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Marca d'Água

Marca d'Água

31
Out12

Tantas saudades do meu querido pai


Hoje, num local de silêncios e alguns murmúrios, estive perto do meu pai. Olhei-o de novo e vi que os dele, tão escuros, eram tão iguais aos meus. Ele partiu em 1990, deixando-me muito jovem ainda. Fiquei então algo perdido, assustado e desprotegido até, demorando muito tempo a reencontrar o meu caminho. Mas sei que ele não queria partir, sei que queria continuar a segurar-me a mão e conduzir-me por caminhos certos.

Meu pai, sei que sabes que te amo muito. Recordo com uma saudade imensa o teu sorriso e quando carinhosamente, com aquela voz grave que adorava ouvir, me chamavas “Mindocas”.

Porque uma doença terrível te venceu, não estiveste comigo o tempo que eu queria e merecia e tu também desejavas, mas enquanto estiveste deste-me tanta, tanta coisa imaterial, como o amor, o exemplo de seriedade, os valores e os princípios que estar-te-ei grato para sempre, meu querido pai!

26
Out12

Crise nos OCS


Desde o início desta crise, em 2009, que muitos jornalistas, nomeadamente os mais “pequeninos”, que trabalham nos órgãos locais e regionais, lutam todos os dias por manterem vivos os seus órgãos de informação, afinal o seu ganha-pão. Infelizmente, muitos já caíram neste percurso atribulado, outros continuam ainda a lutar, aliás nunca deixaram de o fazer. Infelizmente, a crise avançou para os “grandes” e também alguns desses vão cair, não resistindo a tantas adversidades.

24
Out12

Momentos que nos fizeram arrepiar de orgulho de sermos portistas



Felizmente, os títulos europeus e mundiais do FC Porto são recentes. Sou contemporâneo de todas essas conquistas e não sou tão velho assim...

Foram momentos inesquecíveis, arrepiantes, que nos fizeram quase chorar de alegria e que nos transmitiram um orgulho enorme de sermos adeptos deste grande clube português.

Há, agora, que acreditar que outros títulos grandiosos internacionais vão acontecer em breve, juntando aos nacionais, esses também muito saborosos, mas mais frequentes.
21
Out12

Dias diferentes, de um certo e enorme vazio!


Vazio porque se percebeu a falta que a Lusa faz no panorama mediático português.

Basta olhar para os jornais online (e não só) e constatar que têm estado menos ricos de notícias e na cadência de atualizações. Por estes dias, o país ficou mais pequeno, mais inclinado para o litoral, mais bicéfalo, com dois pés nas duas grandes cidades.

Mas também para nós, correspondentes da Lusa longe dos grandes centros, faltava aquela “pressão” que tanto apreciamos e que nos faz trabalhar todos os dias na procura da melhor informação em cada cantinho dos nossos territórios, dando voz às nossas gentes, aos nossos empresários, às nossas associações e às nossas autarquias. Pluralismo é isto!

E só o fazemos porque a Lusa existe com vocação de serviço público presente em todo o território. Pôr fim a este património é algo que, confesso, me custa compreender e me recuso a aceitar como razoável.

21
Out12

Assomos no setembro dos 80`s que remexiam almas adolescentes


 

Às vezes sabe bem recordar tempos idos, tempos da nossa adolescência, tempos em que tudo nos parecia mais fácil quando pisávamos, ano após ano, o areal que nos acolhia pronto para palco de emoções ao fim da tarde.

Este tema musical, desse período, fez a muitos, da minha geração, estremecer corações, no tempo do liceu, no tempo dos calores de praia a cada setembro, da maresia atlântica que bafejava os poros bronzeados.

Era o tempo das cassetes nos grandes gravadores, das discotecas ao domingo à tarde, da bola de cristal, do Tarzan Boy nas pistas de dança, dos amores que pensávamos arrebatadores, algo inocentes ainda… mas efémeros sem nós sabermos.

