Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Marca d'Água

Marca d'Água

28
Fev10

>> Recordando "Cirque Ingenieux"


Este pequeno vídeo é fantástico.
Reproduz a parte final de um espectáculo do Cirque du Soleil, cuja banda sonora, com o mesmo nome, foi escrita pelo compositor japonês Kitaro.

A música é fantástica, encerrando uma espiritualidade profunda, aliás presente em todo o espectáculo desta famosa companhia de circo canadiana.

Para os apreciadores deste género musical, recomendo a aquisição deste disco de Kitaro, que já tem uns anos,  mas mantém-se muito actual. Garanto-vos que é encantador para ouvir, por exemplo, após um dia intenso de trabalho. É altamente relaxante.

O meu CD, já velhinho, comprei-o em Léon, Espanha, em 1999, creio, quando lá fui assistir, com um casal amigo de Fafe, a um espectáculo maravilhoso de Kitaro.
Um concerto que jamais esquecerei.

 

 

 

27
Fev10

>> Almeida Santos: um exemplo de vivacidade, apesar dos seus 84 anos!


 

Ontem, sexta-feira, estive em Baião, onde Almeida Santos, presidente do PS, inaugurou um ciclo de conferências.

Independentemente das ideias políticas que cada um tem, admito que não sou um admirador do percurso daquele político, nem sequer de algumas ideias de fundo que tem defendido sobre a sociedade. No PS há outras personalidades cuja visão do mundo merece mais a minha atenção. 

No entanto - e esta é a verdadeira razão deste post - fiquei impressionado pela forma lúcida e muita viva como um homem com 84 anos comunicou com a plateia durante cerca de duas horas.

Goste-se ou não, Almeida Santos é um grande comunicador, que faz jus a uma geração de políticos com alguns defeitos, é certo, mas com grandes qualidades que se vão perdendo entre os da nova geração.

O sentido humanista, porventura algo utópico, e uma visão muito lúcida da sociedade em mutação é uma nota em cada palavra, em cada gesto, o que contrasta com a tecnocracia política, eivada de demagogia a raiar quase a inverdade que hoje está tanto na moda entre parte dos políticos portugueses, sempre tão politicamente correctos, o que para mim significa muito "plásticos".

Aqui fica, assim, a minha homenagem a um ancião da nossa política, que era, aliás, muito apreciado por outro velho socialista, este muito mais humilde, mas não menos solidário: o meu saudoso pai. Como Almeida Santos, também o meu "velho", nas lutas pós Revolução de Abril, acreditava sempre que era possível mudarmos para um mundo melhor!

Também José Luís Carneiro, o jovem presidente da CM de Baião que ontem ladeou Almeida Santos, apesar da idade, apresenta no seu discurso, mas também na sua actuação como autarca, um certo ideal humanista, uma visão solidária da sociedade que o aproxima do pensamento dos velhos e grandes socialistas que fizeram escola em tempos idos da nossa democracia.

José Luís Carneiro significa assim, na minha óptica, uma lufada de ar fresco na classe política actual e, por isso, um sinal de coerência num mar de tantas incongruências da política lusitana. 

25
Fev10

> Tâmega voltou a assustar Amarante


Hoje, em Amarante, o rio Tâmega voltou a assustar, ao subir para o nível mais elevado deste Inverno.
Esta tarde a água chegou a atingir a rua mais baixa da cidade, inundando algumas caves, mas por aí se ficou, felizmente.
O perigo de cheia na cidade por estas horas ainda não está afastado, mas, aparentemente, o pior já terá passado.
Ficam algumas imagens que fui registando com a minha câmara.

 

 

 

 

24
Fev10

> A tragédia da Madeira convida-nos a pensar...


As imagens que todos os dias nos têm chegado da Madeira são impressionantes, tão avassaladora foi a tragédia que se abateu sobre aquela ilha.

É curioso que estamos habituados a ver este tipo de imagens de sofrimento, quase sempre vindas de países distantes que nos dizem pouco.

Vê-las agora envolvendo nossos compatriotas custa mais, muito mais.

Faltam-nos as palavras para descrever o que sentimos, sobretudo nos primeiros dias.

Estive na Madeira uma única vez. Foi numas férias em Setembro de 2000.

