Há um lago imenso de anseios, de coisas por fazer
Aquelas nuvens ali são de algodão!
São fofinhas, são, dizem os românticos, o afago para a dor dos enamorados...
Dos corações que clamam por um carinho, da cara-metade que conforte quem tão agreste momento suporta!
Elas, as senhoras nuvens são de compota de amoras brancas
Saboreia e parte até onde ousar o desejo.
Ao olhar para baixo percebe que a luz do dia é cristalina e ilumina os audazes!
Há um lago imenso de anseios, de coisas por fazer, de coisar por falar, num contrarrelógio cruel
São saltos para a incerteza dos medos, mas tão perto do prazer, num rebuliço de sensações, que se quer parar num tempo sem relógios!
E ficar ali a saborear até que a noite abrace o dia, num leito de morangos feitos safiras
Pare-se o tempo, feche-se a janela do mundo e, a sete chaves de chumbo, quedemo-nos num antro de lírios e margaridas, até a fadiga adormecer em sonhos de poetas!