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Marca d'Água

Marca d'Água

30
Set06

> TAXAS MODERADORAS


O senhor ministro da Saúde anda, há meses, numa cruzada em busca da redução quase obsessiva de despesas do seu ministério.
Os recentes anúncios de encerramento de maternidades e serviços de urgência, independentemente das aduzidas e supostamente benevolentes justificações de foro clínico e técnico, visam sobretudo, todos o sabemos, reduzir despesas, concentrando serviços nas maiores cidades.
Quem vive no interior vai assumindo, involuntariamente, cada vez mais, o estatuto de cidadãos de segunda. O interior vai perdendo gente e a qualidade de vida nas grandes cidades vai-se tornando cada vez mais insustentável - veja-se o que aconteceu noutros países da Europa onde este tipo de medidas foram adoptadas há alguns anos.
Estou cada vez mais convencido que, não faltarão muitos anos, o nosso país vai pagar bem caro estas medidas tecnocratas, que estão a acentuar as assimetrias num país onde tradicionalmente o fosso entre ricos e pobres e litoral e interior é gritante.
Falta saber se não vai ser demasiado tarde para tentar o retorno.
Mas a última medida do senhor ministro é absolutamente inadmissível: isto de obrigar quem tem de ser operado a pagar uma taxa moderadora não cabe na cabeça de ninguém, como se qualquer um de nós tivesse algum prazer em ser operado.
Haja contenção e bom senso senhor ministro.
18
Set06

> PARTIU O MEU AMIGO JOSÉ SANTOS



No passado sábado realizou-se o funeral do nosso camarada de profissão, o amarantino José Santos, que contava 71 anos de idade.
Estive lá em sinal de homenagem.

Foi com profunda consternação que soube da morte do decano dos jornalistas da região, que ficou assim órfã de um grande senhor.

A ele muito lhe devo, como referência e exemplo de verticalidade, mas, sobretudo, de enormes simplicidade, humildade e generosidade.

Antigo jornalista do Jornal de Notícias e de O Comércio do Porto, foi o percursor de vários projectos jornalísticos regionais (rádios e jornais), em especial em Amarante e em Fafe.

Qual mestre, era um homem que me ensinava a profissão de forma honesta, transmitindo-me tudo o que sabia, numa manifestação de desprendimento que não conhecemos em mais nenhum colega de profissão.

Foi o José Santos que um dia, já lá vão mais do que 15 anos, na sua 4L azul me conduziu ao Porto e me matriculou no curso de jornalismo. Lembro-me das suas palavras de incentivo. Foi ele que um dia acreditou em mim.

Também não esqueço o abraço forte e quente com o qual José Santos tentava reconfortar a minha dor no funeral do meu saudoso pai.

O programa de rádio que tive em Fafe, intitulado "Última Página" foi desenhado por ele. O José Santos queria assim ajudar-me a superar a morte do meu pai...

José Santos partiu. Deixa em mim um profundo vazio e uma saudade do tamanho do seu sorriso sempre pronto e amigo.

Bem haja pelo muito de bom que me fez.

Obrigado por tudo grande amigo José Santos.

