09
Nov12
Não sabermos de onde viemos e para onde vamos...
Certas músicas proporcionam emoções lindas, intensas.
Desde aquele dia em que um amigo me ofereceu um certo disco, com uma dedicatória especial, num fim de tarde de outono.
É tão bom fecharmos os olhos-d'água, sentarmo-nos no nosso sofá preferido, aumentarmos o volume e apagarmos as luzes.
...
Lá fora as gotículas do outono que chegara vão caindo na vidraça, enquanto o vento agita as árvores do bosque ali ao lado. Deixamo-nos ir, bebendo cada acorde, arrepiando com cada agudo e estremecendo com cada grave.
Buscamos não sei o quê, exploramos em cada momento a felicidade que saltita ali e acolá, mas nem sempre ao alcance do braço que estendemos.
Cerramos os punhos, voltamos a cabeça atrás, quiçá impelidos pela brutalidade doce da melodia. De olhos fechados somos assaltados por imagens que brotam do baú poeirento que se abriu sem nós pedirmos.
E então viajamos à luz da música corada de agitações, deixando que a nossa epiderme liberte os pelos que se empinam a cada acorde tocados pela saudade feliz daquele sorriso que não esquecemos, do que sentimos, do que dissemos, do que vimos com aquele olhar profundo.
Corremos sentados, gritamos calados, com uma raiva serena...
E afinal sentimos que estarmos vivos é a maior dádiva da incerteza de não sabermos de onde viemos e para onde vamos.
Buscamos não sei o quê, exploramos em cada momento a felicidade que saltita ali e acolá, mas nem sempre ao alcance do braço que estendemos.
Cerramos os punhos, voltamos a cabeça atrás, quiçá impelidos pela brutalidade doce da melodia. De olhos fechados somos assaltados por imagens que brotam do baú poeirento que se abriu sem nós pedirmos.
E então viajamos à luz da música corada de agitações, deixando que a nossa epiderme liberte os pelos que se empinam a cada acorde tocados pela saudade feliz daquele sorriso que não esquecemos, do que sentimos, do que dissemos, do que vimos com aquele olhar profundo.
Corremos sentados, gritamos calados, com uma raiva serena...
E afinal sentimos que estarmos vivos é a maior dádiva da incerteza de não sabermos de onde viemos e para onde vamos.