Como milhares de outros portugueses, apreciei as belezas naturais da ilha, mas percebi em vários pontos da Madeira, sobretudo os mais acidentados, o risco que corriam determinados edifícios se algo de grave acontecesse, sobretudo deslizamentos de terras e pedras.
Além de vermos milhares de casas em escarpas cuja consistência – apesar de ser leigo na matéria - me mereceram dúvidas, também vi que muitas habitações estavam demasiado próximas das linhas de água, à mercê de um enxurrada mais agressiva.

Infelizmente - creio - terão sido algumas dessas que foram levadas pela tragédia, perdendo-se tantas vidas inocentes.

Impõe-se que, de uma vez por todas, tragédias como esta que ocorreu na Madeira, suscite junto das entidades competentes cuidados acrescidos nos processos de licenciamento de construções e, não menos importante, se acautele preventivamente medidas que minimizem os riscos da natureza.

Há anos que ouço isto, mas só quando nos roubam a casa é que pomos trancas à porta!

23
Fev10

> Os políticos do nosso Portugal


Olhava há dias para um documento em que constam as declarações de rendimentos de vários políticos do Vale do Sousa.
Sem surpresa, constata-se que os detentores de cargos políticos, em especial os autarcas, têm rendimentos interessantes, mas não tão “gordos” quanto alguns imaginarão.
Mas, mais uma vez se percebeu também uma situação, no meu ponto de vista, eticamente questionável, apesar de legal: as reformas chorudas que vários actuais e ex-autarcas recebem por terem estado uns quantos anos no exercício de funções políticas nos municípios ou no Parlamento.
Não vou aqui aprofundar esta matéria
Essas pessoas, grande parte delas ainda longe de atingirem a idade de reforma convencionada para “os comuns dos mortais”, limitam-se a tirar partido de uma determinada legislação, entretanto já alterada, que permitia aos titulares de cargos executivos nas autarquias e aos deputados gozarem de um regime especial para contagem do tempo para a aposentação, entre outras ajudas previstas na lei.
É também por causa de situações como esta e outras que as notícias dos últimos dias vão denunciando, que os cidadãos comuns – aqueles que pagam uma tonelada de impostos apesar de ganharem ordenados comuns - olham quase sempre de soslaio para os políticos, porque os consideram, justamente, uns privilegiados da sociedade.
E são mesmo, ou não fossem eles tantas vezes, no caso dos governantes ou deputados, juízes em causa própria, ao legislarem em várias matérias que, em última instância, acabam por beneficiá-los, nomeadamente o regime das incompatibilidades.
Ou não fossem também outros deles uns privilegiados somente porque exercem cargos muito bem remunerados nas instâncias do poder ou em organizações na esfera deste, à sombra de um carreirismo partidário bem conseguido.

 

22
Fev10

> Chamava-se Richad Wright


Morreu há uns meses. Quando soube da notícia fiquei triste.
Era o teclista dos Pink Floyd.
Richard Right era mais discreto do que os dois mais conhecidos membros da banda: Roger Waters e David Gilmour.
Richard compôs alguns dos temas mais famosos da banda inglesa e era dono de uma voz melodiosa muito bonita. Quem o conhecia garante que era uma pessoa fantástica, generosa.
Nos últimos anos da sua vida acompanhou Gilmour, seu grande amigo, na sua carreira a solo.
Uma doença grave levou-o aos 65 anos.
Porque me lembrei dele hoje ao passar cá em casa por um disco antigo dos Pink, ocorreu-me fazer-lhe esta homenagem.

Adoro esta música!

 

17
Fev10

>> Desapontantes aumentos de taxas municipais


Sinceramente, fiquei perplexo ao ver hoje a Nova Esperança, constituída por pessoas que julgava conhecer bem, propor e aprovar em reunião de câmara vários aumentos nas taxas municipais cobradas aos felgueirenses, nomeadamente ao nível do licenciamento de obras particulares.

Sinceramente, não percebi os argumentos políticos aduzidos para justificar alguns aumentos.
É desapontante que grande parte dos políticos diga uma coisa na oposição e faça depois coisas diferentes no poder. A isto chama-se incoerência. É isto que tira credibilidade a muitos políticos.
E fico triste por ver que se trata de políticos da minha geração, que era suposto trazerem uma lufada de ar fresco à política felgueirense.
É pena que tais comportamentos defraudem a expectativa de muitos que acreditaram no projecto da Nova Esperança, sobretudo quando os seus líderes foram eleitos com base numa vontade genuína de mudança, a bem de uma boa sensibilidade social, que pusesse cobro a um ciclo de governação de má memória.
16
Fev10

>> Tâmega selvagem: património natural ameaçado!


