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Marca d'Água

Marca d'Água

30
Nov06

> Agarrar a oportunidade



Amarante poderá ter, em breve, um grande centro comercial do grupo Martifer, com uma área superior a 15 mil metros quadrados. A estrutura está perspectivada para os terrenos junto às antigas instalações da Tabopan, entre estes e o edifício Cristal Center.
A matéria foi já discutida em reunião de Câmara e nesta fase o executivo, a pedido do Ministério da Economia, onde se encontrão processo para autorização, apenas se tem de pronunciar sobre a localização. Na reunião de segunda-feira a oposição levantou dúvidas sobre os impactos que o centro comercial poderá ter em termos de congestionamento de tráfego naquela zonza da cidade, sobretudo na EN 15, cuja faixa de rodagem, com se sabe, não reúne condições para suportar o esperado fluxo de trânsito. Os serviços técnicos da Câmara já propuseram que o promotor do empreendimento faça uma via paralela entre o centro comercial e a EN 15 que permita um acesso mais facilitado e minimize o impacto na EN 15.
Mais do que estar aqui a discutir questões técnicas, cuja pertinência não ouso questionar, pretendo apenas reflectir quanto à necessidade desta matéria não ser politizada. As forças com assento no executivo devem procurar acautelar, acima de tudo, os interesses de Amarante, uma cidade que muito beneficiaria com a construção de um centro comercial com a qualidade do que está projectado. Amarante não se pode dar ao luxo de perder o interesse manifestado pelo grupo Martifer, o mesmo que recentemente inaugurou um centro comercial em Paços de Ferreira, que criou mais de mil postos de trabalho e reforçou a notoriedade daquela cidade do Vale do Sousa. Amarante ganhará postos de trabalho e reforçará a sua capacidade de atractividade no quadro do Baixo Tâmega. Poderá ser também uma oportunidade de muitos lojistas do comércio tradicional, como já está a ocorrer em Paços de Ferreira, poderem beneficiar do acréscimo de pessoas que passarão a visitar a cidade. Todos devemos estar atentos e tirar o melhor partido de uma mais-valia que, espero, constituirá um tónico para que Amarante, em certos aspectos, sobretudo o comercial, descole de uma certa letargia.
26
Nov06

> Centro histórico mais vivo



O novo regulamento de trânsito da cidade de Amarante vai entrar em vigor nos próximos dias, introduzindo pequenas alterações nos sentidos de circulação de algumas artérias, mas mantendo aquilo que é mais importante: o centro histórico livre da circulação de automóveis.

Termina assim um longo e polémico processo de elaboração do regulamento de trânsito da cidade, que foi politizado em demasia, acabando por prejudicar a discussão aberta da questão de fundo em que muitos amarantinos divergem: haver ou não trânsito na praça da República e Rua 5 de Outubro.

A oposição no executivo municipal chegou a impor a sua maioria naquele órgão alterando aquela que era a proposta inicial do vereador do pelouro, Carlos Silva. Como recordar-se-ão os nossos leitores, a referida proposta mantinha a interdição da circulação no centro histórico, mas os dois vereadores do movimento Amar Amarante e os dois dos PSD impuseram a aprovação de alterações que apontava no sentido de reabertura daquela zona da cidade ao trânsito.

Semanas depois, cumprido o período de discussão pública, a proposta emanada da Câmara aprovada pela oposição foi submetida à Assembleia Municipal, onde a maioria socialista impôs nova alteração, desta feita em sentido contrário, repondo a filosofia inicial da proposta que havia sido apresentada no executivo pelo vereador do pelouro. Viveram-se então na Assembleia Municipal momentos que em nada abonaram para a boa imagem daquele importante órgão autárquico, com uma discussão nem sempre civilizada entre as duas correntes de opinião. O momento mais crítico ocorreu quando, após uma maratona de argumentos contraditórios, foram postas à votação as alterações propostas pelos deputados do PS e os eleitos da oposição, com excepção dos presidentes de junta, decidiram abandonar a sala, evidenciando uma manifesta falta de cultura democrática, ao não acatarem a vontade soberana da maioria, aliás tão legítima quanto a maioria no órgão executivo que tinha imposto uma decisão diferente, contra a vontade do partido que ganhou as eleições em Outubro de 2005.

Estes episódios trouxeram à colação, como repetidamente já escrevi nestes editoriais, a urgência de os principais partidos do círculo do poder – PS e PSD – se entenderem no sentido de alterar a lei actual que confere ao executivo municipal uma vocação colegial, que pode redundar, como ocorre actualmente em Amarante, numa correlação de forças entre os partidos das oposição poderem impor a sua vontade à força que recolheu maior número de votos em eleições.

