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Marca d'Água

Marca d'Água

30
Jul06

> O ERRO DE ISRAEL


O mundo assiste há semanas a mais uma guerra em directo pela televisão.
Mais uma vez é no Médio Oriente que ecoa o rosnar dos canhões e mísseis que matam diariamente dezenas de inocentes. Quando vejo crianças vítimas da guerra o meu coração estremece. Por vezes, prefiro desligar a televisão…
Os beligerantes - o Estado de Israel e o grupo extremista xiita Hezbollah - violam constantemente os direitos humanos, procurando fazer valer, pela força das armas, visões diametralmente opostas do mesmo problema.
Desta vez foi o rapto de um militar Israelita que rastilhou uma onda de violência sem fim à vista.
A questão do Médio Oriente é antiga e complexa, entroncando sobretudo em diferenças religiosas profundas, porque de ambos os lados – Judeu e Islâmico – vão prevalecendo as visões mais fundamentalistas.
Não vamos escalpelizar aqui como tudo começou, porque se o fizéssemos teríamos de recuar uns dois mil anos, ou talvez mais.
Numa visão, que admito ser demasiado simplista, a questão reside no facto de a população árabe não aceitar o Estado de Israel, cuja formação, nos anos 40, foi traçada a régua e esquadro, sem acautelar uma visão geoestratégica daquela complexa zona do globo.
O povo judeu, que respeito e admiro, tem direito a defender-se dos sucessivos actos terroristas perpetrados por grupos organizados como o Hezbollah e o Hamas, que matam israelitas inocentes.
Só que, como estado democrático que é suposto respeitar os direitos humanos, Israel fá-lo quase sempre de forma desproporcionada, como se tem visto na Palestina e no Sul do Líbano, deitando mãos a um poderio militar inusitado, sempre com o apoio dos Estados Unidos.
Não se admite que um Estado (Israel) ouse invadir outro, igualmente soberano (Líbano), supostamente para combater um grupo terrorista, e destrua importantes infra-estruturas desse país, que, em primeiríssima instância, só prejudicará a população civil inocente, hoje a braços com uma crise humanitária. Mais grave ainda, é a possibilidade desta intervenção poder desencadear a intervenção de outras potências regionais.
Muitos são na Europa, grupo onde me incluo, que defendem um caminho diferente para a resolução do problema. É pela via diplomática que se deve caminhar, simplesmente porque a intervenção militar, como se vê no Iraque, só gera violência e acentua ódios, fertilizando condições para o recrudescimento de organizações terroristas islâmicas um pouco por todo o mundo que se rege pelo Alcorão.
Será que Israel acredita que vai conseguir eliminar o Hezbollah com esta intervenção militar e assegurar a sua segurança interna? Se o faz estará a incorrer num erro estratégico profundo, tão grave quanto a invasão do Iraque perpetrada pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, que só veio acicatar ódios religiosos e étnicos, descambando numa espiral de violência inédita naquele país.
No Líbano, como recorrentemente ocorre na Palestina, os bombardeamentos e os carros de combate matam inocentes e fragilizam uma sociedade encrostada de assimetrias sociais que se vão acentuar. O número de pobres vai crescer e estes constituirão alvo fácil para o recrutamento de organizações terroristas, incluindo fundamentalistas da Al-Qaeda, que explorarão os sentimentos de revolta entre os povos islâmicos.
Ao mesmo tempo fragilizou-se de forma profunda a jovem democracia libanesa, que terá dificuldades acrescidas para combater o terrorismo que grassa no seu próprio território. Não nos admiremos se o Hezbollah ganhar as próximas eleições naquele país, como aconteceu com o Hamas na Palestina. Depois, no mundo ocidental, vamos ficar todos espantados com o resultado e apressamo-nos a não dialogar com um governo controlado por uma organização extremista, mas ratificado pelo sufrágio popular? Como é que se vai sair disto? O que se passa na Palestina, onde falta, na óptica ocidental, um interlocutor válido, não era já um sinal preocupante?
Já é tempo de, após tantos erros cometidos, a comunidade internacional, sobretudo esta administração norte-americana e seus aliados britânicos, perceberem que os problemas naquela região não se resolvem pela via militar. Tanto mais que, a jusante, até ao Estados Unidos, internamente, poderão ser vítimas destas políticas, sabido que é o ódio que várias organizações terroristas espalhadas pelo um islâmico nutrem por aquela super potência, que consideram ser a principal aliada de Israel.
Desta crise internacional ressalta ainda a fragilidade da política externa da União Europeia. Mais uma vez, os europeus não têm sido capazes de ter uma só voz, dando uma imagem de fragilidade ao mundo, que enfraquece a sua força negocial e capacidade de influência neste e noutros conflitos.

