Capital cresce cada vez mais à sobra da gigantesca máquina do Estado
Armindo Mendes
Sou nortenho e portista, mas gosto de Lisboa, cidade, a capital de todos os portugueses. Mas censuro a macrocefalia da capital que tudo vai esmagando no resto do território do pequeno retângulo Lusitano que alguns, de horizontes que não passam de Vila Franca, denominam “província”.
O que se anuncia agora para a RTP Porto deixa-me, como nortenho, como português que ama o seu país como um todo, inconformado.
Foram-se as sedes de grandes empresas, foi-se a bolsa de valores, foram-se os grandes bancos, foi-se o “nosso” salão automóvel”, foram-se os grandes jornais, foram-se os grandes espetáculos e os grandes teatros. E agora vai-se grande parte do que restava: a RTP.
E assim se vão acentuando as assimetrias entre o norte, onde já só restam as indústrias exportadoras que alavancam a economia do país em tempo de crise, e uma capital sobranceira que cresce cada vez mais à sobra da gigantesca máquina do Estado que asfixia os recursos do país real.