Mas, mais do que escalpelizar de novo esta matéria de foro legislativo, prefiro quedar-me na satisfação de poder constatar que a minha opinião sobre a questão do trânsito acaba por ser coincidente com a que efectivamente vai agora ser posta em marcha. Bem-haja aos que, nos locais próprios, resistindo à demagogia fácil, se bateram com grande elevação, pela manutenção de uma conquista da cidade de Amarante: o centro histórico livre de carros.

Aplaudo a lucidez dos que acham que uma cidade sem carros é uma cidade mais viva uma cidade mais saudável, onde todos podemos caminhar calmamente, desfrutando da beleza daquele que considero ser um dos quadros mais bonitos do nosso Portugal.

Compreendo que alguns, sobretudo pequenos comerciantes, tenham uma opinião contrária, confrontados que estão com uma crise económica que também os afectada. Não creio, porém, que a questão do trânsito explique as dificuldades. Penso até que as ruas fechadas propiciam melhores condições para as compras no comércio tradicional, como se pode constatar noutras cidades onde isso já ocorre. Mais do que os lamentos, era importante que alguns comerciantes se esforçassem no sentido de modernizar os seus estabelecimentos, tornando-os mais apelativos e também, porque não, praticassem horários mais condizentes com as exigências do um mercado cada vez mais concorrencial. Se o fizessem reuniriam melhores condições para potenciar, em proveito próprio, o maior fluxo de clientes, muitos dos quais até são turistas, que caminham nas ruas de Amarante e tantas vezes encontram as lojas encerradas.

13
Nov06

> Condenação de Saddam: faca de dois gumes!


A recente condenação à morte do ex-ditador iraquiano, Saddam Hussein, não surpreendeu ninguém. Tudo apontava para que fosse esse o desfecho do julgamento, tão graves eram os crimes de que vinha acusado o velho senhor de Bagdad.
Pelo meio, segundo alguns observadores, verificaram-se alguns atropelos dos direitos à defesa do arguido, que não abonam em nada à boa imagem do novo regime no poder.
Sem ousar questionar a justeza genérica da condenação do ex-ditador, insurjo-me, porém, contra a pena aplicada, simplesmente porque sou contrário à aplicação da pena de morte. Também, por este aspecto, se afere a diferença cultural que ainda separa os povos europeu e americano, o primeiro, onde abunda uma tradição humanista, claramente contrário à aplicação da pena de morte, e o segundo, de tradição mais “belicista”, maioritariamente favorável àquela sanção, que aliás aplica no seu próprio sistema judicial.
A pena aplicada a Saddam pode, entretanto, acicatar ainda mais os ânimos num país que é uma manta de retalhos. As primeiras reacções apontam nesse sentido, com os xiitas a manifestar o seu regozijo e os sunitas a sua contestação. É quase certo que as duas comunidades se vão envolver em mais uma onda de violência, o que acabará por gerar um número indeterminado de mortes, ajudando a deitar por terra o esforço do governo local e do invasor americano para tentar acalmar o país. A condenação de Saddam, paradoxalmente, também poderá ser uma má notícia para os soldados norte-americanos, que continuam mergulhados num colete-de-forças encarniçado, do qual não sabem como sair. Enquanto o presidente Bush, no conforto da sala oval, agora muito preocupado com as eleições para o Congresso, se vangloria do feito do tribunal iraquiano, os soldados da super potência vão morrendo às dezenas, incapazes de suster ódios étnicos enraizados por longos anos de recalcadas assimetrias sociais e divergências religiosas radicais. A intervenção militar americana, baseada em pressupostos que hoje se sabe terem sido desprovidas de sustentação objectiva, só veio incendiar o rastilho deste barril de pólvora que ninguém sabe como e quando irá parar. O povo americano começa a questionar-se até quando vão continuar a morrer os seus filhos, a troco de uma pretensa segurança doméstica que tarda em chegar. Cada vez mais se desenha na penumbra uma triste analogia entre o que se passou no Vietname e o que vai grassando naquele país. Preocupa-me ainda que esta condenação de Saddam possa ser aproveitada por organizações radicais para justificar mais alguns actos tresloucados, vitimando civis inocentes em países ocidentais, como já aconteceu em Nova Iorque, Londres e Madrid.
13
Nov06