 

 

Existe um projecto de aproveitamento hidroeléctrico para o rio Tâmega, conhecido como Barragem de Fridão. Essa, receiam muitos amarantinos, e não só, poderá acabar com imagens como estas que hoje fiz em Fridão, Amarante.

Que impere o bom senso de quem tem de decidir, a bem do belo e selvagem Tâmega, espero.

 

16
Fev10

>> Em Jugueiros estiveram muitos mascarados, mas faltaram outros!


 

 

Hoje em Jugueiros estiveram muitos mascarados a brincar ao Carnaval.

Estavam vestidos com mil e um disfarces que nos remetiam para o mundo da graça própria destas lides carnavalescas bem pitorescas, à moda do nosso povo.

Mas, ao que constou, faltaram por lá outros mascarados, esses que carregam por estas bandas disfarces bem “cozinhados” para ludibriar uns quantos incautos.

Também constou por lá que os ditos mascarados andaram por outras paragens, não muito longe, por domínios que - pregará o escrivão-mor - já entraram para o leque dos carnavais maiores do hemisfério norte lusitano.


 

16
Fev10

>> Amizade!


"Um homem a fazer carreira não tem tempo a perder com a família nem com os amigos, pois tem de o dedicar todo aos seus inimigos"

 

John Oliver Hobbes

15
Fev10

>> Uma notícia triste.


 

Ontem os rumores inquietantes que me chegaram por um estranho SMS mandado por uma pessoas amiga, dando-me nota do funeral de uma pessoa cujo nome não associei.

Hoje a certeza: a morte de alguém que eu, de facto, conhecia.

Fiz silêncio ao confirmar a sua morte.

Era ainda jovem: 46 anos. Uma paragem cardíaca foi-lhe fatal.

Não tinha com essa pessoa uma relação muito próxima, mas conhecia o que fazia e, sobretudo, o que foi num passado recente: um empreendedor.

Chamava-se Rui Meireles, foi fundador da Rádio Clube de Paços de Ferreira, já vão vão muitos anos.

Lembro-me de conversar com ele, um dia, na Rádio Clube de Paços de Ferreira. Estávamos – creio – em 1993, quando eu dava os primeiros passos profissionais, então na Rádio Clube de Penafiel.

Até me recordo do que falámos. Ele explicava-me, com um visão muito prática, uma situação relacionada com descontos para a Segurança Social.

Desde então fomo-nos cruzando por aí.

Com ele trabalharam pessoas e colegas que estimo.

A comunicação social regional deve-lhe muito.
Foi um dos visionários que deram corpo ao sonho das rádios "piratas".

Não apenas por isso, mas sobretudo por isso, o meu respeito profundo, a minha homenagem.
 

14
Fev10

"Alegría" - que alegria, que prazer é "reouvir" esta canção


 

"Alegría", um tema criado para o "Cirque du Soleil", é muito especial. Já o ouvi centenas de vezes e sempre com o mesmo prazer. Foi pena que tivesse sido utilizado por um partido político para fazer campanha, mas, apesar disso, ainda vale a pena desfrutar da mensagem que esta música encerra.
Sim, trabalhemos todos para fazer da nossa vida uma alegria constante, apesar do mundo real ser muito fértil noutras desventuras.

13
Fev10

>> Faça-se luz


Tão más têm sido as notícias da nossa política nacional! Tantas suspeições, tantos estranhos silêncios, tantas coisas por explicar, tantas meias verdades! Tanta coisa - dizem uns pouco - digna, envolvendo alegadas orquestrações do poder para se controlar a comunicação social ou – dizem outros - maledicências que visam somente comprometer a personalidade de alguém.

Há muito ruído.

É tudo muito confuso, que nos faz questionar os fundamentos da nossa democracia, tão maltratada tem sido por uma classe política, de quase todos os quadrantes, que parece ter perdido a noção do razoável. Que é feito dos valores, do primado da democracia participativa, tolerante e plural?