Para sempre grato,

Armindo Mendes
18
Set06

> MINISTRO VIAJAVA A MAIS DE 200 Km/h NA A1


As televisões noticiaram recentemente que um automóvel onde seguia um ministro foi “apanhado” na auto-estrada quando circulava a mais de 200 quilómetros horários.
Segundo rezam as crónicas jornalísticas, o motorista foi interceptado pelas autoridades, mas quando estas observaram que no interior do veículo seguia um ministro mandaram seguir, sem sequer identificar o condutor e aplicar a respectiva multa.
Em simultâneo outros automobilistas tinham sido também apanhados pela mesma patrulha, que foi implacável, e bem, na aplicação da lei, sendo autuados.
Ora, não é admissível aquilo que se passou, o regime de impunidade do motorista do senhor ministro, numa flagrantíssima situação de discriminação positiva para quem seguia a uma velocidade perigosíssima, que punha em causa a segurança dos demais utentes na via.
A lei diz que permite a violação de determinadas regras do Código da Estrada às viaturas que seguem em serviço público, algo de tal forma vago que tem permitido a muitas figuras da nossa política usarem e abusarem dessa figura, que devia, em minha opinião, ser utilizada por ambulâncias, carros de bombeiros ou veículos de autoridades policiais.
Mais uma vez se afere, com base neste triste exemplo, que a lei, afinal, não é aplicada pela mesma bitola de interpretação a todos os cidadãos portugueses, havendo uns que gozam de inadmissíveis privilégios.
Quando tal se passa com políticos é ainda mais grave, porquanto são figuras públicas e deviam constituir o primeiro exemplo de cumprimento escrupuloso das regras que sustentam o edifício democrático. Depois ficam muito admirados quando o prestígio dos políticos junto do “Zé-povinho” está pela “rua das amarguras”.
11
Set06

> EMIGRANTES DE SEGUNDA E TERCEIRA GERAÇÕES


Terminou mais um mês de Agosto, o mês aproveitado pela maioria dos portugueses para gozar as suas férias. Para muitos será o regresso ao trabalho e às dificuldades de um dia a dia cada vez mais complicado e de futuro incerto. A crise económica mantém-se, com um custo de vida em crescendo.

Há dias, à saída de um supermercado, ouvia alguém comentar, em universo familiar, como o dinheiro tem emagrecido nos últimos anos. Um determinado montante, há três ou quatro anos, permitia uma vida relativamente desafogada e até propiciadora de economias. Hoje, o mesmo valor já não dá azo a grandes extravagâncias. Há que redobrar os cuidados, cortar algumas despesas supérfluas e esperar que as coisas melhorem.

Agosto é também o mês do regresso maciço dos nossos emigrantes, um momento que vai perdendo a emoção de outros tempos, simplesmente porque os emigrantes que mais emoção emprestavam ao momento, os que emigraram nas décadas de 60 ou 70, já estão quase todos radicados definitivamente neste Portugal. Quando era criança assistia ao regresso de alguns emigrantes familiares. Percebia a importância e o lado quase dramático do momento, tantos eram os beijos e os abraços. Seguiam-se longas refeições com pratos bem portugueses acompanhados dos melhores tintos e brancos da nossa terra.

Os que vão regressando hoje são já as segunda ou terceira gerações de emigrantes, filhos ou netos dos pioneiros de tiveram de comer o pão que o diabo amassou para singrar lá fora. Estas gerações que vêm hoje a Portugal, constituídas por luso-franceses já nascidos em terras gaulesas, fazem-no quase sempre de forma algo desprendida, porque, ao contrário dos pais, não estão agarrados a este país por um cordão umbilical. Vêm cá uma ou duas vezes por ano e pouco mais. Quando chegam, as cenas do passado não se reproduzem nos mais novos.

São a maioria jovens que chegam eufóricos e vestidos de forma extravagante, influenciados pelas modas de Paris. Falam quase todos um “fraçuguês” cacofónico. É pena que estas gerações de emigrantes não queiram ou não possam aprender a língua dos seus pais. A mim causa-me especial tristeza ver casais jovens com crianças pequenas, com os quais falam em francês, ouvi há dias numa esplanada no largo de S. Gonçalo. Nem sequer fazem o esforço de, pelo menos em Portugal, tentar ensinar às crianças a língua dos seus avós, afinal uma coisa matricial de um povo – a língua pátria. Seria assim tão difícil ensinar-lhes a dizer água ou leite?

Bem sei que as coisas não são fáceis e nem sempre há em terras de França escolas de português onde as crianças possam aprender, dificultando a tarefa dos pais. Mas essa é apenas uma parte da questão. A outra decorre da vontade de cada um. Dou sempre exemplo: conheço um casal de emigrantes de primeira geração que sempre obrigou os filhos a falarem português em casa. Estes são hoje homens e pais, que obrigam os filhos a falar português em casa. São pessoas integradas na sociedade francesa, mas mantêm com orgulho os poucos laços que os ainda une à terra dos seus pais ou avós, a língua, que falam de forma emotiva, apesar dificuldades já perceptíveis nos netos.
07
Set06

> "IMPORTANTES" ESTACIONAM DE QUALQUER MANEIRA EM FELGUEIRAS



Tenho notado que algumas figuras ditas importantes de Felgueiras, proprietárias de veículos de alta gama, estacionam por vezes em locais inapropriados, como em segunda fila, em paragens de autocarro, em cima dos passeios, ou à frente de outros veículos estacionados correctamente, impedindo a saída destes, etç ...

