Tantas saudades do meu querido pai
Armindo Mendes
Hoje, num local de silêncios e alguns murmúrios, estive perto do meu pai. Olhei-o de novo e vi que os dele, tão escuros, eram tão iguais aos meus. Ele partiu em 1990, deixando-me muito jovem ainda. Fiquei então algo perdido, assustado e desprotegido até, demorando muito tempo a reencontrar o meu caminho. Mas sei que ele não queria partir, sei que queria continuar a segurar-me a mão e conduzir-me por caminhos certos.
Meu pai, sei que sabes que te amo muito. Recordo com uma saudade imensa o teu sorriso e quando carinhosamente, com aquela voz grave que adorava ouvir, me chamavas “Mindocas”.
Porque uma doença terrível te venceu, não estiveste comigo o tempo que eu queria e merecia e tu também desejavas, mas enquanto estiveste deste-me tanta, tanta coisa imaterial, como o amor, o exemplo de seriedade, os valores e os princípios que estar-te-ei grato para sempre, meu querido pai!