11
Jul06

> SELECÇÃO - "No melhor pano cai a nódoa"


Será verdade?

Ouvi há instantes numa estação de rádio que a Federação Portuguesa de Futebol ponderava pedir isenção de IRS para os prémios dos jogadores relativos à participação na Campeonato do Mundo de Futebol na Alemanha.

O povo diz que, às vezes, “no melhor pano cai a nódoa”. É exactamente isto que se está a passar com esta patetice de pedir isenção de pagamento de impostos, logo numa altura em que o gastador Estado pede sacrifícios aos comuns dos mortais.

Depois de uma prestação muito meritória num campeonato que encheu todos os portugueses de orgulho, vêm agora os jogadores, por intermédio da FPF, pedir algo moralmente inadmissível.

Coitados das nossas "estrelas". Devem viver com dificuldades e os prémios chorudos que angariaram na Germânia devem ser fundamentais para fazer face a despesas de primeira necessidade…

Pensarão eles que os feitos desportivos na Alemanha lhes atribuirá o título de cidadãos de primeira, quase comparáveis a uma espécie de instituição de utilidade pública.
Então e os outros campeões europeus e mundiais deste país também têm isenção do IRS?

Será que o orgulho nacional que tanto invocavam os nossos valoroso craques no fim dos jogos e que tanto nos comovia não era assim tão profundo? Face a esta atitude, de um materialismo inusitado, começo a ficar desconfiado com tanto amor pátrio.

Só espero que o nosso Governo, sempre tão implacável para com os contribuintes ditos normais, não cometa agora o erro de sucumbir a um pedido inadmissível, que me apetece adjectivar de forma ainda mais dura.
10
Jul06

