Dias em que um simples momento, uma simples conversa, em poucos instantes, um aperto de mão a firmar um acordo, pode ajudar a condicionar muita coisa no futuro comum de uma comunidade.
Desconfio que, por estas bandas, se pode estar a pouco tempo de viver um dia assim, ou não, consoante a névoa dos entendimentos for mais ou menos dissipada em função da veemência dos propósitos?
Aguardemos serenamente que o nevoeiro, qual República, se erga, contundente, deixando cintilar uma nova aurora, ofuscando os equívocos emergentes.
Tenho muito respeito pelos três antigos Presidentes da República que esta noite estão a falar na RTP 1 – Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio.
Mas, infelizmente, ainda nada disseram de novo, pelo menos que se me afigure útil para ultrapassarmos esta crise que a todos preocupa.
Olhando e ouvindo estes senhores ainda nos sentimos mais inseguros, mais confusos.
Aliás estes presidentes foram no passado recente alguns dos principais rostos da política portuguesa que tão olhada é com indiferença por um cada vez maior número de compatriotas. Porque será?
Todos fazemos agora parte não de uma, mas de várias gerações à rasca, com um futuro cada vez mais envolto em insegurança e pessimismo.
Há uns tempos, numa terra, terminou o “reinado”, com uma vitória absoluta e surpreendente.
Parece que foi ontem e, no entanto, tanta coisa aconteceu e tanta gente mudou desde então. Sobretudo uns que, acometidos de vitaminas de vigor redobrado, desataram a crescer, atordoados pelo perfume de um certo momento.
Curiosamente, houve coisas que, algures, não mudaram tanto quanto se esperava, talvez porque não dava jeito para a satisfação de uns certos desígnios egocêntricos, afinal máscara para uma notória desfaçatez.
Mas a procissão dos acólitos ainda só há pouco saiu do adro.
Desconfio que, nos tempos vindouros, muita coisa efectivamente marcante vai acontecer, surpreendendo os mais distraídos e baralhando e atordoando as peças do xadrez, mesmo os que hoje virtualmente mais do que no passado se arrogam na imodéstia de olvidar um certo tempo, julgando-se uma borracha que tudo apaga à sua passagem.
Mas a memória existe, no âmago de uns, sem dúvida, constituindo referência, um farol que consolida as bases do presente e ancora um futuro em que a justiça dos homens há-de fazer jus.
Felgueiras, 11 out (Lusa) - Um ano após as eleições autárquicas em Felgueiras, que ditaram o afastamento de Fátima Felgueiras, que governara o concelho durante vários mandatos, poder e oposição divergem na análise do trabalho que a nova maioria tem realizado. No dia 11 de outubro de 2009, a coligação Nova Esperança (PSD/CDS) conquistou a maioria absoluta, constituindo uma das maiores surpresas daquela noite eleitoral.
Os autarcas do Vale do Sousa vão solicitar ao Tribunal Constitucional (TC) a apreciação do processo que conduziu à introdução de portagens na SCUT do Grande Porto (A41/A42), revelou à Lusa o autarca de Paços de Ferreira. Pedro Pinto explica que a decisão, que vai ser tomada hoje numa reunião em Lousada com vários autarcas, vai ser complementada com a apresentação de uma providência cautelar para tentar impedir a cobrança de portagens a partir de 15 de outubro nesta autoestrada que liga a Área Metropolitana do Porto ao Vale do Sousa.
No dia 11 de Outubro de 2009, com as eleições autárquicas que ditaram a derrota de Fátima Felgueiras, fechou-se um ciclo político em Felgueiras.
Conhecidos os resultados, naquela noite, o povo saiu à rua para festejar o início de um novo período de governação, com outros protagonistas, que muito prometeram ao eleitorado.
Um ano depois da reviravolta, para uns os ventos de mudança são já palpáveis na governação do concelho, para outros, porém, a montanha de promessas pariu um rato.
No entanto, no meu ponto de vista, é cedo ainda para se fazer balanços com a profundidade que estas coisas exigem.
Olhando para a gestão do actual executivo, registe-se alguns progressos face ao ciclo político anterior, mas seguramente não tantos quantos muitos felgueirenses esperavam.
Os municípios abrangidos pelas autoestradas A41 e A42 vão apresentar na próxima semana “uma ou duas” providências cautelares para tentar impedir a cobrança de portagens nas SCUT, disse à agência Lusa o porta-voz dos autarcas.
