Há momentos assim… difíceis! Aqueles em que, confrontados com dados substantivos, alguns até contraditórios, temos de tomar decisões, numa amálgama avanços e recuos! Na vida, a racionalidade nem sempre afina com a vontade de fazer isto e aquilo. Perante o teclado que pode verter tanta coisa, porventura contundente, o ímpeto, alimentado por episódios que nos desapontaram, é irmos num sentido, movidos por algo muito humano! Com um marco quase chegando, na inquietude da noite, pesamos e voltamos a balizar as consequências para uns quantos e para nós do que possamos dissertar, na ponta dos dedos, tensos, sem conseguir chegar a uma conclusão. A ponderação do dia que nasce logo remete para o resguardo, ainda que temporário, à espera da decisão, que poderá acontecer quando a noite voltar a cair! De nada vale ficarmos quietos, se calhar a opção mais confortável! O melhor é voltarmos a deixar que as teclas adormeçam por instantes, enquanto os dedos se entrecruzam à espera de um sabe-se lá o quê, indutor!
Por estes dias, caminhei mais uma vez pelas serranias do Marão, desta vez por trilhos em redor da aldeia de Covelo do Monte, um pequeno burgo com casas de xisto.
Com uma ótima companhia, sem surpresa, voltei a avistar paisagens fantásticas, desfrutando da natureza em todo o seu esplendor, numa manhã de verão!
A beleza dos montes misturava-se, nesta caminhada com os leitos de pequenos regatos, quase secos pelo calor, e uma ruralidade bucólica, tão próxima das gentes que restam daquele povoado, tão pouco conhecido, encravado nas entranhas do Marão.
No sobe e desce das encostas, às vezes ladeados por pinhais, abrigos de montanha abandonados e colmeias, enquanto os pés pisavam pedaços de xisto nos trilhos acidentados, os nossos pulmões agradeciam a bênção daqueles ares tão puros.
Esperavam-nos também vistas com campos de milho e hortas que ladeavam caminhos rústicos, com rochas esventradas pelas rodas dos carros de bois que se escondiam, quiçá, em pequenos resguardos feitos com xisto.
Também ali, abrigados pela sombra de um carvalho, degustámos as amoras silvestres.
Quando subíamos mais alto, às vezes parávamos e, simplesmente, olhávamos e sentíamos o que a natureza nos oferecia. Tão bom!
Ante o céu azul, aquele silêncio num horizonte de montanhas é ouro! Nem a presença sonora dos chocalhos do gado maronês ousava estragar, antes pelo contrário, são sons que contribuem para adensar o sossego de quem simplesmente, às vezes, prefere estar surdo ao que vem lá de longe, da cidade.
Sim, não custa nada, basta apenas caminharmos até lá e deixarmo-nos ser parte daquele conjunto tão simples, mas tão belo.
Vale sempre a pena caminhar por sítios tão bonitos que o nosso país oferece.
Só a aldeia de Covelo do Monte já não tem o encanto de outros tempos, sobretudo porque construções recentes agridem o casario de xisto original, ferindo o que resta do caráter bucólico do velho lugar!
Estamos a poucas semanas das eleições autárquicas, as primeiras da história da democracia portuguesa que vão ser travadas, também, nas ditas redes sociais da Internet.
Em 2005, mas mais em 2009, muito das campanhas de então já utilizaram o mundo digital, através dos sites e blogues, para difundir as mensagens dos candidatos e esgrimir argumentos com os adversários.
Mas nunca como agora a luta é mais vincada na "web" graças às redes sociais, sobretudo o “Facebook”.
É normal que as candidaturas recorram a este instrumento para fazerem chegar as suas mensagens a mais pessoas.
Se o fazem através de página criada para o efeito no Facebook, devidamente identificada, que só subscreve quem quer, é perfeitamente legítimo e aceitável.
O que eu não aprecio é ver pessoas que usam as suas páginas pessoais naquela rede social para, de forma continuada, fazerem campanha, “bombardeando” os seus “amigos” do Facebook com “posts” de propaganda das candidaturas em que estão mais ou menos envolvidos.
Uns até o fazem de forma ocasional, o que acaba por não “incomodar" muito, mas outros usam e abusam daquele recurso para nos empanturrar de fotos, textos e frases feitas das candidaturas que perfilham.
Respeito os que o fazem, não estando em causa se concordo ou discordo das suas opiniões políticas, até porque são de vários partidos.
Meus caros “amigos" no Facebook, não me levem a mal, mas não posso deixar de expressar que não aprecio esse comportamento, sinceramente!
É também por este proliferar de tanta propaganda eleitoral que o Facebook se revela cada vez menos interessante para a minha pessoa, apesar de nele
continuar a reconhecer inúmeras vantagens!
Por isso, por estes dias, vou espreitando menos vezes aquela janela!