> Dogmatismo ideológico


Fui por estes dias abordado por um cronista amarantino que me questionava sobre o último editorial de “O Jornal de Amarante”, no qual eu fazia um balanço positivo do primeiro ano de mandato e elogiava a postura de Armindo Abreu. Aquele homem da escrita criticava, de forma educada, o sentido geral do texto e apontava-me algumas situações, afirmando que ora dava no cravo ora dava na ferradura.
Ouviu atentamente, mas expliquei que as minhas opiniões são positivas ou não consoante a matéria. Ao contrário de outros, porventura dele próprio, as minhas posições e não se subjugam a quaisquer orientações político-partidárias ou ideológicas, quase dogmáticas, essas sim fortemente condicionadas da opinião de alguns “escribas” das nossa praça”. Ser-se livre é assim. Este é o meu conceito de liberdade de expressão da nossa cidadania. Ou se concorda ou não com isto ou aquilo, independentemente do partido A ou B, o político C ou D defender uma posição de natureza mais partidarizada. Alguns que eu considero, mas que fazem parte dos tais grupos de comprometidos sob ponto de vista partidário, já me chamaram incoerente na forma como critico ou apoio determinadas medidas deste governo ou deste executivo municipal. Se o faço é porque estou desprendido de quaisquer amarras ideológicas rígidas ou de disciplina partidária, condição que me permite analisar cada matéria e defendê-la ou contestá-la, dependendo da apreciação que dela faço. Essa é a minha natureza de cidadão livre e atento ao fervilhar da nossa sociedade.
13
Nov06

> Primeiro ano de mandato: balanço positivo


Completou-se recentemente o primeiro aniversário deste mandato autárquico, momento aproveitado pela Câmara e pelo partido maioritário no executivo, o PS, para fazer um balanço trabalho realizado.

Questionei-me se devia também, na qualidade de director deste jornal local, fazer um balanço apreciativo do trabalho realizado pela autarquia. Confesso que hesitei antes de começar este editorial, simplesmente porque sei que qualquer opinião por mim vertida será alvo de comentários depreciativos de um lado ou de outro da barricada, consoante o tom elogioso ou crítico do trabalho desenvolvido pela edilidade liderada por Armindo Abreu. Acresce que, como jornalista, passe a imodéstia, terei porventura um olhar incisivo e imparcial sobre o que se vai passando neste concelho, tendo também em conta que conheço razoavelmente a realidade de municípios vizinhos, o que facilitará as sempre inevitáveis comparações. Feitos estes considerandos que considero enquadradores do que pretendo explanar, vou então partir para um comentário sucinto deste primeiro ano de mandato.

Assumo, sem tibiezas, que faço um balanço manifestamente positivo do trabalho realizado. E explico porquê: O presidente Armindo Abreu viveu no início deste mandato os mais difíceis dias da sua carreira política, confrontando-se com situações que puseram à prova os seus “nervos de aço”. O presidente nunca antes tivera de governar em minoria num executivo dominado por duas forças da oposição. Uma das forças - os vereadores do movimento Amar Amarante - revelou no início do mandato um mau perder, protagonizando um comportamento agressivo e provocante, exorbitando os seus direitos de oposição e enveredando por expedientes que mais não pretendiam do que provocar a confusão e causar desgaste na equipa de Armindo Abreu.

Viveram-se então momentos que não dignificaram o órgão Câmara Municipal. As discussões em tom inusitado travadas entre Ferreira Torres e o presidente ficarão para a história como uma página obscura do poder autárquico democrático em Amarante.

Ao mesmo tempo, também se sentia o desconforto do PSD, mal recomposto de uma grande derrota eleitoral. Aqui ou ali percebia-se que os sociais-democratas se mostravam permeáveis à demagogia das propostas do movimento Amar Amarante, não resistindo os laranjas à tentação de embarcar nas posições da outra força da oposição e assim criar desconforto na força que tinha ganho as eleições. Conseguia-se assim, de forma artificial, com a maioria contra natura formada pela oposição, subverter aquela que tinha sido a vontade dos amarantinos, que tinham escolhido, de forma inequívoca, o PS e Armindo Abreu para conduzir os destinos da sua terra. O que se passa em Amarante só releva o que defendo há muito: a mudança da legislação, que acabe com o poder colegial num órgão executivo como a Câmara, onde apenas devia ter assento a força que ganha as eleições, reforçando-se em contraponto os poderes fiscalizadores do órgão Assembleia Municipal.

Foram meses difíceis para Armindo Abreu. O presidente nunca vacilou, mantendo-se hirto na defesa dos seus princípios e do programa que propôs ao eleitorado. Ora sereno, ora mais crispado na defesa dos seus argumentos, mas sempre coerente, Armindo Abreu voltou a confirmar a sua veia de lutador, que tão evidente se tinha tornado no combate difícil que travou durante a campanha eleitoral. Esta é a característica que mais aprecio no presidente do executivo, independentemente de nem sempre concordar com os seus pontos de vista e a suas opções estratégicas. Armindo Abreu é um homem que assenta a sua actuação em princípios sólidos, entre os quais os da coerência, frontalidade e honestidade política, e isso revelou-se determinante para que o presidente tivesse saído da fase mais crispada do mandato mais fortalecido e confiante no futuro.

Sobretudo por isso faço uma apreciação positiva do primeiro ano do mandato, que há-de ficar como uma manifestação inequívoca de que, independentemente dos engulhos que se colocam no nosso caminho, vale a pena lutar pelos princípios em que acreditamos.

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