Está muito barulho lá fora.

Fechemos a porta aos políticos que falam demasiado alto, que estão demasiado assoberbados com o poder, tão escuro ele é. Socorro!!! Faça-se luz, falta saber como e com quem!!!

 

12
Fev10

>> Os buracos do nosso descontentamento


Há alguns dias estive em Lousada, onde o secretário de Estado da Administração Local, José Junqueiro, foi homologar um contrato de comparticipação financeira para requalificação da rede viária local. Está previsto um investimento de cerca de 2,4 milhões de euros.

Quando assistia à cerimónia, lembrava-me de Felgueiras, do mau estado das suas estradas municipais e o quanto há a fazer para acabar como esta triste situação. É uma vergonha a degradação de algumas delas, uma situação que julgava poder vir a melhorar com o advento eleitoral de 11 de outubro passado, mas, infelizmente, tudo ficou na mesma, ou seja, demasiado mau..

Era suposto julgar-se que os famigerados 100 dias seriam suficientes para, pelo menos, mandar tapar os buracos que no passado tanto se criticava.

11
Fev10

>> Acreditar num rio de esperança


 

Como um rio de águas cristalinas, a vida vale a pena, se acreditarmos todos os dias.


Como o pequeno riacho que, tímido, parte em busca do desconhecido, vale a pena sermos nós próprios, olharmos em volta e vermos um mundo cheio de engulhos, mas também recheado de tesouros da natureza, de oportunidades que temos de aproveitar.


Abrir os olhos a cada manhã, inspirar fundo e dizer: vamos lá agarrar mais um dia da nossa vida.


Não sejamos desleixados connosco, com o bem-estar dos que amamos, nunca!


Não deixemos passar demasiada água debaixo da ponte.


Saibamos olhar para nós próprios e interpretar o que nos diz a alma, porque, se o fizermos todos os dias, saberemos alcançar os melhores caminhos e sermos mais fortes para concretizar os nossos sonhos, por mais difíceis que nos pareçam.


Os leitos do rio da vida são sinuosos, é certo, mas há que acreditar que também somos donos do nosso destino, em busca de um estuário imenso de felicidade.


Todos somos capazes de chegar à foz, se acreditarmos nisso com muita força!

 

09
Fev10

>> Engano do GPS, mas um regalo para os olhos


 

Hoje uma labuta levou-me até terras de Cinfães do Douro.

Ir a terras tão bonitas, mesmo que em trabalho, é sempre muito agradável.  No regresso, uma ironia dos Tempos Modernos: o GPS enganou-se e levou-me a embrenhar por caminhos que habitualmente não percorro Quando vou para aquelas paragens.  

 

 

 Foi um regresso apressado, por trilhos diferentes, mas com tempo ainda para registar algumas vistas que me regalaram os olhos.

 

 

 

  
 
08
Fev10

>> Kitaro: uma torrente de ternura


Sim é verdade. Ouvir Kitaro é muito, muito especial. A cada reencontro recrudescem emoções... O coração bate mais forte e os olhos ficam húmidos, não porque choram, mas porque são o leito de uma torrente de ternura, um par de mãos com pele de seda que nos afaga a alma.

Kitaro é assim, traduz uma ternura imensa, uma espiritualidade muito própria do Oriente longínquo, nas fraldas do Monte Fuji.
É a luz do espírito – “The Light of the Spirit”, como se chama esta música, que amo há tantos anos.
 
 

08
Fev10

>> De olhos no céu


Os olhos são a janela da nossa alma. No olhar de alguns ou na falta dele percebe-se muita coisa. Nunca acreditemos nos que, por entre falas mansas de anos, nos deixam meios sorrisos que ecoam hipocrisia. Viremos, sem rodeios, as costas a esses ditos que envergam pele de cordeiro e fixemo-nos nos nossos amigos, os que nos olham de frente, os que nos reconhecem a importância de sermos nós próprios, com virtudes e defeitos. Afinal pessoas que somos, afinal gente que gosta de dar as mãos e dizer: somos amigos, não estamos sozinhos, queremos e temos o direito a ser felizes. Não permitamos arbitrariedades, ergamo-nos de cara lavada e façamos o que nos aprouver. Desfrutemos pois do prazer de estarmos bem, muito bem com a nossa consciência. Fixemo-nos no céu azul profundo e ouçamos de Alan Parsons Project.