O presidente da Câmara de Paços de Ferreira, Pedro Pinto, referiu que a decisão será tomada segunda feira em Lousada, numa reunião dos presidentes de cinco câmaras abrangidas pela SCUT Grande Porto (Paços de Ferreira, Lousada, Felgueiras, Paredes e Maia), a que se poderão juntar também os autarcas de Penafiel e Castelo de Paiva.
“Não podemos ficar parados”, frisou Pedro Pinto, avançando que uma das decisões que poderá sair da reunião será o pedido a 10 por cento dos deputados para que solicitem ao Tribunal Constitucional a fiscalização das leis e portarias que determinam o pagamento de portagens nas SCUT.
Apenas cerca de duas dezenas de pessoas compareceram hoje na reunião que o diretor da revista Camião promoveu em Paços de Ferreira para contestar os argumentos do governo sobre a introdução de portagens nas SCUT (autoestrada sem custo para o utilizador).
“Estou desiludido. Fico com alguma tristeza ver que a população dá como assumida a introdução de portagens”, afirmou à agência Lusa Luís Branco.
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, disse hoje que se Portugal não resolver os problemas com as suas finanças públicas a situação do país “passará de má a péssima”.
Para o antigo primeiro ministro português, a única forma de ultrapassar as dificuldades “é aplicar as medidas que as autoridades portuguesas se comprometeram a levar a cabo de maneira a garantir a sustentabilidade das finanças públicas portuguesas”.
Apelando a um acordo entre as forças políticas na Assembleia da República (AR), Durão Barroso considerou que se tal não ocorrer poderá emergir uma “urgência social com consequências que serão imediatamente sentidas por Portugal no seu conjunto”, sobretudo as classes mais vulneráveis.
O diretor da revista Camião, Luís Abrunhosa Branco, vai promover no dia 09 em Paços de Ferreira uma reunião de transportadores rodoviários na qual, disse hoje à Lusa, vai avançar com “dados que rebatem os argumentos do Governo para a introdução de portagens nas SCUT.
“Conheço a questão das SCUT desde o seu início. Tenho dados que me permitem dizer que estamos a ser enganados”, afirmou à Lusa.
A reunião vai realizar-se na Associação Empresarial de Paços de Ferreira às 15:30.
Ontem, dia 05 de Outubro, foi mais um dia especial do “nosso” regime republicano. Como manda a praxe, foi o dia em que, com toda a sumptuosidade pouco dada a poupança em tempo de crise, foram exaltados os valores dos corajosos republicanos que fizeram a revolução há 100 anos.
Palavras eloquentes ouvimos ontem, mas quase sempre tão redondas, tão isentas de novidades. Ao ouvi-las ficamos sempre com a sensação de que, como no passado, são inconsequentes.
Pois é: os tempos hoje são de pouca esperança para a maioria dos portugueses que hoje se vêem ante uma situação para a qual pouco ou nada contribuíram. Os responsáveis são os políticos que nos têm governado há tantos anos, independentemente de serem do partido A ou do partido B.
Os resultados da governação estão aí, ante a linguagem fria dos números. Claro que os portugueses se alhearam das comemorações porque estão muito mais preocupados com os problemas que têm de enfrentar diariamente, enquanto os que mandam em nós se entretêm a divergir sobre quem tem mais responsabilidade do buraco. Para nós, portugueses comuns, as preocupações maiores são o ordenado que emagreceu para ajudar a alimentar um estado guloso, o abono de família que minguou ou desapareceu, as portagens das SCUT que agora vamos pagar, o IVA que vai subir aumentando o custo de vida ou as deduções fiscais que nos querem tirar.
Não há, por isso, motivos para festejar, até porque se fala que já se prepara o temido PEC 4, com mais medidas a penalizar os mesmos de sempre. E nós, habitantes num país de brandos costumes, vamos engolindo, emagrecendo, definhando...
Em Maio, um acontecimento pessoal marcou-me profundamente...
Decidi então, como sinal de luto, suspender as actualizações deste meu cantinho.
Faltava motivação, porque era neste mundo virtual que me remetia muitas vezes a uma espécie de recanto emocional, acompanhado pelos que me querem bem.
Depois do que aconteceu, se entrasse neste espaço, sentir-me-ia por certo deprimido, impelido para numa saudade violenta de alguém querido que partira.
Os meses passaram e vou recuperando o equilíbrio emocional que perdera por esses dias cinzentos de Maio passado.
E vou sentindo vontade de voltar a animar este cantinho.