Aqueles olhares, aqueles assomos no movimento sensual da mão que, escondendo o sorriso tímido, passa pelo cabelo convidando-nos a sonhar, aqueles turbilhões de sensações que remexiam corações ansiosos, prontos para a descoberta.

Ficam as saudades… e o prazer de recordar que foi bom sentir aquilo num setembro que se transformou num outubro, hoje, menos cor-de-rosa, que aponta para um novembro de tons imprevisíveis...

 

19
Out12

Cada órgão de comunicação regional que fecha é o pluralismo que definha (II)


O momento nos OCS é mesmo difícil, não vale a pena “tapar o sol” com a peneira.

Ontem fecharam mais três jornais em três regiões do país, arrastando mais gente, incluindo jornalistas, para o desemprego.

Mais três vozes foram caladas por esta crise tão imbecil, para a qual nada contribuíram.

De permeio, acumulam-se os salários em atraso noutros OCS que conheço e que ainda vão “soluçando” umas notícias.

No quadro atual de crise profunda acredito pouco no sucesso de títulos regionais em concelhos de dimensão pequena ou média, com tecidos económicos muito frágeis.

Os que, com anos de atividade contínua, têm ganho esta batalha - e são poucos no país - operam num contexto atípico, algo confortável, algo “protegido”, que irão porventura para além da natureza empresarial de mercado, tal como a concebo.

Alguns sobreviverão numa certa forma de ser e de estar no negócio, baseados em carolismos que rapidamente se esfumam com o desgaste dos dias, em remunerações paupérrimas e numa precariedade que me custa a aceitar.

Alguns têm apoios, às tantas legítimos, como os autárquicos ou da Igreja, que funcionam como balões de oxigénio.

Os que por azar, demérito ou outras razões não foram bafejados por esse tipo bálsamo, porventura porque se mantiveram fiéis aos seus valores da independência, vão perdendo o ar, provavelmente - receio muito - até à asfixia final.

19
Out12

Cada órgão de comunicação regional que fecha é o pluralismo que definha


Sucedem-se as notícias de encerramento de vários órgãos de comunicação social regionais: algumas rádios e muitos jornais que se vão calando, empobrecendo o pluralismo e com ele a democracia.

Os tempos são difíceis. É duro observar à nossa volta e ver definhar OCS da região, há não muito tempo observados como referência de qualidade, arrastando jornalistas e outros profissionais para a incerteza do dia seguinte, à porta do centro de emprego.

São páginas de jornais, outrora ricas de informação, que se fecham sem retorno. São microfones de rádios que brotavam notícias e que agora se calam, impotentes face à força das circunstâncias, à brutalidade da crise que cala a nossa voz.

Às dificuldades da mudança no paradigma da comunicação, algures entre o papel e o online, que nos confrontam com dúvidas diárias sobre como, quando e onde apostar, acrescem as circunstâncias de uma conjuntura económica muito difícil, com a qual nunca me tinha confrontado em 20 anos de profissão.

Estamos perante uma conjugação de fatores adversos que nos fazem refletir todos os dias sobre o futuro ou a falta dele neste setor de atividade.

Resultado da recessão que avança desde 2010 nas pequenas e grandes economias, o mercado publicitário vai emagrecendo, acentuando as dificuldades que OCS regionais que dele dependiam quase na totalidade para manterem o seu equilíbrio financeiro.

Às vezes sinto que a luta diária que travamos é inglória, tão grandes são os obstáculos que se nos colocam e que nos transformam, quiçá, em presas frágeis às investidas eivadas de outros valores.

Valerá a pena, nesta conjuntura, continuar a nossa missão de informar, de serviço público, sem comprometer valores que nos são tão caros como a nossa independência?

Se, como se receia, a economia não conseguir no médio prazo inverter este ciclo de declínio, as dificuldades vão continuar a calar muitas vozes, a cada dia que passa, até ao silêncio final, até ao deserto das notícias... empobrecendo a democracia.

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