08
Fev10

>> “Virar o bico ao prego” – a arte perniciosa de uns quantos


Às vezes a vida proporciona-nos surpresas que nos deixa atónitos, tal é a desfaçatez com que uns quantos, ao arrepio das evidências, ousam tentar “virar o bico ao prego”.

Tais comportamentos são despudorados, porque ocorrem ao arrepio de princípios e valores que deveriam ser o primado das relações em sociedade.


Quando, ante as evidências, se tenta distorcer em proveito próprio incidências perniciosas para os autores deste comportamento, é censurável, é intelectualmente desonesto.

À luz de ambições pessoais, ser-se ingrato é pernicioso. Ser-se premeditadamente omisso face a evidências passadas para ocultar incongruências presentes é também psicologicamente nocivo para o alvo de tal comportamento.


Ser-se suficientemente funesto para, em proveito próprio, distorcer as deslembranças, lançando atoardas para fragilizar quem, ao invés, pelo passado de amizade, devia ser credor de apreço, é muito ardiloso, reconheça-se.

O povo diz que a isto chama-se “virar o bico ao prego”. Uns até o fazem atirando a pedra da hipocrisia e escondendo a mão da falta de princípios.


Mas, ante tais comportamentos, há que ser perseverantes, serenos, mas muito seguros nos nossos legítimos propósitos, acreditando que que um dia cairá o manto da desfaçatez.


Bem haja aos que prezam a coerência.

07
Fev10

> Editorial do EXPRESSO DE FELGUEIRAS de 5 de Fevereiro


100 dias

Quando este fim-de-semana chegar já estarão cumpridos os primeiros 100 dias de governação municipal da Nova Esperança.

Este número – 100 dias – é, na política, muitas vezes, olhado como o timing simbólico a partir do qual se faz uma análise do trabalho realizado por alguém a título individual ou colectivo nesse período.

Fala-se em 100 dias de governação, fala-se em 100 de presidência da República e também se pode e deve falar de 100 dias de um qualquer executivo municipal.

Dizem os políticos experimentados com quem tenho falado recentemente, nomeadamente alguns autarcas da região, que 100 dias são mais do que suficientes para se passar para se projectar na opinião pública os primeiros e decisivos sinais quanto à valia de uma determinada dinâmica autárquica, de uma determinada personalidade.

A questão que se coloca no caso de Felgueiras é se será justo fazê-lo já, porquanto, dirão alguns, haverá um conjunto de factores que, de alguma maneira, mais ou menos mitigada, poderão ter criado dificuldades acrescidas à equipa que assumiu o poder há pouco mais de três meses.

Reconheça-se que o actual executivo foi obrigado a gastar muito do seu tempo a inteirar-se das matérias, muitas das quais com grau de complexidade elevado.

Comungo da opinião daqueles que dizem não ser politicamente sério exigir-se ao novo poder que em tão pouco tempo faça tudo o que prometeu na campanha eleitoral, principalmente porque o cardápio de promessas era ambicioso.

Acresce que a pesada herança deixada pelo longo período de governação de Fátima Felgueiras também será factor atenuativo de alguma falta de chama.

Concluir-se-ia, assim - defenderão alguns - que esta data redonda dos 100 dias é demasiado apertada para ser base de uma leitura aprofundada quanto ao que se passou nos paços do concelho. Ora, se assim é, mantém-se o estado de graça da actual equipa?

Creio que sim, embora, já não com o fulgor de tempos recentes. Sinceramente, considero que essa áurea se tem esvanecido a um ritmo demasiado rápido, o que se deve a um certo desapontamento de muitos felgueirenses que esperavam um início de mandato mais afoito, mais afirmativo, nos domínios da acção, mas também do discurso, de quem lidera a autarquia.

Essa opinião é, aliás, comungada por pessoas insuspeitas, inclusive da área política do poder que vão sussurrando...

Na minha carreira profissional já assisti a outras viragens políticas em concelhos vizinhos como Paredes, Penafiel e Baião. Nesses, o ímpeto de mudança dos primeiros tempos – os tais 100 dias - foi mais vigoroso, mais assumido de forma inequívoca pelos novos autarcas.