> EDITORIAL DE "O JORNAL DE AMARANTE", de 6 de Julho


Amarante perdeu!
A reunião do ministro da Saúde com o presidente da Câmara acabou por ditar aquilo que já se esperava: a “morte” anunciada da maternidade de Amarante.Correia de Campos foi intransigente na questão, de nada valendo os protestos dos amarantinos.
O governante informou Armindo Abreu que as urgências médico-cirúrgicas vão manter-se abertas entre as 8h00 e as 22h00 e que o hospital vai perder a sua autonomia, passando a funcionar de forma articulada com o de Penafiel. Foi também prometido que um estudo em curso à reorganização funcional do Hospital de Amarante poderá conduzir à realização de obras, potenciando a sua vocação para as cirurgias de ambulatório.
No meio de tantas promessas, apetece-me dizer que não há, de todo, razões para sorrir, tanto mais que a única garantia que há é a palavra do ministro, numa altura em que ser-se governante é algo cada vez mais efémero. Sobre a questão da maternidade, mantenho a opinião: acho que os nossos governantes andam a brincar com os nossos impostos. Como é possível gastar-se, há cerca de três anos, cerca de 700 mil euros para se renovar aquela valência e agora simplesmente decide-se fechá-la. Não sei de quem é a culpa, se dos responsáveis do anterior governo que decidiram fazer as obras sem analisar tecnicamente se a continuação da valência se justificava, se dos actuais governantes que, à revelia dos investimentos realizados, entenderam pôr termo à maternidade amarantina.
Como português que paga os seus impostos, sinto-me insultado com a flagrante falta de coerência nas políticas dos governos que se sucedem, que tantas vezes, de forma irresponsável, redunda em situações como esta. Quanto às urgências, mantenho que a decisão se justifica por exclusivas razões economicistas. É certo que, durante a noite, se estava a gastar muito dinheiro numa equipa de profissionais que atendia um número muito pequeno de doentes. Mas não menos certo, é que encaro esses encargos como custos sociais que a tutela tinha a obrigação de continuar a suportar, porque os poucos que ainda vivem nestas paragens do interior também têm direito a serviços de saúde que nos garantam alguma tranquilidade.
Sei que estas minhas palavras são uma espécie de “pregação aos peixes” numa sociedade cada vez mais resignada à frieza dos números. Eles, os poderosos da capital, não estão preocupados connosco, porque são atendidos com todos os cuidados, de preferência em clínicas privadas. Se vivessem em Rebordelo, em Salvador do Monte ou noutra qualquer freguesia “longínqua” teriam certamente uma opinião diferente, porque, confrontados com as estradas serpenteantes que por cá existem constatariam que a sua saúde e a da sua família poderia perigar com decisões políticas tão tecnocratas como as que têm vindo a ser tomadas.
Para um reformado idoso, oriundo das zonas mais afastadas do concelho, que se sinta indisposto a meio da noite, uma deslocação ao hospital de Penafiel poderá ser demasiado onerosa ou, nas situações mais graves, mesmo de ambulância, demasiado demorada, ao ponto de fazer perigar a sua vida. Já em relação aos anúncios de obras no hospital, apetece-me lembrar que “promessas leva-as o vento”. E as aragens daquelas bandas não são bonançosas.
Estou absolutamente descrente nesse cenário, porque irá contra a recorrente estratégia da tutela, que tem travado muitos investimentos que estavam prometidos em várias áreas. Receio que tenha sido apenas para calar os que por cá são mais crédulos nos ditames do statu quo.Há dias, um homem idoso, sentado à mesa do café, que ouvia na TV o anúncio do encerramento do Serviço de Atendimento Permanente de uma pequena vila do interior alentejano, comentava com o seu colega de mesa: “O melhor era entregar estas terras a Espanha e acabavam as dores cabeça dos tipos de Lisboa. Assim, quem quiser continuar português vai viver para o litoral, ou, por uma questão de masoquismo, fica na sua terra à espera de morrer”.
Este comentário, que tinha sido feito numa linguagem mais terra a terra do que a por mim aqui reproduzida, que incluía também alguns impropérios aos políticos, roça o exagero, mas não deixa de transparecer a sensibilidade popular de um povo lusitano de parca formação, mas suficientemente lúcido para perceber o que o rodeia.
Muitos idosos, estes de Amarante, também se manifestaram na vigília realizada na semana passada junto ao hospital. Viam-se lá muitas caras conhecidas, mas predominavam os ditos cidadãos anónimos, sobretudo os que, como o alentejano, têm dificuldades em aceitar que lhes seja retirado do hospital da sua terra um bem precioso: o direito à assistência na saúde.
O presidente da Câmara disse aos colegas de vereação que vai estar atento e pressionar o Ministério da Saúde no sentido de cumprir o prometido relativamente à reformulação do modelos funcional do hospital. Temos razões fortes para acreditar que Armindo Abreu terá uma legitimidade acrescida para o fazer, simplesmente porque a sua postura até hoje neste processo, nada dada a acções mais extremadas contra o despacho do ministro, deverá ser credora de uma acrescida capacidade de influência junto de Correia de Campos.
Armindo Mendes
01
Jul06

> FELGUEIRAS MAIS PRÓXIMA DO PORTO EM AUTO-ESTRADA SEM PORTAGEM





Decorreu ontem à tarde, no limite dos concelhos de Paços de Ferreira e Lousada, a inauguração de mais um troço da A42 (antigo IC25).
Este troço liga em auto-estrada sem portagem a cidade de Paços de Ferreira à EN 106 (antigo nó de Ribas do IC 25). Faltam apenas poucos quilómetros para esta auto-estrada ligar com a A11, nas proximidades de Lousada.
Será então possível aos felgueirenses chegar ao nó de Lousada da A11 e virar em direcção à A41, que liga ao Porto, passando por Paços de Ferreira. A grande vantagem é que a A42 é uma SCUT, isto é, sem cuto para o utilizador, o que é optimo, tendo em conta os preços elevadíssimos praticados na A11 e na A4.
Face ao referido, foi pena que na cerimónia não tivessem estado presentes autarcas de Felgueiras, pontificando os presidentes de Paços, Lousada e Penafiel, além da governadora civil do Porto.

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