Aumentar o IVA pode ser contraproducente para as microempresas
Em tempo de pré-campanha eleitoral, o anúncio de eventual subida do IVA, sobretudo se esse acréscimo incidir na denominada taxa máxima, atualmente no 23 por cento, pode ser mais um duro golpe nas pequenas e microempresas.
Os que, como eu, estão na vida empresarial, neste caso ligada à comunicação social, ficam atónitos quando se ouve determinados “senhores”
muito letrados defenderem como essencial o aumento do IVA e sustentarem, com lautas teorias, que o mesmo incrementará a recuperação da economia.
Bom, no meu humilde ponto de vista, só defende essa solução quem nunca teve a responsabilidade de gerir uma pequena empresa que enfrenta diariamente uma fiscalidade asfixiadora, que coarta a possibilidade de remunerar melhor quem trabalha.
Admito que a descida da taxa social pode ajudar as empresas quando estas têm muitos funcionários, mas compensá-la com a subida do IVA (taxa máxima) só redundará, na ótica da PME`s, no aumento da denominada economia paralela, diminuindo as receitas do fisco e aumentando o desemprego, com os inerentes custos para o Estado.
O trilho não deve ser esse. O caminho - creio - passa pela necessidade de todos, incluindo o Estado, trabalharmos melhor. Sermos, acima de tudo, mais eficazes, mais produtivos.
A solução passa também pelos apoios pró-ativos e desburocratizados do Estado à economia, sobretudo ao setor exportador, e pela
maior racionalização dos gastos das administrações central, regional e local, eliminando desperdícios há muito sinalizados e dependências partidárias crónicas que consomem recursos do país.
Esse é um processo exigente que deve ser balanceado com o cuidado de não pôr em causa o essencial do estado social, condição basilar para continuar a garantir os mais elementares direitos das classes mais desfavorecidas da nossa sociedade, sobretudo na conjuntura presente.