Celso Ferreira, Alberto Santos ou José Luís Carneiro protagonizarem um conjunto de acções políticas que marcavam propositadamente uma ruptura com o passado e promoviam uma imagem de transformação nos métodos, nos estilos e nos propósitos. Todos perceberam então que muita coisa mudara.

Por cá, para surpresa de muitos e de mim próprio, a assunção dessa ruptura está longe de acontecer, apesar de alguns sinais tímidos nesse sentido na área da acção social.

Com o capital de prestígio conquistado nas eleições de 11 de Outubro, graças à surpresa eleitoral que cá se verificou, fazendo os holofotes do país apontarem para estas paragens, Felgueiras devia estar hoje na moda no plano da acção política, sendo observado como um exemplo de mudança política que se traduziu numa viragem substantiva de políticas.

Infelizmente, os dados conhecidos apontam para uma evidência: a tal viragem não se verificou de forma inequívoca, o que - creio - se deveu a uma surpreendente incapacidade do executivo no que toca ao lançamento de políticas, acções inovadoras e projectos âncora que fizessem claramente a diferença face ao passado, justificando o imediato reconhecimento do eleitorado e a atenção dos diferentes poderes regional e nacional.

Também a recente vinda a Felgueiras de deputados de segunda linha do partido que governa o município deixa no ar a ideia de que, ao contrário do que aconteceu no passado, quando se era oposição, nestas paragens tem faltado força para justificar da nomenclatura laranja nacional uma atenção maior.

O orçamento municipal para 2010 é, por outro lado, o sinal mais emblemático de que pouco mudou face ao passado recente.

Também nestes 100 dias ficaram por cumprir duas medidas que foram bandeira eleitoral e que constavam do manifesto eleitoral da NE: o gabinete de apoio ao investimento e o gabinete de apoio às freguesias, ambos - prometia-se - com quadros técnicos e políticos de reconhecido mérito.

A constituição desses gabinetes teria sido uma mensagem de confiança muito forte para o eleitorado e por isso um sinal de esperança num concelho com tantos problemas.

Esses gabinetes - note-se - poderiam assumir-se como elementos diferenciadores e, acima de tudo, garantes de que esta câmara tinha uma rumo claro, que estava decidida a governar em moldes mais sustentados e programados, que alavancassem Felgueiras para o pelotão da frente no Vale do Sousa.

Apesar de tudo, como é óbvio, por se estar ainda no início do mandato, há ainda tempo para esta câmara arrepiar caminho, assumindo o papel de lhe cabe no desenvolvimento do concelho. Foi para isso que uma grande maioria de felgueirenses confiou, naquele dia histórico de 11 de Outubro de 2009, o voto a quem hoje governa.

Estancar sinais precoces de desgaste

Esses não devem em circunstância alguma enveredar por tiques de sobranceria de um certo poder do passado recente que o povo, com sabedoria de gente humilde, séria e trabalhadora, castigou nas urnas.

Os que foram eleitos sabem que não podem defraudar quem neles confiou. Sabem que têm de arregaçar as mangas, serem ambiciosos nos propósitos e mostrarem aquilo que valem, para, enquanto há tempo, estancarem o desgaste que já se vai adivinhando, sobretudo porque muitos felgueirenses, uns mais anónimos do que outros, nas freguesias, nos clubes, nas associações, nas escolas, em casa olhando as facturas da água e do lixo, não hão-de demorar muito tempo para cobrarem as promessas da Nova Esperança, obviamente se estas não forem cumpridas.

Mas, porque o tempo passa demasiado depressa e as próximas eleições são já “amanhã”, também se adivinha o regresso paulatino ao combate político de alguns pesos pesados da política felgueirense, porventura atraídos e animados por sinais de alguma fragilidade do adversário.

Se assim for, ficará mais rico o combate político em Felgueiras, cabendo à oposição o papel de fiscalização da maioria absoluta da NE e aos órgãos de comunicação social “ousarem” ser plurais, para bem da democracia e para que, daqui por quatro anos, atento o desempenho dos diferentes contendores do xadrez partidário, o povo volte a dar o seu sábio veredicto.

Mais sobre mim

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2007
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D
  235. 2006
  236. J
  237. F
  238. M
  239. A
  240. M
  241. J
  242. J
  243. A
  244. S
  245. O
  246. N
  247. D