>> Violência no futebol
Como milhões de portugueses, assisti ontem pela TV à Final da Taça da Liga.
O resultado foi muito mau para os portistas como eu, apesar de reconhecer que a vitória dos rivais lisboetas foi justa.
Reconheçamos: os “mouros” este ano estão muito fortes e nós uma desgraça! Não estamos habituados a perder tantas vezes.
Mas, não é sobre o jogo que quero escrever.
O que me incomodou ontem foi a violência que se gerou em torno do jogo, envolvendo adeptos dos dois clubes.
É lamentável, é condenável que estas coisas aconteçam.
Mais uma vez constatámos que uns quantos energúmenos apenas olham para o futebol, não como um jogo, como uma festa, mas como uma espécie de arena para onde, tipo gladiadores doutras épocas, vão trocar insultos verbais e agressões físicas, que constituirão nalguns casos um escape para as frustrações do dia-a-dia e noutros violência gratuita justificada demagogicamente com rivalidades clubísticas.
O futebol não justifica isso, não merece isso. É apenas um jogo, nada mais.
Umas vezes ganha-se e fica-se contentes, outras, como aconteceu com os portistas ontem, perde-se e fica-se triste. No dia seguinte tudo volta ao normal, percebendo cada um de nós que há coisas muito mais importantes do que o futebol.
Ser-se adepto do Benfica do FC Porto ou de qualquer outro clube não é nada especial. Na maioria dos casos é fruto da casualidade, de proximidades ou rivalidades regionais ou tradições familiares. Não mais do que isso. Não tem nada a ver com determinados padrões de personalidade ou visões específicas da sociedade, como acontece, por exemplo, na política.
Sou portista mas o meu melhor amigo e sócio é do Benfica.
Na minha empresa trabalham adeptos do dois clubes. Somos todos amigos, apesar das rivalidades clubísticas que usamos para brincar uns com os outros.
Conheço pessoas fantásticas que são adeptas do Benfica e outras simpatizantes do mesmo clube das quais não gosto. O mesmo raciocínio aplica-se aos adeptos do FCP ou de qualquer outro clube.
Olhemos todos para o futebol como um jogo, como uma festa. Nada mais do que isso, por mais que gostemos dos nossos clubes.