Pensarão essas pessoas "abonadas" que são mais importantes do que os demais felgueirenses?
Será que as leiS que regulam o estacionamento não são iguais para todos os felgueirenses?

Era bom que a nossa Polícia Municipal e a GNR estivessem mais atentas ao que se passa, por exemplo, na Av. Dr. Leonardo Coimbra ou rua rua Agostinho Ribeiro, para já não falar de outras artérias da nossa cidade.
03
Set06

> HAMBURGERS COM KETCHUP



Passei há dias, à hora do jantar, junto de um restaurante de fast food num conhecido centro comercial da cidade do Porto. Fiquei estupefacto com a aglomeração de pessoas que se acotovelavam para conseguir um hamburger com batata frita. Pensei com os meus botões: aquilo deve ser de uma autêntica iguaria, caso contrário as pessoas não tinham aquele comportamento. Admito que há uns meses provei aquela especialidade, simplesmente porque na hora e no local em que o fiz era praticamente o único “restaurante” aberto.
Sinceramente não gostei, daí não perceber esta paixão mundial pelos hamburgers daquela cadeia internacional, acompanhados por umas batatas fritas de ar artificial e ketchup. Ah! Já me ia esquecendo dos bonecos que oferecem às crianças.
Acho até que comer uma daquelas especialidades será para muitos milhões em todo o mundo, sobretudo para os mais novos, mais um hábito enraizado de uma sociedade de consumo cada vez mais vulgar, que acha muito bonito vestir calças rotas e de aspecto sujo, beber cocktails até cair para o lado ou escrever SMS de forma compulsiva, numa linguagem que ofende quem preza a língua de Camões. Gostos não se discutem, é certo, e eles até serão a maioria.
Mas deixem-me dizer que prefiro a cozinha tradicional portuguesa, beber de forma moderada um bom vinho português, usar umas calças sem rasgos e escrever com as letras e os acentos todos. É da idade, dirão alguns…
03
Set06

> ACABAR COM ALGUNS PRIVILÉGIOS INJUSTOS


O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, reafirmou que a nova tabela do regime convencionado ADSE, que aumenta os custos com a saúde para os funcionários públicos, é insubstituível. Aí está, portanto, mais uma medida deste governo que penaliza os funcionários públicos.
Os sindicatos da função pública, como foi amplamente noticiado, calculam que os preços de alguns serviços de saúde tenham sofrido aumentos de quatro mil por cento. Ora, ouvindo aquilo que dizem estes sindicatos poderemos ser todos levados a concluir que o governo perdeu a noção do razoável. Mas será efectivamente assim? Andará o Executivo, com estes aumentos assim tão bruto? Mesmo não sendo um especialista na matéria, quero crer que não.
O que se passava, de facto, é que os funcionários públicos pagavam, na maioria dos casos, valores quase irrisórios pelos seus exames clínicos, se comparados com os suportados pelos restantes utentes do Serviço Nacional de Saúde.
Concluo, assim, que se trata de mais uma medida que procura reequilibrar os sistemas. Bem sei que para quem perde regalias é muito desagradável, mas há que perceber que, sobretudo num período de “vacas magras” como este, todos os portugueses devem ser tratados de forma igual. Melhor seria se a tentativa de harmonizar os sistemas fosse feita de forma inversa, isto é, os utentes com menores regalias sociais, geralmente os que trabalham na actividade privada, passassem a usufruir das vantagens dos cidadãos empregados do Estado.
Infelizmente, tal não é possível e há que compreender o sentido de equilíbrio que esta decisão do governo pretende conferir.

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