas e lagoas incríveis, que adorei conhecer!
Pormenor da Sé de Évora
Num “de repete”, olhar algo, uma paisagem, um monumento, um rosto, um céu e querer cristalizar o momento, o sentimento, numa memória digital ou quiçá no papel fotográfico, para todo o sempre, sem cheiro é certo, mas com a alma que lhe quisermos dar quando, simplesmente, fotografamos a nossa memória.
As igrejas são espaços de introspeção, de oração, de devoção ao divino, de fé no transcendental, que vai para além de nós!
Mas, são muito mais do que isso!
As igrejas e mosteiros, como outros edificados herdados dos nossos maiores, são o repositório de séculos de cultura cristã, numa profusão de estilos arquitetónicos que vão esculpindo, do românico ao barroco, do gótico ao neoclássico, o espírito, as modas e as inovações arquitetónicas de cada época, numa autêntica enciclopédia ilustrada, pedra sobre pedra, sob inspiração divina, para uns… ou, simplesmente, o engenho humano, no seu esplendor, para outros… mas, para quase todos, simplesmente, ARTE, aquela que nos espanta a cada olhar ante a grandiosidade das obras dos que ousaram serem maiores do que os outros para a eternidade!
Hoje, eu e os como eu, seres sem dons tão grandes, exaltamos, deixamos a devida vénia aos humanos imemoriais, sob a forma de fotografias que queremos guardar, do que vimos, por onde passamos, quase telas do que ali sentimos de espanto, olhando, simplesmente cada pedaço de arte…
Ò Primavera, bem-vinda sejas, de volta…
Por onde andaste, tanto tempo, ausente?
Estiveste longe ou andaste perdida, à solta?
Pouco importa agora, voltaste bela, contente!
O Inverno já lá vai, do frio, dos dias petizes…
Ò Diva das margaridas, no regaço borboletas trazes
E prados viçosos, fofos, para os amores felizes…
Andorinhas do Sul voltaram, que bela arte fazes.
Os ribeiros estão alegres, nas cachoeiras cantas…
As cerejas vão nascer, para nos corar
Piqueniques no Gerês, arraiais até às tantas
No carvalhal chilreias, para todos encantar…
Primavera és nascente, ventre de luz, flor alva...
Rainha em cada recomeço, todos os anos, assim.
Sol e Lua saúdam-te, em acorde de flauta, eterna salva…
Sim, és bela cegonha em voo de paz e amor, sem fim…
Há meio século, o meu, a paixão da fotografia não se explica, sente-se, como a pulsão de querer registar, muitas vezes sem conseguir, o que captam os nossos sentidos, em cada circunstância, em cada palpitação, em cada fôlego.
É assim, queremos fechar a mão para agarrarmos o que nos rodeia, isso é fotografar!
Os meus olhos são isso, desde menino, espelho da alma, sempre olhando, curioso, vendo, mirando, absorvendo, querendo saber, retratando!
Os momentos são únicos e quando deles gostamos queremos guardá-los na memória, no peito - o nosso baú - e dar-lhes, quando possível, feições, formas, texturas, cores, olhares, expressões de contextos, sentimentos, partilhas… sob a forma de flores, rios, mares, castelos, janelas, praias, montanhas, bosques ou, sobretudo, os viveres das gentes, de outros corpos, como nós, vivendo!
Num “de repete”, olhar algo, uma paisagem, um monumento, um rosto, um céu e querer cristalizar o momento, o sentimento, numa memória digital ou quiçá no papel fotográfico, para todo o sempre, sem cheiro é certo, mas com a alma que lhe quisermos dar quando, simplesmente, fotografamos a nossa memória.
Sou do tempo da fotografia analógica, com cheiro, com química, com tato, com paciência!
Como nesta fotografia com quase 50 anos que fui buscar ao baú, que gozo aquele de “tirar” fotografias” numa máquina analógica, de películas 6X6, sem automáticos, tudo manual, tudo ótica pura, tudo mecânico, sem eletrónica, olhando o espelho da câmara.
“Olha o passarinho”, dizia-se, apontando para o flash Metz, com baterias de água destilada, que projetava um clarão mágico!
Na YASHICAA MAT, a cada 12 disparos, mudar o rolo, como fiz tantas vezes, ajudando o meu pai nos casamentos, desde tenra idade! A recompensa era, mais tarde, uma dose extra de pudim!!!
A foto, primeiro a preto e branco, mais tarde a cores!
Ainda menino, ao lado do meu pai, que explicava tudo, vi nascer muitas fotografias, no laboratório da Foto Nanda!
De uma película de celulose com cristais de prata, conhecida como negativo, para o papel, na tina, a preto e branco, sob uma luz vermelha, no revelador, como que, por magia, do nada, numa folha branca que se ia pintando, até emergir em todo o esplendor, uma imagem!
Que belos momentos, pegar na folha, a 18X24 da Kodak, tirá-la do banho e colocá-la a secar! Ainda sinto aquele cheiro, aquela textura do papel que aparávamos numa guilhotina.
Era tudo uma canseira, tudo manual!
Depois, a revolução da cor. Com sete anos, acompanhei o meu pai, em Linda a Velha, na Kodak, num curso de fotografia a cores. Era obviamente a única criança!
Ali aprendi, rodeado de adultos, os princípios básicos e técnicas de fotografia e de laboratório a cores que ainda hoje me são úteis no mundo digital, por exemplo, quando trabalho, em pós-edição!
No laboratório a cores, trabalhava-se praticamente às escuras.
