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Marca d'Água

Marca d'Água

29
Jul21

Acredita!


Acredita!

 

Se puderes, ouve esta delícia...

É como o chá de limonete com mel de flores silvestres que te reconforta a garganta e te tira o desconforto.

 

Acredita!

Depois, fecha os olhos e sonha com um cantinho de canções com asas de penas brancas e cor de salmão.

E num flamingo real voa até onde o teu ser quiser, plana sobre um manto de rio imenso e azul profundo, onde as Tágides seduzem os marujos do Restelo, velas ao vento de norte a sul.

Do teu postigo já vês o mar, sim, aquele tão grande que te vai acolher no seu regaço.

Dá a mão a Neptuno, guardião dos oceanos, ele saberá levar-te às lhas dos amores, às atlântidas, para lá te banhares numa cascata de águas tépidas e te deitares na erva fofa e viçosa, onde dançam papoilas vermelhas, na música de brumas, feita murmúrios, que brotam dos vulcões sussurrentos... E da lagoa dos amantes... A azul e a verde! Ou a do Fogo, se quiseres!

 

Olha o céu, vê a forma das nuvens... A forma de pétalas que deixam cair a fragrância das memórias, das subtilezas de uma tarde, que te acalentam, para seres feliz, como uma Lady of dreams, como uma borboleta saltitante, mas efémera, em crepúsculo primaveril.

 

Acredita!

Pergunta às montanhas de neves eternas erguidas para além do chão das nuvens se a lua brilha de alegria na sua aura.

Se sim, é porque vês o lado de luz da vida…

Sentada no sopé, com o rio das trutas por perto, aconchegas a gola alta que faz fresco e fixas o olhar no céu e vês os raios de meia-luz da senhora da noite, que espreitam por entre as estrelas e se espelham no manto branco da Senhora da Serra… E um manto que, algures suspenso na capela, cintila encosta abaixo seduzido pela imagem feiticeira da lua…

A tua vista absorve o esplendor do cosmos… num momento sem fim… Estás ali a olhar a montanha… Sorri, fala baixinho, deixa que o quadro de claridade serena impregne a tua alma de bem-estar e o teu coração com um ímpeto doce-amargo de amar e ser feliz!

Se não, é porque o lado de trevas te agita o espírito. Do lado escuro não brota luz, rebenta, sim, uma torrente de inquietações. No sopé da montanha, então, faz-se angústia sob as vestes do silêncio da noite que só o sopro do vento ousa quebrar.

Terão sido as nuvens que se zangaram com a lua, quiçá com ciúmes, e a escondem de ti? E até as estrelas se calaram e as neves se precipitaram para o rio em avalancha.

Ou será mesmo o “the dark side of the moon”, aquele que nunca viu o brilho, que tem medo de ser feliz, para onde temos medo de olhar? Que fingimos não existir, um buraco negro que nos apoquenta ali e acolá nos nossos pesadelos.

 

Uma alma grande como a tua também tem o lado obscuro, mas não tenhas medo, porque no sopé da serrania, mesma a mais alta, consegues com a força da tua natureza de dama, olhar, ousar ver mais longe, focar para além da cumeada! E sentir, a cada noite escura que se faz dia, um novo recomeço, com a luz dos deuses que sobe em apoteose por detrás do cume sob a forma de astro-rei!

A feiticeira lua, leito dos sonhos, antro de quietudes, partiu e deu lugar ao sol, fonte da vida e de quimeras que nos impelem para novas partidas e chegadas, mar adentro, por certo, para um porto seguro da vida.

Acredita!

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