Com este pequeno texto, quero homenagear este extraordinário músico, vocalista e compositor, que assinou muitas das mais belas canções dos Barclay James Harvest (BJH), a banda da minha vida, a banda que escrevia músicas "só para mim", como gosto de dizer!
Os BJH, fundados em 1966, já não existem formalmente como banda há muito, mas a sua extraordinária história prevalece nas dezenas de discos, autênticas obras de arte, que foi editando ao longo de três décadas. Tenho a maioria deles em vinil e/ou CD, além de alguns DVD`s de atuações ao vivo. Ouvi-los é algo que não me canso de fazer!
A música dos BJH é única, resultado de quatro músicos talentosos e sensíveis, autores de belas melodias, que começaram no rock sinfónico do final da década de 60 e até meados da década de 70, evoluindo depois para outras abordagens estilísticas ao longo da sua longa carreira, mas nunca perdendo a sua matriz.
Atualmente, só dois dos elementos originais estão vivos: Les Holroyd e John Lees (guitaras, voz e composição), ambos felizmente no ativo no mundo da música, cada um com a sua banda.
O saudoso Stuart "Woolly" Wolstenholme (teclados e voz), que deixou a banda no final dos anos 70, e o irreverente Mel Pritchard (bateria) já faleceram.
Cresci a ouvir BJH, já sonhei muito com as suas músicas, já fui feliz com muitas delas, na cruzada da vida. Com algumas partilhei momentos de profunda tristeza, quando as lágrimas me molhavam o rosto!
Les Holroyd, hoje de parabéns, era o discreto baixista da banda e a sua voz era a mais aguda entre os membros do grupo britânico e autor de algumas baladas memoráveis, melódicas e com letras muito bonitas, autênticas odes à arte de bem escrever!
Compôs com os BJH, mas prosseguiu a sua carreira, a partir de 1993, com o fim do grupo, criando uma banda inspirada na sua anterior banda, escrevendo mais algumas canções maravilhosas, que os apreciadores e revivalistas dos BJH aplaudiram, e atuando um pouco por todo o mundo, incluindo em Portugal, onde o pude ver e ouvir, num momento recheado de emoções que jamais esquecerei!
São tantas as suas músicas que adoro, que ouço sempre com enorme prazer!
Para mim, o Les Holroyd, assim como o grande John Lees, são duas lendas vivas, que venerarei para sempre!
Parabéns, Les!
"Play to the World", um original, um clássico, do final da década de 70, dos Barclay James Harvest, um tema escrito e interpretado por Les Holroyd, aqui numa versão muito especial com a Orquestra de Viena... uma delícia com um som maravilhoso, que eu ouvia no "Oceano Pacífico", nas longas noites de um rapazinho que ia crescendo...
Desde criança que gosto muito de áudio, de ouvir e sentir a música!
É uma companhia quase omnipresente em casa, no carro, no ginásio, na caminhada!
É uma paixão, nos bons e menos bons momentos da vida, que me proporciona um sublinhado maior, não restrita a um estilo musical, mas com um gosto transversal, do jazz ao clássico, do pop ao new age, do fado ao heavy metal, desde que com qualidade!
Humildemente, considero-me um melómano, sem os fundamentalismos do “Hi End Audio”, mas apreciador de equipamentos que proporcionem som de qualidade, que permitam desfrutar da música, do som, com fidelidade à gravação original, em todo o seu esplendor de matizes sonoras, de timbres, que me preenchem. Do calor do vinil, à frescura de um CD, do som multicanal Dolby Atmos (no Home-Cinema) à liberdade do ‘streaming’ de alta resolução da plataforma Tidal, a minha preferida.
Ora nuns exuberantes altifalantes Monitor Audio, ricos em agudos definidos, médios quentes e baixos profundos que nos batem no peito, empurrados por um amplificador Denon, de tonalidade da velha escola nipónica, ora nuns mais intimistas auscultadores HifiMan Ananda (foto), quase às escuras, que ressoam até às entranhas, a partir de um versátil DAP Hiby, de Hi-Res Áudio, para que nada se perca!
Os equipamentos de áudio de alta-fidelidade (HI-Fi) são dispendiosos. Contudo, com paciência, como fiz ao longo dos anos, consegue-se adquirir soluções que garantem uma boa relação entre o preço e a qualidade audiófila, sem entrar em excentricidades!
E, assim, desfrutar sem pressas da música maiúscula, seja ela qual for, seja onde for, desde que geradora de sensações que nos preencham, que nos ajudem a ser felizes, pelo menos naquele instante, de olhos fechados, um privilégio, degustando cada pedacinho, num exercício muito intimista, à bolina da alma, como eu mais gosto de saborear, aqui!!!
Olhando o rio que corre para o mar, numa tarde pardacenta!
