Revisitando a aldeia da Agra... "diamante" semioculto...
Neste domingo, um pouco por acaso, revisitei a aldeia da Agra, algures entre Vieira do Minho e Cabeceiras de Basto, terras altas e frescas, que neste outono, quase inverno, me receberam com um sol de orelha a orelha. Uma luz que acentuava os mil tons de castanho que cobrem os vales ponteados de branco pelos rebanhos.
Não muito longe, naquelas paragens, nas fraldas da Serra da Cabreira, nasce o rio Ave, que se encolhe para passar sob uma ponte medieval.
Ali, ainda é muito pequena, aquela linha de água cristalina desce apressada, mal sabendo o que a espera quando entrar no território do têxtil, alguns quilómetros a jusante.
A aldeia da Agra, no Minho profundo, é bonita, mas podia ser muito mais encantadora. As suas casas de granito rude dão voz à ruralidade que ainda perdura por aquelas paragens. Nas valetas das ruas estreitas já não corre a água abundante que um dia observei encantado.
Pena é que a maioria dos edifícios apresente um certo ar de abandono e até de ruína.
Outros aparentam cuidados recentes de preservação, mas aqueles constituem a minoria.
A Agra é uma aldeia que parece um diamante semioculto. Encerra em si um tesouro com um potencial imenso, até no plano turístico. Porém, para que vê de fora, estará a faltar quem seja capaz de promover um programa que restitua à Agra a beleza de outrora.