O tato era os nossos olhos, tudo com muito cuidado, mergulhando as folhas de papel nos três banhos – revelador, branqueador e fixador…
... Que tempos aqueles, sempre ao lado do meu pai, o senhor "retratista", como lhe chamavam, da fotografia, dos retratos, que guardo na minha memória!
Adoro visitar cidades históricas, a começar pelo meu berço, Guimarães, a mais encantadora de Portugal.
Os centros históricos das urbes dizem muito das suas raízes, das suas tradições, das suas gentes, nomeadamente as fachadas do casario, com as suas janelas, as suas varandas, os seus telhados, as suas chaminés, as suas luminárias, retratando a "impressão digital" de cada território, da cada região.
Para um nortenho como eu, o Alentejo torna-se especial, porque a sua arquitetura é muito diferente do que encontramos “cá em cima”, onde prevalece o granito, em vez do calcário do Sul, de tons mais claros.
As fachadas brancas alentejanas, com “molduras” de várias cores, sobretudo o amarelo, encantam-me.
Évora é uma cidade que apresenta bonitas fachadas, umas mais bem preservadas do que outras. Mas na Praça do Giraldo, no coração da cidade, encontramos bonitos edifícios que dão um encanto especial à urbe, assim como nas ruas adjacentes, onde o comércio voltado para os turistas representa demasiado ruído!
“Haja o que houver”, dos Madredeus, é um tema muito especial, de 1997, que reflete o período áureo daquele grupo, então com a voz lindíssima de Teresa Salgueiro, capaz de nos arrepiar!
A composição musical é simples, como sempre nos Madredeus daquela fase, mas envolvente, destacando-se as cordas.
A letra é cheia da saudade lusitana, aquela que só nós, neste cantinho da Europa, do Minho ao Algarve, dos Açores à Madeira, somos capazes de sentir, quando gostamos de alguém.
Para ouvir muitas vezes!
Um sítio especial, que adorei conhecer, de onde partiram os navegadores que descobriram o Novo Mundo.
Em Huelva, as réplicas dos barcos de Cristóvão Colombo para sua primeira viagem às Américas, o Niña, o Pinta e o Santa María.
Hoje é o Dia Internacional da Mulher, uma data importante, que devemos, nós homens, sempre assinalar, porque simboliza o quanto as mulheres, nossas companheiras de sempre, tiveram de lutar pela sua emancipação numa sociedade tradicionalmente machista, desde tempos imemoriais, que prevaleceu até ao tempo dos nossos avós.
Ao longo da história, sobretudo nos últimos dois séculos, várias foram as suas lutas e conquistas, afirmando-se, “a pulso”, iguais aos homens em direitos, como sempre deveria ter sido.
O direito ao trabalho, o direito à formação académica, o direito a um salário igual ao dos homens, o direito à liderança, o direito à sua sexualidade, o direito à sua opinião, o direito a conduzirem e o direito ao voto, entre outros importantes avanços, que tanto contribuíram para o progresso da nossa sociedade, com a equidade que se impõe entre géneros.
Hoje, o papel de mãe mantém-se central na natureza da mulher e da sociedade ocidental, mas o papel de pai tem vindo a conquistar espaço, nas novas gerações, numa partilha de tarefas e responsabilidades no lar e na família. Afinal ser pai é tão bom!
Já no trabalho, elas e eles, dão, cada uma, cada um, um toque especial, feminino ou masculino, numa mescla mágica, só ao alcance dos humanos, às tarefas que executam!
Há, porém, um longo caminho a percorrer para ultrapassar alguns preconceitos na nossa sociedade, com resquícios machistas que penalizam as mulheres, sobretudo em culturas diferentes das nossas, mas também por cá!
Essa tarefa cabe a ambos, mulheres e homens, de todas as latitudes, porque, se bem conseguida, só haverá vantagens para a humanidade. A educação é, por isso, fundamental para uma sociedade mais justa, ou não fosse ela o principal elevador social, também nos valores!
Mulheres e homens são, obviamente, diferentes na sua natureza biológica, por isso se atraem, mas iguais como seres humanos que, com as suas diversidades, se complementam e completam.
Mas as mulheres, além de determinadas, devem ser femininas, belas por dentro e meigas como flores, companheiras, porque é isso que as torna tão especiais aos nossos olhos! O contrário é contranatura!!!
Um feliz dia para todas as meninas e senhoras, em especial, se me permitem, para as que já tiveram o privilégio único das mulheres: serem Mães, como as nossas foram e, por isso, estamos aqui a aplaudir de pé as nossas guerreiras, as nossas musas!!!
08 mar 2022
O Castelo de Lanhoso, situado junto à vila minhota de Póvoa de Lanhoso, remonta ao século X, estando, por isso, ligado aos primeiros anos da nossa nacionalidade e ao período românico, como tantos outros monumentos do Entre Douro e Minho.
Trata-se de um Monumento Nacional situado no cimo do Monte do Pilar, o maior monólito granítico da Península Ibérica, de onde se pode desfrutar de belas paisagens, com vistas para o Gerês, ou agradáveis piqueniques nas áreas abrigadas por árvores, onde existem mesas em granito para os comensais.
Atualmente, de lá partem belos trilhos para caminhadas, nas redondezas verdejantes!
É um local muito procurado por turistas e pela população da zona e também eu, com a minha família, ainda pequeno, a partir de Guimarães (concelho vizinho) lá ia muitas vezes, no verão, em passeio, recordando o percurso íngreme pelas capelinhas, onde íamos parando para retemperar forças, as longas correrias com o meu pai e manos no enorme penedo, e, às vezes, os almoços em família, sobretudo aniversários da minha avó materna, num restaurante que lá havia, no cimo do monte….