Há aqueles sítios mágicos, neste casario, que dispensam palavras…
Respiramos em paz, quando neles estamos, como aqui, no “Porto Sentido”, somos todos olhos para um cenário que nos envaidece, como gentes do Norte…
Estas cores do Porto, românticas, no Palácio de Cristal, com os seus jardins, às vezes, sobranceiros ao Douro imenso, como as pessoas, como as pontes, tais braços que unem duas urbes com gente "tripeira", que são a mesma, uma alma imensa!
A cada regresso, quero estar aqui, sempre, olhando de Nascente a Poente, vendo o rio que corre para o mar, numa tarde pardacenta de Dezembro, à espera de um agasalho!
De certeza que vai valer a pena voltar, para ver mais, no Trilho da Víbora!
No trilho da Víbora, algures na serra da Cabreira, não longe de Cabeceiras de Basto, as condições do tempo, com a chuva no horizonte, não permitiam mais…
Pelo que a caminhada ficou incompleta… Diria, mal começou… Mas os passos trilhados, de mãos dadas, em pouco mais de um quilómetro recheado de tanta beleza, valeram a pena, como um aperitivo delicioso para a jornada que ficou prometida para… um dia destes…com calçado adequado!
Os sentidos agradeceram e clamam pelo regresso, à espera de ver melhor e mais longe aqueles castanhos outonais, tapetes de folhas viçosos, aqueles bosques húmidos, aqueles sons das águas da levada que descem a montanha, aqueles moinhos cobertos de tanto verde, que apetece descobrir…
Tanto para ver e sentir, num cenário que nos surpreendeu a cada curva do trilho…
De certeza que vai valer a pena voltar, para ver mais, muito mais, em boa companhia, a partir da lagoa, serra acima, serra abaixo, para enchermos os pulmões de ar fresco e a alma de tanto prazer, de estar ali, simplesmente, ouvindo os sussurros da natureza...
Tanto regalo para admirar, nesta natureza imponente, agora com o rio Tua
Há momentos assim, num fim de tarde, sem contar, num passeio de domingo, por altos e baixos de vinhedos, em socalcos vestidos com tons de outono - que belos são - depois de saboreados os medronhos, tão doces, por terras do Vale do Douro…
Tanto regalo para admirar, nesta natureza imponente, agora com o rio Tua, como uma serpente, serra fora, a caminho do abraço eterno com o Douro… no horizonte…Faz-se uma pausa nos pensamentos… Ouçamos o silêncio do Homem, ouçamos a mãe-natureza!!! E o nosso palpitar, sem mais!
Sim, um miradouro especial, uma fraga imensa, altiva, num parque natural, do Tua, onde, reza a tradição, se ouve o mítico Ujo, à noite, ou as águias cobreiras que patrulham os céus, sob um sol de novembro, que se põe, às portas do inverno que vai chegando… como no "jogo dos Tronos"...
Pedaço de história com gente dentro para revisitar, um dia, com certeza!
Naquele casario, entre as montanhas mágicas de Sanabria, abrigadas pelo castelo medieval de Puebla, lá estavam as casas com varandas floridas, as ruas estreitas e íngremes, as ermidas góticas e as gentes da raia, como as de antanho...
Que teimam em resistir ao desgaste voraz da “civilização” digital que os turistas impõem à passagem barulhenta!
Mas nem todos veem a urbe com os mesmos olhos!
Os meus, lá do alto da torre, quedaram-se em tantos pedaços de pedra, fachadas de passado brasonado, que nos interpelam, entre umas quantas fotografias para mais tarde lembrar aquele regresso ao sítio onde um dia tinha passado, a correr, a caminho de León, para assistir a um memorável concerto de Kitaro!
Admirado o aqueduto romano que justamente faz famosa a urbe castelhana, de repente, à frente de nós, um castelo de encantar, como nas "estórias" dos Pequenos Vagabundos"...
Que bonito, que saboroso, este pedaço de fantasia, com uma traça que me fez contemplá-lo e lembrar quando os sonhos de criança, numa televisão a preto e branco, eram aventuras e fantasias ao sábado à tarde, tão cheias de cores garridas, como estas de Segóvia...no seu belo alcázar...
No Alvão, serra imensa, à saída do Minho, às portas de Trás-os-Montes, respira-se melhor…
Os vastos bosques de pinheiros resinosos enchem o ambiente de cheiros frescos que nos fazem mais novos, monte acima, com energia, à procura do rio, atrás do som das águas, entre as rochas das Fisgas e o solo fofo da caruma… que pisamos com prazer…
Depois, sim, que bom… chega o fim de tarde, com o sol que se põe, atrás da encumeada, sempre imponente, com os seus raios de mil tons alaranjados entre o arvoredo, até nos tocarem o rosto, tépidos, que retemperam a brisa fresca… que convida a um agasalho que prenuncia a noite…
É hora de descer a montanha com as baterias carregadas, à espera do regresso, mais cedo que tarde, para ver o sol pôr-se de novo!